Depois de o estúdio Santa Monica reformular a série God of War em 2018, a esperança dos fãs estava em uma continuação à altura, que trouxesse os melhoramentos típicos de uma sequência. Mas, felizmente, God of War Ragnarok é muito mais do que isso. É uma continuação que supera expectativas.

Ragnarok expande os acertos do seu antecessor em praticamente todos os aspectos, e oferece não só uma trama ainda mais interessante e grandiosa, mas também várias surpresas na jogabilidade. Após cerca de 40 horas, terminei essa campanha tendo a certeza que este era não apenas o meu preferido da série, mas também o meu jogo do ano.

O início do fim

Kratos enfrenta Freya.

God of War: Ragnarok se passa cerca de dois anos após Kratos e Atreus matarem o deus Baldur e iniciarem uma avalanche de desgraças: Freya, a antiga aliada e mãe de Baldur, jurou aniquilar Kratos; o deus supremo Odin e seu assassino de estimação Thor também querem vingança; deu-se início no Fimbulwinter, um inverno ininterrupto de três anos que corrói tudo; e é engatilhado o Ragnarok, a destruição dos nove reinos.

Além disso, apesar de terem vencido aquela distância e estranhamento, Kratos e Atreus ainda têm muito o que trabalhar no seu relacionamento. Novos segredos vão rachando a confiança que foi construída entre eles e ambos querem coisas diferentes. 

Atreus deseja ação imediata e respostas; Kratos quer aproveitar a paternidade e a paz que conseguiu com muito custo, evitando se envolver em novas brigas com os deuses. Além disso, paira a pressão da profecia descoberta em Jotunheim, que mostrava pai e filho desempenhando um papel crucial nesse apocalipse. 

Isso inquieta Atreus, que quer descobrir mais sobre si e impedir o Ragnarok. Porém, pouco a pouco, a dupla se vê contra sua própria vontade, cumprindo essa profecia que, em parte, eles querem evitar. 

Por isso, uma das maiores dúvidas provocadas pelo enredo é sobre se é possível escrever sua própria história ou se todos estão presos ao destino que já foi escrito. 

Mesmo protagonizado por deuses, God of War Ragnarok explora com maestria temas muito humanos. Luto, vingança, aceitação, propósito, lealdade, sacrifício… A trama vai propondo diversos dilemas para os quais não existe resposta fácil, evitando preto no branco.

Personagens de apelo

Angrboda em Ragnarök.

Kratos é um personagem que não estacionou no estado de “monstro reformado”, mas segue se desenvolvendo e aprendendo coisas novas, inclusive com o próprio Atreus. Se sua questão era sobre aceitar a paternidade, aqui se trata de estar disposto a fazer qualquer coisa pelo seu filho. 

Essa evolução é reforçada por situações que mostram um ex-deus da guerra capaz de sentir algum nível de empatia pela dor daqueles que estão ao seu redor — algo inimaginável para o Kratos de God of War III. E é uma mudança que vai acontecendo de forma gradual e bem crível ao longo de diversas situações. 

A história de Ragnarok é interpretada de forma sincera e autêntica pelos protagonistas e o elenco de suporte traz uma dose extra de carisma, com diálogos engraçados e uma sensação confortável de se estar entre amigos. 

Angrboda, interpretada pela Laya DeLeon Hayes, é um dos maiores destaques. A personagem conduz eventos importantes, enquanto transmite emoções que vão da leveza à angústia. Suas cenas estão entre as mais interessantes do jogo. 

Thor possui mais em comum com Kratos do que se imagina, tendo feito coisas hediondas, mas também possuindo um lado familiar.

E mesmo o temido Odin é apresentado com certo magnetismo e chega às vezes a criar a dúvida de que se realmente ele é tão cruel como ouvimos falar.

É um enredo cheio de reviravoltas e emoções diferentes. Me vi gargalhando de alguns diálogos do anão Brok, me sensibilizando em momentos do Kratos com o Atreus e ficando entusiasmado com momentos grandiosos como a batalha final. 

