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Jogamos: Metaphor usa bases de Persona para se livrar das amarras da série

Novo jogo da Atlus é simultaneamente familiar, e um tanto diferente

Por Victor Ferreira 30.06.2024 13H40

Metaphor: ReFantazio é, ao mesmo tempo, claramente um projeto das mesmas mentes por trás de Persona 3, 4 e 5, e uma tentativa de expandir para uma direção diferente.

Ao olhar para a arte, estética de menus e gameplay básico, as impressões digitais do Studio Zero – equipe formada pelo diretor Katsura Hashino e o designer de personagens Shigenori Soejima – são absolutamente claras e reconhecíveis.

Mas, ao jogar o jogo mesmo que por um breve período de tempo, dá para sentir que o time quer usar esses elementos que funcionaram em Persona (e até mesmo em Shin Megami Tensei) para explorar uma direção nova, focada especialmente em trazer um leque de opções de gameplay ainda maior aos jogadores.

Depois do Rodrigo Coelho fazer seu teste na Summer Game Fest, decidi tentar a sorte na e jogar o RPG em uma das estações da Sega na gamescom latam, onde o jogo esteve disponível ao público pela primeira vez.

Durante uma sessão breve de jogo, consegui desbravar um calabouço com um time de três personagens – composto pelo protagonista, o guerreiro com chifres Strohl e a elfa Hulkenberg – e sentir nos controles as semelhanças e diferenças entre Persona e esse novo projeto do Studio Zero.

Metaphor: ReFantazio também é, em sua essência, um RPG por turnos em que o jogador deve explorar as fraquezas dos inimigos, que variam de magias elementais até o bom e velho dano físico, enquanto também gerencia os próprios limites da sua equipe.

Atlus/Divulgação

A grande novidade em termos de gameplay acontece no preâmbulo deste combate, em que o jogador pode causar danos em tempo real aos inimigos antes de entrar no formato por turnos.

Já tinha ouvido que esse elemento seria útil especialmente para eliminar inimigos mais fracos de forma mais rápida, mas algo que apreciei mesmo nessa inclusão de combate em tempo real é a sensação de risco e recompensa ao usá-lo em oponentes mais fortes.

Ao encaixar uma série de golpes e evitar ser atingido, você pode atordoar o inimigo e entrar no modo por turnos com uma vantagem, enquanto se vacilar e ser atingido, são eles que começam atacando.

Conceitualmente não é muito diferente de atacar uma Sombra por trás em Persona, mas um envolve bem mais habilidade e chance de tomar risco do que outros (pelo menos neste trecho inicial).

Mas onde Metaphor realmente promete mudar consideravelmente a fórmula de Persona está no sistema de Arquétipos.

Atlus/Divulgação

Em Persona, apenas o protagonista é capaz de mudar de "classe" (por assim dizer) ao rotacionar personas diferentes durante o combate por turnos.

Aqui, é possível mudar os arquétipos/classes de qualquer um do trio, não muito diferente do que se encontra em sistemas de Jobs vistos em séries como Dragon Quest e Final Fantasy.

(E Like a Dragon, puxando uma outra franquia da Sega)

Não só isso, ao contrário de Persona só é possível trocar de Arquétipo entre as batalhas, então assim que o modo por turnos começar, para bem ou para mal, você estará com os elementos de sua equipe definidos.

O legal desta mudança é que permite ao jogador um leque de possibilidades muito maior na formação da sua equipe, dando uma liberdade muito maior para definir seu estilo de gameplay – especialmente se os mais de 40 tipos de arquétipos forem de fato diferentes uns dos outros.

Atlus/Divulgação

O arquétipo escolhido para o protagonista também afeta o tipo de golpe no combate em tempo real: em certo momento, mudei meu protagonista para um arquétipo mais focado em magias, e a partir daí ele passou a usar feitiços elementais ao invés de sua espada para atacar os inimigos.

Infelizmente não tive a oportunidade de ver mais do mundo além da dungeon, mas é bem claro que o Studio Zero criou um mundo de fantasia bem curioso, com suas diferentes raças de guerreiras coelho e homens com chifres.

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Tudo isso indica que o ano de 2024 vai trazer um paradigma curioso para a Atlus: enquanto Persona 3 Reload é quase uma culminação do que a empresa estabeleceu para a série até hoje, Metaphor indica uma direção diferente – mas ainda com pé no que deu tão certo anteriormente.

Metaphor: ReFantazio sai em 11 de outubro para PC, PS4, PS5 e Xbox Series. Assim como Persona 3 Reload, o jogo terá legendas e menus em português do Brasil.