Shredders é um bom sim-arcade de snowboard, mas falta algo
Jogo está disponível para Xbox Series e PC
Desde o anúncio, eu estava super animado para o lançamento de Shredders. O jogo foi desenvolvido pelo estúdio independente FoamPunch e lançado para Xbox Series e PC, com direito a presença instantânea no Game Pass.
Pude jogar no Xbox Series S e foi uma ótima experiência. Visualmente, o jogo não impressiona tanto — principalmente, por ser situado em montanhas cheias de neve e pouquíssimas áreas com construções detalhadas.
Durante as minhas jogatinas, ficou nítido o amor pelo esporte envolvido no desenvolvimento desse projeto. Há vários profissionais de Snowboard envolvidos e inseridos no game, o que me lembrou do meu primeiro contato com a série Skate. E isso, para quem realmente gosta daquilo e conhece aqueles atletas, é algo incrível.
Dividir a neve com pessoas que já ganharam vários X Games, Olimpíadas e tantos outros campeonatos é maravilhoso.
O jogo, desde o começo, demonstra uma tendência maior para o lado simulador — como é em Skate — do que para o lado do arcade — como é em Tony Hawk. Todas as mecânicas de manobras são fáceis de entender, mas são bem difíceis de dominar e fazer com perfeição.
Inclusive, a missão para me ensinar a dar um 1080 foi duríssima. Até eu entender como funcionava a inércia nas pistas, nossa... E aqui fica outro elogio para esse jogo: a física é muito bem feita.
Para realizar as manobras que exigem mais potência para girar, seja ao dar os famosos “mortais” (Frontflips e Backflips) ou os 900 e 1080, você precisa colocar o corpo na direção oposta e, na hora de realizar a manobra, jogar ele para o lado que você quer girar. Essa foi uma descoberta que explodiu minha cabeça. Facilitou muito minha vida, de verdade.
Obviamente, entretanto, surgem questões menos incríveis quando jogamos por mais tempo.
Um problema específico me perseguiu durante metade do tempo que joguei: a tradução para Português do Brasil estava simplesmente quebrada e, do nada, trechos do texto apareciam em Italiano. Pelo menos, isso foi corrigido em um patch pós-lançamento.
Outro problema, para mim, é a ambientação do game. Sim, eu sei que estamos falando de Snowboard, um esporte que é literalmente no meio de um monte de neve com algumas pistas montadas por ali.
Contudo, talvez fosse legal ter visto mais do centro urbano coberto pela neve, para fazer outros tipos de manobras e ter mais desafios.
A FoamPunch, com toda certeza, trouxe todo o amor pelo Snowboard a esse game, e isso fica evidente. Porém, sinto que faltou sair da zona de conforto para buscar atrair também um público que não está acostumado a acompanhar o esporte.
Fãs se sentirão em casa. Novatos, provavelmente, não.