Ragnarok é mais revelador do que o jogo anterior e entrega até alguns flashbacks de Kratos com sua falecida esposa Faye. Mas, infelizmente, não foi desta vez que todas as respostas foram entregues. Algumas lacunas que ficaram entre a última trilogia de God of War e essa nova fase continuam em aberto.

Um show em visual e música

Kratos chega a um novo mundo.

A riqueza visual do novo God of War vai além do fato de ser um jogo cheio de conteúdo variado. Mais uma vez a direção de arte entrega uma interpretação única da mitologia nórdica pelo estúdio Santa Monica. 

Seja no design de personagens ou nos cenários, há sempre muita originalidade e atenção aos detalhes. 

Em Vanaheim, por exemplo, é possível e ativar uma mecânica que muda o dia para a noite e vice e versa. O ambiente é transformado, com nova atmosfera que afeta fauna e flora. 

Mesmo os reinos já vistos no jogo de 2018 aparecem completamente transformados pelo Fimbulwinter. É como se o ambiente estivesse contando mais detalhes sobre o que aconteceu com esses lugares no folclore do game.

Também percebe-se uma atenção extra às animações, especialmente no combate. Em vez de finalizar inimigos sempre com a mesma animação, existem algumas variáveis. Armas diferentes, geralmente engatilham finalizações diferentes. 

A música original do game não fica atrás. Ragnarok revisita alguns temas musicais do antecessor e apresenta novos. Seria impossível as cenas da história alcançarem o mesmo impacto que elas causam se não fossem pelas melodias lindamente arranjadas pelo compositor Bear McCreary.

Combate que exige e recompensa

Kratos enfrenta monstro gigante.

Neste “God of War 5”, Cory Barlog, diretor do anterior, é creditado como produtor e diretor criativo, deixando a direção geral nas mãos de Eric Williams. Essa informação é interessante, pois Williams é designer de games e trabalhou projetando a jogabilidade de todos os outros games principais da franquia. Essa expertise fica evidente aqui.

Ragnarok é muito mais diverso e criativo em gameplay do que o seu antecessor. As duas ações básicas ainda são combate e exploração, mas existem novidades o suficiente sendo introduzidas frequentemente para que a experiência não seja repetitiva. 

Na tentativa de trazer combates mais dinâmicos, existe espaço para se expressar não apenas com os combos do Machado Leviatã e com as Lâminas do Caos, mas também com o escudo. 

O sistema de defesa e aparos é muito incentivado e acaba dando mais camadas de profundidade às batalhas. Há, inclusive, diferentes tipos de escudos e efeitos de defesa no jogo. Eles recompensam jogadores que têm um bom timing e posicionamento durante a luta. 

Quanto à questão de haver novidades no arsenal, um dos conceitos mais criativos de arma que já vi em um videogame está nesse jogo. Para preservar a experiência de quem lê essa review, vou dizer apenas isso, a fim de esclarecer que existe algo novo. 

Uma das maiores problemas do último game era a variedade limitada de inimigos, mas felizmente isso foi corrigido. Em Ragnarok, um repertório imenso de adversários colorem os ambientes. Desde lagartos pequenos até dragões enormes, passando por inimigos humanóides e vários minichefes interessantes. 

E nessa diversidade é possível experimentar muito com o arsernal. A maior parte dos inimigos são mais vulneráveis a um tipo de arma, golpe ou elemento.

Na flor da idade

Kratos conhece Tyr.

Nos combates, Kratos raramente está sozinho. E em boa parte do tempo, é Atreus que age como parceiro. A diferença é que Atreus cresceu e agora possui mais golpes corpo a corpo e mais presença durante os embates de forma geral.

Quem jogou God of War 4, conhece a dinâmica: seu ajudante faz invocações e lança flechas elementais com o botão quadrado. Essas flechas ajudam a intensificar os golpes e atingir inimigos muito distantes. 

