
Review: Mega Man X Legacy Collection 1 & 2
Os melhores jogos do herói (e alguns dos mais exóticos) ganham nova chance de brilhar em coletâneas cheias de extras
Depois de muitos anos deixando Mega Man fora dos holofotes, a Capcom começou a corrigir o erro lá atrás, em 2015, com a coletânea Legacy Collection, que tem os seis primeiros episódios da série clássica.
A iniciativa deu certo e logo deu vez a uma segunda parte da coleção, com os episódios de 7 a 10. Mais sucesso veio e com ele o anúncio do promissor Mega Man 11, adaptações das compilações para Nintendo Switch e o renascimento do futurista Mega Man X, vertente absurdamente popular das aventuras do robozinho azul.
Divididas em duas coleções chegam os oito episódios de Mega Man X - confesso que não vejo muito sentido na divisão em duas partes, mas ao menos foi tudo lançado de uma vez nesta ocasião. Tudo está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.
A emulação de todos os títulos é perfeita, tarefa particularmente mais complicada do que nas coletâneas da série clássica, já que a agora temos títulos tridimensionais lançados para a geração PS2, uma camada de complexidade que poderia trazer problemas na execução, o que felizmente não acontece.
Enquanto X Legacy Collection 1 prima pela qualidade extrema, com jogos incríveis que servem até de hoje de referência para o desenvolvimento de aventuras 2D plataforma, a X Legacy Collection 2 chama atenção pela curiosidade: todos os episódios apresentam ampla (e questionável) variedade de estilos e jogos notavelmente menos populares do que os quatro primeiro capítulos. Oportunidade perfeita para conhecer jogos não tão conhecidos do mascote da Capcom.

A exemplo de outras coletâneas da empresa, é possível alternar entre diversos filtros gráficos e formatos de tela, incluindo artes para ocupar as laterais da tela e não deixar tarjas pretas. Curiosamente, as duas coleções não contam com função para rebobinar a ação, algo cada vez mais popular em coletâneas retrô, inclusive nos Legacy Collection da franquia clássica de Mega Man.
Ao menos, as coleções de X oferecem um modo mais fácil para todos os episódios, opção de mudara para outros idiomas (infelizmente, nenhum em português) e uma quantidade absurda de material extra, como fotos de bonecos dos games, trailers, artes e muito mais.
O principal destaque fica para o anime The Day of Sigma, prelúdio do primeiro Mega Man X que a princípio apareceu no remake Maverick Hunter, de PSP.

Em termos de novidade, a estrela é o X Challenge, modo em que Mega Man pode enfrentar dois chefões ao mesmo tempo. O desafio é divertido e pode ocupar algumas boas horas, especialmente pelas diferentes combinações possíveis de armas - antes de começar a série de lutas, existe a opção de escolher três armas diversas ou até mesmo ir só com o X Buster.
Ainda assim, acho uma pena a Capcom ter perdido a oportunidade de incluir em qualquer uma das duas coleções o curioso Command Mission, um RPG de estratégia estrelado por X, Zero e companhia.
De qualquer maneira, as duas coletâneas de Mega Man X são cápsulas do tempo de altíssima qualidade, repletas de diversão e desafio (ou, pelo menos, experimentos curiosos nos casos de X7 e X8). Com o sucesso do retorno dos episódios da série clássica e toda a empolgação por Mega Man 11, já dá até pra sonhar mais alto e ficar na expectativa: o inédito X9 é o próximo?
Espero que sim.
