Review: Motorola Moto X4

Moto X4 cumpre bem o papel de um intermediário com ótima bateria, mas sofre um pouco no quesito de câmeras

Por Rafael Romer 19.12.2017 19H00

Mesmo mantendo um portfólio bastante extenso durante todo o ano, a Motorola ainda guardou um último lançamento para o mercado brasileiro no final deste ano  como parte da sua estratégia de ocupar o máximo de espaços possíveis em categorias diferentes de mercado.

Para fechar 2017, a responsabilidade ficou por conta do Moto X4, um intermediário que foi originalmente apresentado lá na IFA 2017 e que mostra o avanço da tendência das câmeras duplas em smartphones – que não é mais só mais coisa de modelos de topo de linha e, agora, já podem ser encontradas em aparelhos mais acessíveis.

The Enemy/Gabriel Pereira

Corpo

Com display IPS LCD Full HD de 5,2 polegadas, o Moto X4 é um modelo relativamente compacto com belo acabamento metálico e em vridro, que dá a sensação de que o dispositivo pertence à uma categoria superior. Chama a atenção, principalmente, a traseira levemente curvada na borda e toda a lateral curvada, o que garantem robustez ao modelo

Apesar de ser bem confortável na mão, o X4 é surpreendentemente denso e pesado, mais pesado, inclusive, que os próprios Moto Z2 Play e Moto Z2 Force, ambos maiores que o X4.

The Enemy/Gabriel Pereira

A traseira em vidro curvado também faz dele um cara um tanto quanto escorregadio, e, como de costume com smartphones envidraçados, impressões digitais na parte traseira serão um problema frequente. Para compensar, ao menos ele vem com certificação IP68, que protege contra poeira e imersão na água.

Por sorte dos consumidores – ou por bom senso da Motorola , as linhas intermediárias da marca ainda parecem ilesas da praga do desaparecimento das entradas P2, que continua no Moto X4, na parte inferior e junto à entrada USB-C.

O modelo também traz um sensor biomético que, assim como em outros modelos da Motorola, pode ser usado como atalho de navegação.

The Enemy/Gabriel Pereira

Infelizmente há só uma saída de áudio no dispositivo: o alto-falante solitário na parte superior, que, ao menos, permanece desobstruído quando o usuário está em uma sessão de jogatina ou assistindo a algum conteúdo na horizontal com as duas mãos.

Hardware e Software

Por baixo da bela carcaça, o Moto X4 equipa o processador Qualcomm Snapdragon 630, um modelo intermediário eficiente que dá conta de qualquer tipo de uso do dia-a-dia, seja para produtividade, navegação por redes sociais, consumo de vídeo e – é lógico – jogos mobile.

The Enemy/Gabriel Pereira

Em aplicativos de benchmark, o Moto X4 registrou uma pontuação de 69903 no AnTuTu e de 864 no teste single-core do Geekbench  4.

Ajuda no desempenho do modelo a memória RAM de 3 GB, ainda que o armazenamento interno pudesse ser um pouco além dos 32 GB. Ao menos, Moto X4 vem com uma gaveta híbrida de chips que suporta um cartão microSD de até 256 GB para expansão do armazenamento interno.

Também impressiona a boa bateria de 3.000 mAh, que, por conta do display compacto e processador eficiente, não consome tanta bateria quando seria esperado.

Após um dia inteiro de uso, incluindo navegação por redes sociais, vídeo, streaming de música pelo Wi-Fi e 4G, o dispositivo chega em casa com uma carga próxima aos 40%.

Em termos de software, o Moto X4 chegou com o Android 7.1 Nougat, mas já teve a atualização para o Android 8.0 Oreo confirmada pela Motorola.

No geral, a experiência de software oferecida pela empresa é bem limpa e próxima de um Android Puro, sem uma grande quantidade de apps redundantes com serviços padrão do Google no Android.

Uma ausência notável, no entanto, fica por conta da assistente Amazon Alexa: diferente de versões do Moto X4 lançadas lá fora, o smartphone chega ao Brasil sem a assistente. No entanto, para quem gosta de um assistente virtual à mão, vale lembrar que o Google Assistente continua por aqui.

Câmeras

Como falamos lá no começo do review, um dos destaques do Moto X4 é trazer um setup de câmeras duplas na parte traseira de um modelo intermediário – infelizmente, no entanto, as lentes deixam um pouco a desejar.

Começando pelas câmeras traseiras, que ficam em um calombo saltado do restante do corpo do dispositivo, nós temos uma câmera principal de 12 megapixels com abertura focal de 2.0 e uma grande angular de 8 megapixels, abertura f 2.2 e ângulo de visão de 120 graus.

Há também um simpatica câmera frontal de 16 megapixels e abertura focal de 2.0 para selfies, que inclui também um flash frontal.

A câmera principal traseira faz boas fotos em ambientes bem iluminados, com boa fidelidade de cores e nitidez. A realidade muda um pouco quando invertemos para a câmera secundária, que sofre em ambientes escuros e tem uma distorção lateral notável por conta do efeito olho de peixe.

Nos dois casos, o aplicativo de câmera da Motorola também volta a mostrar alguma lentidão na hora de clicar imagens, com um foco lento que resulta, frequentemente, em fotos borradas.

Do lado positivo, nós temos uma série de bons recursos de câmera que incluem o efeito retrato e um seletor de cor que permite criar imagens com apenas uma cor em destaque. Há também uma ferramenta interna de reconhecimento de objetos e marcos históricos pela câmera –, que costuma funcionar relativamente bem para objetos, mas não tão bem assim para construções.

E vale apena?

O Moto X4 chegou ao Brasil custando R$ 1.699, o que é um preço dentro dos padrões esperados por um modelo intermediário novo no país.

E ele ocupa bem esse espaço e, com a notável exceção das câmeras, que, ironicamente, eram para ser um de seus destaques, cumpre o papel de um intermediário sólido: com bom hardware, robustez e duração de bateria.

Nota do crítico