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Review: Sonic Forces

Nostalgia com altos e baixos

Por Maximilian Rox 14.11.2017 19H13

A Sega voltou — e, junto dela, dois novos títulos de Sonic estrearam com força e alegria em 2017. Um deles você provavelmente já saboreou neste ano, afinal Sonic Mania deitou e rolou com a benção e a paixão de todos os fãs do carismático mascote azul. Mas, além dele, havia uma outra proposta da empresa: Sonic Forces, que saiu do clássico para se aventurar na linguagem atual dos videogames.

A proposta juntou duas gerações de Sonic em um só game e ainda navega por algumas novidades que hoje estão cada vez mais presentes nos jogos eletrônicos. Depois de correr, pular, coletar anéis e salvar o mundo mais uma vez, o The Enemy veio contar se essa experiência realmente agrada os jogadores e fãs azulados.

Ambientação animal

Robotnik, o querido vilão oval da série, retorna com uma nova ameaça contra Sonic e seus amigos. Somos apresentados ao antagonista Infinite, resultado de uma série de experimentos envolvendo dimensões novas e malucas.

Inclusive, esse colapso com as linhas dimensionais foi o que trouxe o Sonic antigo — aquele mesmo, de perninhas curtas — para ajudar a Resistência a derrotar novamente Robotnik e sua ameaça tecnológica. E você, no meio disso, criará um terceiro protagonista nessa grande trama; um “novato” que também irá seguir por várias fases para acabar com os planos de Eggman.

Desta forma, há três tipos de fases que os jogadores irão experimentar em Sonic Forces. Com o Sonic novo, você irá correr boa parte do tempo com a câmera por trás do protagonista, saltando em trilhos e destruindo tudo o que tem pelo caminho. Do outro lado, o Sonic antigo irá passear com a câmera clássica e lateral, descobrindo o caminho rumo ao final da fase de várias formas possíveis. O seu avatar, o “novato”, irá misturar esses dois estilos.

Eu sei que jogar Sonic implica em correr o mais rápido possível, mas eu aconselho a parar em alguns momentos para saborear o alto nível gráfico de Sonic Forces. Este é um dos pontos mais altos de toda a aventura: o horizonte recebe um tratamento tão detalhado quanto o prédio ou a floresta que você acabou de passar. A beleza constante dos cenários vez em quando é esquecida frente ao gameplay frenético e beirando a velocidade do som, mas ela está lá, enchendo os olhos dos jogadores.

Na ambientação, outro ponto que chama a atenção é a trilha sonora frenética e que combina muito bem com a correria contra os desafios e o relógio. A Sega utilizou de uma setlist com batidas eletrônicas ao estilo oriental que combina principalmente quando você está na adrenalina da alta velocidade.

Mas nem tudo segue esse ritmo perfeito.

“Já acabou?”

A frase acima é um pouco recorrente durante a aventura. Seja pela duração da história — que beira de quatro a cinco horas — ou pelas fases curtas e sem muitas variações de desafios, Sonic Forces peca em não manter o jogador constantemente entretido dentro de uma mesma missão.

Parte desse fator está implícito no design de desafios mais simples que o normal. Não é difícil vencer uma fase “por osmose” segundo a mesma fórmula: aperte um botão em sequência para acabar com os inimigos, acumule algum “boost” pelo caminho e siga em altíssima velocidade até encontrar alguma rampa que te leva para outro lugar. Você repete esse processo por dois minutos até chegar no final da fase. Claro que há exceções por aqui, ainda mais nas batalhas contra os chefes que são desafiadoras e naturalmente mais envolventes.

Há adicionais que buscam implementar o tempo dentro do jogo. Conforme o tempo passa e a aventura prossegue, missões anteriores recebem pedidos de ajuda para você revisitar a fase. Você também pode explorar as clássicas áreas secretas ou disputar o tempo contra os demais jogadores nos rankings globais. Ou ainda liberar todas as medalhas do jogo. Tudo isso incentiva o perfil mais dedicado de fã, principalmente aqueles que gostam de liberar tudo, criar o seu próprio personagem no mundo de Sonic ou mostrar que é o corredor mais rápido do oeste.

Os controles contam com alguns pontos negativos, principalmente se você estiver parado. Em uma das fases dentro de uma pirâmide, por exemplo, eu morri várias vezes fora do mapa porque Sonic saía correndo só de manter o direcional pressionado por alguns microsegundos (calma aí, Sonic!). Combater inimigos frente a frente também traz interações esquisitas, principalmente porque você pode escolher entre várias armas com efeitos diferentes. Nestes dois casos é preciso ter calma e mais paciência que o normal — algo que quebra o ritmo naturalmente rápido do jogo.

Velozes e furiosos

Fato é que se colocarmos Sonic Forces e Sonic Mania lado a lado, os dois a 80 por hora, o segundo com certeza terá vantagens em muitos pontos que agradam os fãs de longa data. Mas isso não implica necessariamente que Sonic Forces é um jogo que fica em marcha lenta o tempo todo — há pontos que se destacam com muito louvor aqui.

A trilha sonora e os gráficos detalhados criam uma ambientação incrível. Há também tentativas de manter o jogador com conteúdos diversos, seja pela disputa de rankings, missões secretas ou desbloqueios para o seu avatar. A história não é das mais cativantes, mas mostra esforço em contextualizar constantemente o jogador dentro do papel do "novato" e seu envolvimento na guerra daquele universo.

Além dos fãs apaixonados, Sonic Forces é indicado para quem teve pouco contato com a série no decorrer dos últimos anos. Ele mistura as duas gerações do ouriço com um gameplay fácil de entender em uma tentativa de modernizar a franquia frente a muitos públicos. É uma tentativa que bateu em alguns obstáculos no meio do caminho, mas a aventura continua com a adrenalina e um "gostinho" que só mesmo Sonic poderia nos trazer.

Sonic Forces está disponível para PlayStation 4, Xbox One, PC (Steam) e Nintendo Switch. O jogo foi testado em um PlaySation 4 padrão. Clique no nome das plataformas para conferir o preço em sua versão digital.

Nota do crítico