Kassab afirma que governo combaterá pressão de teles contra neutralidade da rede
Segundo ministro, país ainda precisa se preocupar com expansão da conectividade antes de debater neutralidade
Gilbert Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, afirmou que o governo atuará contra a pressão de empresas de telecomunicações para revisar o decreto que estabelece a neutralidade de rede no país.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro afirmou que “o Brasil não está preparado para essa discussão”, citando outras prioridades para o governo quando o assunto é conectividade. “É posição do governo. Somos contra [o fim da neutralidade]. Eu pessoalmente sou contra”, indicou.
“Não está na hora de discutir a neutralidade ou não. Está na hora de expandir a internet. Isso [a discussão sobre a neutralidade da rede] ficará para as próximas gerações", complementou Kassab.
Desde a decisão da agência de telecomunicações dos Estados Unidos (FCC) pela derrubada das regras que estabeleciam a neutralidade no país, empresas de telecomunicações no Brasil dão sinais de que teriam interesse em extingui-la por aqui.
No Brasil, a neutralidade da rede é garantida pelo Marco Civil, aprovado pelo Congresso em 2014, estabelecendo que todas as informações que circulam pela internet no Brasil tenham o mesmo valor – seja um vídeo, informação em texto ou imagem.
Sem a neutralidade, operadores de internet enxergam o potencial de expandir seu lucros através da cobrança de preços diferentes por diferentes “pacotes de conexão”. Um pacote com acesso à serviços que consomem maior banda, como serviços de streaming ou jogos online, poderia custar mais caro que um pacote com acesso bloqueado a esses conteúdos.