A Capcom fez um dos estandes mais bonitos da E3 2017 para promover, principalmente, dois jogos: Marvel vs Capcom: Inifinte e Monster Hunter: World. O primeiro, revelado há alguns meses, ganhou mais espaço pelo enorme séquito de fãs que segue as duas marcas separadamente, e pelo próprio crossover. Com esse novo game, é bem provável que todos esses grupos aumentem, pois a empresa japonesa nunca fez um título de luta tão acessível. A introdução dos “combos simples” e das Joias do Infinito dão um ar diferente às partidas, que deixam até os jogadores menos habilidosos se sentirem como profissionais.

O combo simples funciona como um atalho para uma sequência de golpes que começa no chão e termina no ar. O dano é menor que o normal, mas o efeito que realmente conta é o visual/moral. “Queremos que as pessoas se sintam bem e entendam que é possível fazer grandes combos. Essa adição é só o primeiro passo para mostrar que o jogo possui muito mais para ser explorado”, diz Mike Evans, produtor da Capcom.

A leveza e agilidade do jogo continuam como em todos os outros. Os pulos ainda são a principal ligação para os combos mirabolantes, mas algumas novidades tornam Infinite diferente de seus antecessores.

“As Joias do Infinito farão toda diferença. Cada uma delas dará uma habilidade à dupla de lutadores que traz uma diversidade enorme ao jogo. As possibilidades de combinação são enormes e isso trará um nível de profundidade ao gameplay que nós não tínhamos visto ainda em um jogo desse gênero”, conta Peter "Combofiend" Rosas, ex-jogador profissional e agora produtor da Capcom voltado especialmente ao cenário competitivo.

Queremos que as pessoas se sintam bem e entendam que é possível fazer grandes combos Peter "Combofiend" Rosas, produtor

De fato, jogando Marvel aqui na E3, percebemos que tudo muda quando uma Joia entra em ação. Com a do Poder, por exemplo, os golpes ficam muito mais fortes; com a do Espaço, é possível prender um adversário em um cubo cósmico, e por aí vai. Além de ficar bonito na tela, já que tudo fica na cor da pedra escolhida, a dinâmica da partida se altera imediatamente.

“Infinite não é sobre acertar muitas vezes ou só fazer combos enormes. Acho que a principal diferença aqui é sobre como acertar o seu adversário. Temos esse leque de opções agora que permite mais estratégias e mais estudo dos jogadores. Definitivamente é um caso de acessibilidade e profissionalismo aliados de forma bem coesa”, opina Rosas, garantindo um balanceamento mais justo entre os lutadores.

“É impossível fazer um jogo 100% balanceado, mas vamos melhorar sim. Vai ser bem mais difícil ter um Magneto ou um Vergil, como tivemos em Marvel vs Capcom 3. As Joias com certeza vão ajudar nisso também, pois darão mais variedade e poder a combatentes de não necessariamente são muito fortes. Nossa aposta é essa”, completa o produtor.

A história de Marvel vs Capcom: Infinite

O modo história, apresentado na E3, é outro trunfo de Marvel vs Capcom: Infinite, e segue a tendência de concorrentes como Mortal Kombat, Injustice e do parceiro Street Fighter. A demo que estava na feira (também disponível na Xbox Live e na PlayStation Network) serve apenas para dar uma noção da junção dos mundos e apresentar alguns personagens.

Pantera Negra, Doutor Estranho, Gamora, Thanos e mais alguns outros foram revelados no trailer de história. Ao mesmo tempo, é possível notar como a mistura das empresas se projeta no game: as fases misturam mundos (cidades de Mega Man com Asgard, de Thor) e até no próprio vilão, Ultron Sigma - uma junção do antagonista de Mega Man com o vilão mais recente dos Vingadores no cinema.

De acordo com Mike Evans, a ideia é trazer uma história inédita, mas que tenha os pés fincados na qualidade narrativa que a Marvel apresenta no cinema. “Queremos aproveitar esse momento de êxtase entre os fãs da Marvel para usar referências e personagens que façam sentido. A ideia de incluir as Joias também vem muito disso, pois estamos alinhados com o que está acontecendo nos filmes. Isso deve não só interessar aos fãs, mas a pessoas que só conhecem a Marvel nas telonas”, disse. Por enquanto, o roteiro se baseia nos planos de dominação de Ultron Sigma, que pretende acabar com toda forma de vida biológica no universo.

Queremos os lutadores com movimentos que lembrem o dos filmes da Marvel Mike Evans, produtor

O estilo de arte também foi um ponto influenciado pelo cinema, mas não teve nenhum pitaco da Marvel. “A decisão de desenhar os personagens assim foi inteiramente da Capcom. Como Marvel vs Capcom 3 tinha um visual muito próximo das HQs, quisemos modificar 100% e tornar Infinite muito particular. A ideia é se aproximar do que vemos no cinema, para que exista essa conexão. Queremos os lutadores com movimentos e cenas mais cinematográficos, movimentos que lembrem os personagens nas telas”, completou.

Quando o assunto é cinema, impossível não falar da possibilidade de se ter os X-Men ou o Homem-Aranha no jogo. Ambos estão com direitos atrelados a outros estúdios e não pertencem 100% à Marvel, o que pode tirá-los do jogo. “Não podemos falar nada sobre isso. Onde estão os caras da Marvel? Vamos perguntar para eles!”, brincou o produtor. “Mas fiquem ligados, teremos novidades em breve”. Por enquanto, Evans também não abre detalhes sobre o que virá mais pra frente e como a história se desenvolverá. Será que teremos DLC de historia em Marvel vs Capcom? “Não podemos falar muito sobre isso, mas o nome não é Infinite por acaso”. Agora é esperar o dia 19 de setembro.