Tive dúvidas se contava essa informação na review, mas acho que é importante dizer, porque é parte crucial do jogo e o diferencia muito de seu antecessor: desta vez, Atreus é um personagem jogável. Na mesma dinâmica de The Witcher III, a experiência principal é com Kratos, mas Atreus assume em certos segmentos, desenvolvendo sua própria história em paralelo.

Além das flechas e invocações, o rapaz bate nos inimigos usando o arco como porrete — o que é um pouco estranho de ver. Atreus é mais ágil e acrobático, mas não é nem de perto forte como Kratos e nem é tão customizável, mas traz um frescor bem necessário na gameplay.

Customização intensa

Anão olha para Kratos e Atreus.

Como eu disse antes, existe muito espaço para se expressar com a personalização de equipamentos atingindo níveis mais profundos em Ragnarok. Armas, armaduras, adereços como Talismã e até o especial Fúria Espartana podem ficar mais com a cara do jogador por meio das modificações. 

Gosta de causar mais dano com golpes físicos? Invista no atributo Força. Prefere causar estrago usando poderes elementais? Aumente seus pontos de Rúnico. Mesmo não sendo um RPG, existem opções o suficiente para tornar uma experiência de enfrentamento muito diferente da outra com base na customização.

Além disso tudo, existem ainda árvores de habilidades para intensificar os combos e melhorar seu desempenho nas batalhas, de forma geral. Diversas vantagens são desbloqueadas com XP ganho em atividades e transformam da água para o vinho o quão eficientes seus ataques podem ser.

No entanto, confesso que achei o menu de inventário visualmente mais confuso em Ragnarok do que no jogo anterior, especialmente nas horas de fazer melhorias no equipamento com os ferreiros. A comparação entre itens e a exibição na tela daquilo que você precisa gerenciar costumavam ser mais claras e levou um tempo até eu me acostumar. 

Exploração com altos e baixos

Kratos e Atreus no barco.

A segunda parte mais importante de God of War é a exploração. Em Ragnarok, a mobilidade é um pouco mais rápida e vertical, com escaladas mais diretas que deixam Kratos usar suas Lâminas do Caos como gancho para mover obstáculos e subir paredes. 

Enquanto áreas grandes podem ser atravessadas com barcos ou trenó puxado por lobos, a melhor implementação deste jogo está no sistema de viagens rápidas: portais místicos deixam o jogador ir de um ponto a outro em qualquer mundo, agilizando o ritmo e descartando idas desnecessárias no Templo de Tyr com a Bifrost.

É possível viajar por todos os nove reinos contidos na árvore Yggdrasil, e a maior parte deles contam com uma grande área. Seja no clima congelante de Midgard ou nas terras rochosas de Svartalfheim, existem muitas missões secundárias interessantes e outros trabalhos menores para completar.

O design das áreas tem bastante foco em quebra-cabeças e será preciso paciência para acessar cantos bloqueados. Mundos como Alfheim são atravessados de forma mais cadenciada e organizados quase como câmaras a serem abertas após a resolução de um enigma. Inclusive, existem puzzles elaborados que vão pedir mais atenção do jogador dessa vez. 

Um dos meus únicos problemas com o jogo está na experiência de revisitação. Passar por todos os reinos seguindo a história é tranquilo, mas retornar nesses lugares para buscar itens pode ser bem frustrante. Existem poucos portais espalhados para viagens rápidas e, de forma geral, o mapa no menu não detalha muito bem as rotas. 

Áreas imensas como a do reino Vanaheim parecem labirintos, com entradas de uma única passagem, trechos lentos de se atravessar e voltas gigantes para chegar em pontos que que estão bem na sua frente. Isso desmotiva um bocado a busca por colecionáveis e o backtracking para realizar atividades secundárias.

PS5 vs PS4: resolução e desempenho

Kratos se defende de Freya.

