
Foto: Divulgação/Warner Bros.
Jogamos: Esquadrão Suicida é ambicioso, mas precisa de ajustes
Suicide Squad: Kill the Justice League pode atingir potencial com algumas correções
Suicide Squad: Kill the Justice League é, no mínimo, ambicioso em várias instâncias. Em questão de roteiro, o jogo coloca vilões da DC que passam longe de serem os mais poderosos contra a Liga da Justiça. No quesito de gameplay, ele se apresenta como um looter shooter repleto de complexidades, e que busca alcançar ao menos um pouco daquilo que Destiny 2 já conseguiu. O The Enemy testou o jogo do Esquadrão Suicida, que chega em 2 de fevereiro, por algumas horas a convite da Warner Bros., e apesar de algumas falhas claras, o novo título da Rocksteady apresenta potencial.
Sem nos aprofundarmos muito, até para evitar spoilers, Suicide Squad se passa no mesmo universo dos jogos Arkham, e sua premissa é uma Liga da Justiça que se tornou maligna graças a uma lavagem cerebral feita por Brainiac. A última esperança da humanidade, claro, são os vilões comandados por Amanda Waller: Pistoleiro, Tubarão-Rei, Arlequina, e Capitão Bumerangue são recrutados para, como já diz o título, matar o grupo de heróis mais poderoso do planeta.
A missão é praticamente impossível para vilões que, honestamente, não são tão fortes assim. Como recurso narrativo para que essa tarefa seja mais factível, o jogo “buffa” seus personagens logo de cara com novos equipamentos, e após uma rápida sequência inicial, deixa os jogadores livres para explorar o que sobrou de Metrópolis.

Durante o teste, os desenvolvedores da Rocksteady nos instruíram a focar em um dos quatro personagens, mas ainda tivemos um gostinho de cada um. Pensando em classes, o Tubarão-Rei é como um tanque, enquanto Arlequina e Pistoleiro estão mais para causadores de dano. Capitão Bumerangue, meu preferido, se destaca por uma mobilidade imensa.
Passada a introdução, o forte aspecto de multiplayer co-op do jogo já se faz presente. Desde as cutscenes, repletas de humor ácido dos protagonistas, que provocam uns aos outros com frequência, fica claro que o foco é causar uma competitividade saudável entre sua party.
No gameplay, isso se traduz para pontuações em cada missão. Após concluir as tarefas, o jogo mostra um placar individual e elege quem foi o MVP daquela quest. Apesar dessa competição interna, o combate em um mapa vasto e extremamente vertical reforça que é necessário cooperar para conseguir eliminar os inimigos com eficiência.

A verticalidade, inclusive, é central para Suicide Squad. Ainda que a mobilidade do Bumerangue seja a mais eficaz, todos os personagens possuem capacidade para escalar e sair pulando entre os prédios do mapa, dando uma dimensão a mais para a exploração e para as lutas.
Mas, nesse ponto, nem tudo são flores: em um ambiente tão vertical, é difícil de se localizar com o mapa 2D que aparece na tela. No caos de algumas batalhas, os inimigos acabam se “camuflando” entre os andares, e as lutas podem se tornar frustrantes.
Ainda sobre o HUD e a falta de destaque visual para os inimigos, foi comum ver, ao longo do teste, jogadores atirando por reflexo no Pistoleiro. Isso porque cada personagem tem um ícone fixo indicando sua localização, e o do personagem é literalmente um alvo vermelho.

Explorando outro gênero
Conhecida pelo single player tradicional da série Arkham, a Rocksteady se arriscou em terras bem desconhecidas no jogo do Esquadrão Suicida. Além do foco notável em multiplayer, todas as mecânicas do jogo se convergem no gênero de looter shooter — assim como Destiny, The Division e outros.
Além da obviedade de poder montar e customizar suas armas de acordo com peças que for encontrando, os looter shooters também trazem consigo uma obrigação na variedade de builds e possibilidades para o jogador. Felizmente, Suicide Squad parece acertar nesse quesito. Ao longo do teste, fomos apresentados a uma série de armas diferentes, cada uma com particularidades de efeitos que “combavam” com outros pontos do gameplay.

Armas, granadas, habilidades comuns e especiais se unem em um combate que pode ser até intimidador em um primeiro momento, pela quantidade de recursos oferecidos. Há, por exemplo, um counter específico para usar contra inimigos de armadura; outra habilidade requer que você atire nas pernas dos adversários para recuperar seu escudo. É bastante informação, mas é certo que o jogador sempre terá uma forma nova de enfrentar seus inimigos.
Por exemplo, durante a minha gameplay passei a usar granadas que davam efeito de lentidão nos inimigos atingidos. Como combo, selecionei uma escopeta que dava dano crítico em adversários sob esse efeito. Isso é só uma gota num mar de possibilidades, que também bebe da fonte de Destiny ao introduzir sua releitura das armas exóticas.
Outro ponto obrigatório para looter shooters é a alimentação constante de novos conteúdos. Já sabemos que dois personagens novos chegarão ao game depois de seu lançamento, e o universo DC certamente tem uma grande variedade de Raids e vilões para oferecer por bastante tempo.

Ao fim do teste, ficou claro que Suicide Squad: Kill the Justice League tinha muitas ideias a serem executadas simultaneamente. O looter shooter é repleto de possibilidades de builds e armas, ao mesmo tempo que traz uma história com premissa interessante e introduz quatro personagens com estilos de gameplay bem distintos.
Com poucas horas jogadas, é difícil digerir tanta coisa e aproveitar 100% do que o jogo tem a oferecer. Alguns pontos de incômodo já surgem, principalmente o HUD confuso, mas também é possível enxergar o potencial do game.
Felizmente para a Rocksteady, o formato de jogo como serviço permite trazer atualizações constantes — tanto de conteúdo como de melhorias — para moldar o jogo àquilo que a comunidade quer ver. O essencial para que isso funcione é uma base sólida e que tenha sua própria identidade, e nesse ponto a desenvolvedora parece ter acertado.
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- Lançamento
02.02.2024
- Publicadora
Warner Bros. Interactive Entertainment
- Desenvolvedora
Rocksteady