Durante uma palestra na Sweden Game Conference 2018, na Suécia, Alf Cornelius, o COO do estúdio Ubisoft Massive - responsável pela série The Division -, indicou que a política da empresa é de evitar tomar alguma posição política em seus jogos, por poder refletir mal nas vendas ou recepção deles.

“É um equilíbrio porque não podemos ser abertamente políticos em nossos games”, disse (via GamesIndustry.biz). “Então por exemplo em The Division, é um futuro distópico e há muitas interpretações de que é algo que vemos seguindo na sociedade atual, mas não é - é uma fantasia.”

“Também é ruim para negócios, infelizmente, se quiserem a verdade honesta… Mas é interessante e é uma discussão que temos, e uma discussão recorrente com nossos usuários, é claro, porque pessoas querem colocar sua interpretação no universo que criamos e ver sua própria realidade nas fantasias que damos a eles, e as histórias que os jogos representam."

Cornelius comparou o trabalho com o filme Avatar, de James Cameron, e série da qual no qual a Ubisoft Massive colabora por meio do The Avatar Project.

“A visão de James Cameron com o filme é que precisamos fazer algo como seres humanos porque vamos destruir o mundo se seguirmos como [estamos]”, declarou. “Isso é político, mas não estamos saindo por aí e falando que você deveria votar para esta pessoa, ou fazer tal coisa; mas é claramente um posicionamento político, e acreditamos que isso é importante, mas não estamos forçando a barra para ninguém.”

De acordo com a reportagem, ao ser perguntado se jogos podem ser considerados meios artísticos ao temerem posicionamentos políticos, Cornelius disse que “arte não precisa ser tão explícita”.

Neste ano, a Ubisoft já recebeu críticas pela narrativa de Far Cry 5, que para muitos fugiu da oportunidade de explorar temas como extremismo religioso na história do game.

The Division 2 leva a ação da série para a capital dos EUA, Washington D.C. O jogo sai em 15 de março para PC, PS4 e Xbox One.