Obviamente, a melhor versão de God of War Ragnarok está no PlayStation 5. É uma edição vendida à parte da versão do PS4 e, caso você queira uma atualização de uma geração para a outra, infelizmente esse processo não é grátis. Será necessário pagar 50 reais a mais pelo upgrade.

O PS5 e o PS4 Pro oferecem opções diferentes de modo gráfico, que podem ainda se beneficiar de outros recursos. A Taxa de Atualização Variável (VRR), desbloqueia a taxa de quadros, caso sua TV ou monitor tenha suporte, e é reforçada pela opção da Alta Taxa de Quadros (HFR), disponível no menu do jogo.

Seguem os dados oficiais do estúdio Santa Monica sobre o desempenho de cada console em cada modo:

  • PS5 NO MODO DESEMPENHO 

    • Resolução dinâmica de 1440p a 4K, taxa de quadros mira em 60 fps

  • PS5 NO MODO DESEMPENHO + VRR + HFR 

    • Resolução de 1440p, taxa de quadros em 60 fps desbloqueados

  • PS5 NO MODO RESOLUÇÃO 

    • Resolução de 4K nativo, taxa de quadros mira em a 30 fps

  • PS5 NO MODO RESOLUÇÃO + HFR 

    • Resolução dinâmica de 1800p a 4K, taxa de quadros mira em 40 fps

  • PS5 NO MODO RESOLUÇÃO + HFR + VRR 

    • Resolução dinâmica de 1800p a 4K, taxa de quadros em 40 fps desbloqueados

  • PS4 PRO NO MODO DESEMPENHO 

    • Resolução dinâmica de 1080p a 1656p, taxa de quadros em 30 fps desbloqueados

  • PS4 PRO NO MODO RESOLUÇÃO 

    • Resolução em 1080p a 1656p, taxa de quadros mira em 30 fps

  • PS4 PADRÃO 

    • Resolução em 1080p (com tarjas), taxa de quadros mira em 30 fps

Na minha experiência, a campanha foi concluída no PlayStation 5 e o modo desempenho com VRR e HFR ativados me entregaram uma experiência mais que adequada. Apesar de o modo resolução oferecer mais definição e traçado de raio (ray tracing), o alvo de 30 fps nem sempre era atingido, deixando as lutas e sequências rápidas com engasgos.

Porém, se você possui uma tela com suporte à tecnologia de Taxa de Atualização Variável, o modo  resolução também se torna uma boa opção, com VRR e HFR ativados.   

PS5: Áudio 3D e controle DualSense

Kratos e Atreus no trenó.

Existem outras firulas bacanas oferecidas pelo PS5. O áudio 3D, por exemplo, pode ser aproveitado direto dos alto-falantes da TV, mas o ideal é usar com os fones Pulse 3D do PS5. Eles geram uma experiência bem imersiva e eu adorei. É ótimo para se preparar para ataques de inimigos atrás do seu campo de visão. 

E, é claro, existe ainda o controle DualSense, que entrega sensações interessantes, especialmente com o machado Leviatã. Machadadas, bloqueios, aparos… o combate ganha mais nuance com a resposta tátil da geração atual. Sem dúvida, é um rumble bem superior ao DualShock 4.

Como God of Ragnarok roda no PS4?

Atreus encontra Tyr.

Eu também pude jogar o início do game no PlayStation 4 (modelo padrão) e o resultado foi mais ou menos o esperado. O console parece que vai decolar e o jogo roda com uma média de 30 quadros por segundo estável, mas com vários sacrifícios em efeitos visuais como pêlos e partículas e, naturalmente, na resolução. 

Existem tarjas pretas em todos os cantos que, pelo menos na versão do software que eu joguei, não deu pra tirar. A resolução é de 1080p (Full HD).

No geral, considerando que o hardware da geração anterior tem 9 anos, Ragnarok está bem aceitável no PS4. Essa ainda é a plataforma mais popular da marca PlayStation e, provavelmente, é o console onde a maioria das pessoas lendo esta review vai jogar.

