Facebook enganou crianças para aumentar lucros em games, diz site
Empresa facilitou formas de crianças gastarem com cartões de crédito dos pais
Uma nova reportagem do site RevealNews indica que o Facebook criou deliberadamente um sistema para enganar crianças e fazer com que elas gastassem dinheiro em jogos para a plataforma seu seu conhecimento.
As informações vem por parte de uma ação coletiva feita contra o Facebook, que traz 135 páginas incluindo memorandos e e-mails de funcionários detalhando estratégias secretas para o esquema.
De acordo com o texto, o Facebook encorajou desenvolvedores de jogos como PetVille, Angry Birds e Ninja Saga a fazer com que crianças gastassem o dinheiro dos pais sem perceberem - algo que a companhia chamava de "friendly fraud", ou "fraude amigável", em tradução livre.
Em 2011, investigações internas do Facebook indicava que crianças, ao jogar games pela plataforma, muitas vezes gastavam dinheiro involuntariamente, já que não sabiam que os dados de cartão de crédito dos pais estava ligado à conta.
De acordo com o relatório, só entre 12 de outubro de 2010 e 12 de janeiro de 2011 estas compras indevidas chegaram a arrecadas cerca de US$ 3,6 milhões.
Funcionários da empresa chegaram a criar jeitos de diminuir estas ocorrências, como pedir os 6 primeiros números do cartão de crédito antes de processar o pagamento. O Facebook, porém, acabou decidindo por não adotar qualquer forma de impedir estas compras.
Pelo contrário, a política da companhia foi a da já citada "fraude amigável", que tinha como foco maximizar o arrecadamento ao reforçar a desenvolvedores de jogos que deveriam deixar crianças gastar o dinheiro dos pais.
Além disso, a empresa também procurou dificultar formas de pais cancelarem as compras destes games, o que levou pessoas como Glyniss Bohannon a abrirem um processo contra o Facebook, após o filho gastar cerca de US$ 1 mil sem saber.
Procurado pelo RevealNews, o Facebook fez a seguinte declaração:
"Fomos contactados pelo Centro para Reportagem Investigativa no último ano, e liberamos voluntariamente documentos relacionados a um caso de 2012 sobre nossas políticas de reembolso para compras dentro de aplicativos que pais acreditam terem sido feitas por engano por seus filhos menores. Temos planos de lançar documentos adicionais assim como instruídos pela corte."
"O Facebook trabalha com pais e experts para oferecer ferramentas para famílias navegando Facebook e a internet. Como parte deste trabalho, examinamos continuamente nossas próprias ações, e em 2016 concordamos em atualizar nossos termos e providenciar recursos dedicados para pedidos de reembolso relacionados a compras feitas por menores no Facebook."