Review: Razer Panthera

A luva dos sonhos na pancadaria virtual

Por Maximilian Rox 18.04.2018 18H52

A era dos fliperamas fez muitos e muitos jogadores se acostumarem aos controles no estilo "arcade" — aqueles com manches e botões que no boteco mais próximo já estavam duros depois de tantos marmanjos arrebentarem na fúria de hadoukens e shoryukens por aí.

Fato é que a tradição prosseguiu entre os jogadores e a comunidade de games de luta. Com a chegada dos consoles e o "abandono" dos fliperamas, muitos ainda gostavam do estilo "nostálgico" ao jogar suas franquias favoritas, como Street Fighter, Mortal Kombat e Tekken. Surgiam as primeiras adaptações dos controles arcades para a jogatina caseira.

Com o crescimento das competições e o avanço do mercado de acessórios, muitas empresas se interessaram nessa fatia com controles dos mais variados tipos e funcionalidades. A Razer buscou entrar no mercado e disputar com as demais empresas japonesas e coreanas em 2013 com o Razer Atrox, feito especialmente para os fãs com boa compatibilidade com o Xbox 360.

Anos depois, com o foco da comunidade no Street Fighter V e a migração ao PlayStation 4, a empresa buscou lançar mais um produto de ponta com a qualidade já alcançada com o Aatrox e com mais possibilidades aos fãs da pancadaria virtual. Surgia o Razer Panthera.

Uma luva para os games de luta

O Razer Panthera reflete, à primeira vista, o design característico dos produtos da Razer. Contraste entre cores escuras demarcam o visual em uma caixa quadrada e com leves nuances, perfeito para carregar em uma mochila dentro de eventos e encontros com os amigos. Ele é mais leve e menor que alguns controles mais tradicionais e arrojados, mas tem o peso suficiente para se fixar em seu colo ao tirar "aquele contra".

Customização é um dos pontos mais fortes.

Praticidade é outra palavra-chave para o controle. Seu design padrão de botões já é pensado em diminuir o tempo dos jogadores na hora de configuração, trazendo a sequência de comandos “fracos-médios-fortes” integrados naturalmente com a configuração padrão de Street Fighter V no PS4.

Mas isso vai além: você pode trocar internamente os conectores para ajustar a sequência conforme a sua preferência. Isso funciona particularmente bem quando você prefere um layout diferente do que o padrão oferecido pelo jogo — e fazendo isso também facilita na hora de “plugar” o controle e não passar por longas seções de configurações e “button checks”.

Os comandos específicos do PlayStation 4, como L3 e o touchpad, também estão integrados e facilitam muito na hora de praticar no “Training Mode”. É por lá que os jogadores “resetam” muitas e muitas vezes as situações para treinar contra-ataques específicos e combos longos, e nesse quesito o Razer Panthera agrada e muito os jogadores.

Durante os testes, o Razer Panthera se mostrou simples e eficiente tanto durante as partidas quando na navegação pelo PlayStation 4. Os botões são macios e leves como é de se esperar dos componentes Sanwa. Além disso, ele foi reconhecido facilmente em 99% das ocasiões — com exceção de um bug estranho depois de alguns dias de testes que simplesmente parou de ser reconhecido pelo aparelho; algo solucionado com um simples “reset” do console.

Pelo PC, a adaptação também foi simples. Os computadores atuais tendem a reconhecer facilmente os controles de PS4, e o caso também se estendeu para o Razer Panthera. Foi possível explorar jogos atuais e emuladores com praticidade na hora de configurar os botões.

Customização é um dos pontos mais fortes. O controle é feito para você acessar o seu interior a qualquer momento, bastando tocar no símbolo da Razer para liberar a tampa superior. Por lá, os jogadores podem armazenar o cabo conector e as demais peças.

O interior também é feito para facilitar aqueles que gostam de "mods" e alterar os componentes com pouco trabalho, bastando retirar os conectores dos botões atuais e substituir pelos da sua preferência. Jogadores mais dedicados gostam dessa opção até pelo costume com botões mais ou menos sensíveis, como são os casos da Hori ou Seimitsu.

Praticidade é outra palavra-chave para o controle.

Aliás, para quem é fã do manche clássico dos arcades americanos — o conhecido "cotonete" — o próprio controle já traz uma opção para você alterar sem comprar acessórios adicionais.

Vale lembrar que o controle foca diretamente aos jogadores no PlayStation 3, PlayStation 4 e PC. Grande parte dos games de luta profissionais estão nesse eixo, mas os fãs no Xbox ainda contam com opções, como adaptadores ou o próprio Razer Atrox.

Por aqui, os valores estão acima de R$ 1 mil a R$ 1,4 mil, o que com certeza é salgado ao bolso de muitos gamers brasileiros. Opções "premium" de concorrentes diretos, como Madcatz e Hori, beiram nessa faixa ou um pouco mais abaixo. Os diferenciais e a qualidade do controle justificam o seu preço, então fica a escolha para o jogador saber que tipo de acessório ele está procurando.

Há um outro aspecto final, dessa vez beirando a longevidade: o Razer Panthera é feito com grande foco ao PlayStation 4, mas ainda não há a garantia que vá funcionar com a mesma qualidade em consoles de futuras gerações. Isso é importante a ser avaliado na hora da compra — principalmente porque, na transição recente entre PS3-PS4, muitos controles arcade não conseguiram acompanhar o mercado.

Como um todo, o Razer Panthera é agradável em todos os momentos que se propõe: desde o treinamento básico em sua casa quanto na jogatina com os amigos e em eventos. É feito também para agradar vários perfis, com opções diversas de customização e de fácil acesso ao seu interior. O preço, no entanto, é o ponto mais sensível na hora de avaliar o produto ideal que encaixa ao seu investimento e no seu interesse a longo prazo — mas este é um produto que compensa pela sua qualidade e amplitude de opções.

Nota do crítico