Portanto, podem ficar tranquilos. A otimização foi bem executada e é possível se divertir sem grandes prejuízos, se você não fizer questão de qualidade premium de imagem.

Acessibilidade e localização

Kratos enfrenta Thor.

Como tem se tornado padrão em jogos do PlayStation Studios, God of War Ragnarok também fornece muitas funções de acessibilidade em seu menu. Não fiz testes com todas, mas há vários tipos de assistência na jogabilidade, além de recursos que oferecem aquela ajuda para quem possui deficiência visual e auditiva. 

Para nós, brasileiros, que moramos em um país que não fala inglês, as legendas são essenciais. Ali é possível mudar, tamanho, cor, colocar exibição do nome de quem está falando, entre outras coisas. Claro, tudo em português do Brasil. Da mesma forma, o jogo oferece diálogos de voz em português, com boa parte do elenco do último jogo retornando. 

Minha experiência de completar a campanha foi com o áudio original, em inglês, e legendas pt-br. A localização é aceitável, mas não é perfeita. Sem contar que as legendas não são escritas como uma tradução do roteiro original, mas são uma transcrição direta das vozes em português. 

Um exemplo bobo: o Mimir, no áudio original, sempre chama o Kratos — e quase todo mundo — de “Brotha”, que é um jeito coloquial de dizer “irmão”. Na versão em português, ele fala “cara” e “bicho”, como se fosse meio hippie. Porém, o fato de ele chamar as pessoas de “irmão” é importante em certos trechos da história e isso se perde um pouco na localização. É apenas um detalhe, mas se desejamos localizações cada vez melhores, é importante pontuar.

Vale a pena?

Kratos e Atreus em meio ao gelo.

God of War: Ragnarok, mesmo oferecendo uma leve recapitulação no menu inicial, é um jogo feito para quem acompanhou os eventos do game de 2018 e deve deixar confuso quem pulou a última campanha.

Dito isso, ele usa as bases do seu antecessor para expandir seus aspectos narrativos, visuais e de gameplay com muito sucesso. 

Ragnarok é uma viagem por mundos visualmente impecáveis, embalada por sistemas de combate que exigem do jogador, na mesma medida em que o recompensam. Por isso, acredito que, no modo normal, ele chega a ser mais desafiador do que era o último jogo. Primeiro, por pedir mais destreza. E depois, por ele ser mais longo, os upgrades vão chegando mais lentamente.

Os trailers não fazem jus ao conteúdo dessa campanha. Não apenas pelas surpresas do enredo, mas pelas múltiplas adições na jogabilidade — algumas que nem chegaram a ser citadas nesta análise.

É uma pena que vazamentos tenham ocorrido, porque este é um game que vale ser experimentado com o mínimo de informação prévia. Portanto, a recomendação é de ter cuidado com spoilers no YouTube e redes sociais.

Em resumo, God of War: Ragnarok conta uma história grandiosa que, entre os inúmeros momentos de ação, faz rir e chorar e que traz um encerramento muito satisfatório. Para não restar dúvidas, realmente é a conclusão desse arco nórdico, mas é uma conclusão excepcional! 

Sem medo, afirmo que é o melhor projeto do estúdio Santa Monica e que ele dispõe tantas coisas novas para ver, enfrentar e explorar, que faz God of War 4 parecer um jogo minimalista. 

Ragnarok deve agradar todos os fãs sedentos por uma continuação épica e é indispensável para quem tem um console PlayStation.

God of War: Ragnarok está disponível para PS4 e PS5. Esta análise foi feita usando uma cópia da versão de PlayStation 5 enviada pela PlayStation Studios para fins de review.


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God of War Ragnarök
  • Lançamento

    09.11.2022

  • Publicadora

    Sony Computer Entertainment

  • Desenvolvedora

    Santa Monica Studio

  • Gênero

    Ação/Aventura

  • Testado em

    PlayStation 5

Nota do crítico