PlayStation 5 vs. Xbox Series X: qual dos consoles será o mais poderoso?
Hardware revela muito sobre estratégia da Sony e Microsoft, mas ainda deixa dúvidas sobre quem sai na frente
Após meses de expectativa, entusiastas da próxima geração de consoles finalmente puderam conhecer todos os detalhes de hardware do PlayStation 5 e Xbox Series X nesta semana. Através de posts em seus veículos oficiais e de vídeos, Sony e Microsoft, apresentam tudo o que podemos esperar debaixo do capô de seus novos consoles.
Não há como negar que ambos consoles representam um salto considerável em termos de poder de fogo e de processamento gráfico quando comparados aos seus antecessores. Através da adoção de tecnologias como armazenamento em SSD, a promessa é de jogos que rodaram de forma mais fluida e de loadings mínimos.
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Mas ainda que os números revelados falem muito sobre a potência dos dois novos consoles, é importante ressaltar que Sony e Microsoft apostaram em abordagens tecnológicas diferentes para seus equipamentos – o que torna difícil a comparar a potência dos consoles sem tê-los em mãos e sem rodá-los um ao lado do outro.
Isso é especialmente verdade nas abordagens de CPU e GPU das máquinas, ainda que todos os componentes sejam fornecidos pela mesma parceria – a AMD.
Do lado do Xbox Series X, a Microsoft aposta em um processador de oito núcleos Zen 2 com frequência de 3,8 GHz – nominalmente, superior ao processador Zen 2 de oito núcleos do PlayStation 5, com 3,5 GHz.
A Sony, no entanto, fez a opção por um hardware de frequência variável, que permitirá que o console se adapte à demanda de processamento e que ofereça um "boost" durante a jogatina. A Microsoft, por sua vez, apostou na estabilidade e no processamento superior.
A história se repete no departamento gráfico. Enquanto o Xbox Series X traz uma GPU RDNA 2 de 12 Teraflops, 52 unidades de computação e frequência de 1,825 GHz, a Sony aposta em uma GPU RDNA 2 de 10,28 Teraflops, 36 unidades computacionais e frequência váriavel de 2,23 GHz.
Com menos unidades computacionais, mais clock mais alto e variável, a companhia espera que o console seja capaz de entregar mais performance quando exigido pelo jogo através de um "boost", ao invés de variar a temperatura para manter a frequência. "Em vez de rodar em frequência constante e permitir que a energia varie com base na carga de trabalho, rodamos em potência essencialmente constante e permitimos que a frequência varie com base na carga de trabalho", explicou Mark Cerny, arquiteto de sistemas do PlayStation 5, em entrevista ao Eurogamer.
As diferenças também são notáveis na memória SSD NVMe de ambos consoles.
A Sony optou por uma solução proprietária de 825 GB de armazenamento e taxa de transmissão de 5,5 GB/s não comprimido. Do lado do Xbox Series X, a Microsoft trará mais armazenamento bruto, de 1 TB, mas banda menor, com 2,4 GB sem compressão. Em tese, isso significaria que o console da Sony teria a vantagem no tempo de carga de jogos – dependendo, é claro, da otimização feita por produtoras de games.
Novamente, é difícil precisar o quanto isso será verdade ou não na prática, sem estarmos com os consoles em mãos. Tudo que temos até agora são números e demos em ambientes controlados.
Na segunda-feira (16), a Microsoft lançou uma demo técnica que mostrava o Xbox Series X carregando State of Decay 2 em apenas 10 segundos – enquanto o Xbox One X levava cerca de 50 segundos. O Xbox One X, vale lembrar, conta com um disco rígido tradicional, não SSD.
Do lado da Sony, temos apenas uma apresentação feita a investidores no ano passado, que mostrava o console de "próxima geração" da empresa carregando cenas de Spider-Man em menos de um segundo. O PlayStation 4 Pro, com um HDD de 50~100 MB/s, carregou o mesmo trecho em pouco mais de oito segundos.
São abordagens diferentes e que só vão ganhar algum significado, de fato, depois do lançamento dos consoles. É importante ressaltar também que pouco foi dito até agora sobre as ofertas de serviços do PlayStation 5 e Xbox Series X, algo que promete ser um dos grandes atrativos para jogadores de próxima geração.
Ah, e é claro, o preço. Ponto mais sensível para o consumidor, o custo-benefício dos dois consoles será um fator definidor para a nova geração, assim como pautou o começo da vida do PlayStation 4 e Xbox One. Não há Teraflop ou SSD que resista a um preço alto.