Review: Aspire VX 15, o novo notebook gamer de entrada da Acer
Com fabricação nacional, linha busca ser uma máquina com preço razoável e capacidade para encarar títulos recentes
No final de abril, a Acer anunciou a renovação de sua linha de notebooks gamers aqui no Brasil com novos modelos Predator.
Para muita gente, no entanto, talvez o maior destaque entre os modelos revelados tenha ficado não por conta dos dispositivo premium da linha, mas pelo mais “simples” da família: o Aspire VX 15, um notebook gamer de entrada com fabricação nacional que tem o objetivo de ser uma máquina com preço razoável capacidade para encarar títulos mais recentes.
Design
A primeira vista, o design do Aspire VX 15 evoca o de outros modelos da linha Predator da Acer, mas um pouco mais sóbrio do que uma boa parte dos notebooks gamers por aí. O equipamento traz construção em plástico, como seria de se esperar em um equipamento de entrada, mas ainda sim traz uma robustez interessante e um acabamento escovado que remete à uma superfície de carvão – ambas colaboram para o dispositivo não ficar com cara de equipamento barato.
O Aspire também vem com linhas vermelhas que fazem parte da identidade de Acer e combinam com as saídas das ventoinhas na parte traseira, trazendo aquela estética meio agressiva que é marca de muitos notebooks gamers, mas sem exagero. Talvez, colocando o Aspire VX 15 no limite do aceitável como um notebook gamer que também poderia ser usado para produtividade no dia-a-dia de um escritório sem se passar muita vergonha.
Display e corpo
O notebook traz um display LED LCD de 15,6 polegadas com resolução 1920 x 1080, ou seja Full HD. É uma tela honesta com um brilho que sofre um pouco embaixo da luz do Sol –, mas, convenhamos, nem todo mundo deve ter planos de levar uma máquina dessas ao parque para jogar ao ar livre.
Ainda assim: se você decidir fazer exatamente isso, vale destacar que o Aspire VX pesa 2,5 quilos e tem dimensões de 38,9 cm por 26,5 cm por 2,89 cm.
À esquerda temos trava de segurança, entrada da fonte, entrada USB 2.0, leitor de cartão SD, e porta para fones de ouvido ou microfones. À direita, porta de rede, entrada HDMI, duas portas USB 3.0 e uma porta USB tipo C. A única reclamação aqui fica por conta da concentração de quase todas portas USB no lado direito, o que pode acabar atrapalhando no uso do mouse no caso de muitas conexões.
O teclado é retroiluminado na cor vermelha e tem um bom clique profundo. Ainda assim, o feedback deixa um pouco a desejar: as teclas poderiam ser um pouco mais “clicáveis” e parecem meio moles na digitação. Por fim, um bom trackpad com um bom clique.
Hardware e preços
Partindo para a parte de dentro do Aspire VX 15, que é o que todo mundo deve estar aqui para ouvir, temos aqui duas opções de configuração: a mais potente delas – e aquela que a Acer nos enviou – vem com processador Intel Core i7 de sétima geração, uma Nvidia GeForce GTX 1050 Ti de 4 GB com memória GDDR5, 16 GB de RAM DDR4 (com slots para expansão) e 1 TB de armazenamento. Esse modelo chega por R$ 5.999.
A outra opção vem com um processador Intel Core i5 de sétima geração, placa GTX 1050 de 4 GB e memória GDDR5, mas apenas 8 GB de RAM (com slots para expansão) e 1 TB de armazenamento. Esse modelo, por sua vez, chega por R$ 4.999.
Tanto a GTX 1050 Ti quando a GTX 1050 são placas vídeo do segmento de entrada, para quem busca um bom custo/benefício e potencial para rodar games em Full HD com configurações entre média e alta. Para casar com a placa de vídeo de bom desempenho, o Aspire traz ainda um um sistema duplo de resfriamento, com duas ventoinhas – uma sobre o processador, outra sobre a placa de vídeo – que garantem um performance sem engasgos.
Desempenho de jogos
Nós testamos diferentes títulos em diferentes configurações para sentir qual o real poder de fogo do Aspire VX: Grand Theft Auto V, Overwatch, Witcher 3 e Mass Effect Andromeda. Todos, é claro, testados nas configurações padrão do notebook, do jeito que ele sai da caixa.
GTA V, que já é um jogo mais antigo bem otimizado, rodou tranquilamente no sistema, como já era esperado. Tomando cuidado com uma coisa ou outra, como textura da grama, é possível configurar o game no ultra e ainda aproveitar uma taxa de atualização de frames (FPS) estável na casa dos 60 FPS, com uma queda ou outra eventual para os 50 FPS. Resultados semelhantes podem ser vistos no próprio benchmark do GTA V.
Em jogos mais leves voltados para experiência multiplayer online, como foi o caso de Overwatch, o Aspire nem soa. Mesmo com os presets gráficos mais altos, o jogo se mantém constantemente acima dos 60 FPS até durante os momentos mais turbulentos de combate 6 vs 6.
A coisa muda um pouco quando passamos para pesos mais pesados, como Mass Effect Andromeda. Dentro da nave Tempest, nas configurações Médias, o game tranquilamente manteve na casa 60 FPS, com poucas oscilações. Quando saímos para o combate, vemos que o sistema sofre um pouco, mas mantém entre 50 FPS e 40 FPS na maior parte do tempo.
Se não se importar tanto com a taxa de atualização de frames, é possível até forçar as configurações altas e ainda manter uma jogabilidade aceitável – observamos aqui 30 FPS mesmo em situações de combate com explosões, lasers, aliens e robôs para todos os lados.
Por fim, com Witcher 3, também um jogo com um pouco mais de demanda gráfica, obtivemos resultados semelhantes na casa dos 60 FPS nas configurações média –, mas, é claro, com opções como Nvidia Hairworks desligadas.
Vale destacar também que durante todas as sessões de jogo, as duas ventoinhas fizeram um bom trabalho e um trabalho silencioso, com temperaturas mais alta batendo na casa dos 74 graus no caso da GPU – o que não vai comprometer desempenho da máquina.
Bateria
A bateria de três células traz 4605 mAh e, segundo a Acer, promete até seis horas de uso. Na prática, nós conseguimos entre três e quatro horas de reprodução de vídeo por streaming, com Wi-fi ligado e brilho no máximo. Em uma sessão de jogo, a bateria foi de 100% a zero em pouco mais de uma hora, também com a tela no brilho máximo.
Isso pode parecer bem pouco e… bem, é bem pouco. Ainda assim, esse é o tipo de comprometimento que esperamos de um computador de entrada: para manter o preço mais baixo, se ganha no processador e na placa gráfica, mas se sacrifica na bateria, por exemplo.
Vale a pena?
Do ponto de vista de hardware, o Aspire VX oferece um bom custo benefício: uma placa de vídeo atual, que não vai te levar para configurações ultra, mas enfrenta bem títulos recentes, e um processador Intel de última geração, que tem um consumo de energia menor que a sexta geração e ajuda bastante o Aspire na sua aspiração de ser um notebook gamer. É uma máquina que vai caminhar bem por, pelo menos, uns dois anos – principalmente se você investir na versão com a GTX 1050 Ti.
Por outro lado, a máquina não tem um acabamento super premium e, é claro, por essa faixa de preço, seria possível conseguir um PC desktop montado com configurações melhores. Mas o que manda aqui é a prioridade do jogador: mobilidade versus performance.
No final das contas, ainda assim, a aposta da Acer em uma máquina de entrada e com produção nacional é um acerto, e uma potencial concorrente de peso no peso para o mercado.