Mortal Kombat completa 30 anos em 2022, sendo muito mais velho do que boa parte das pessoas que jogam. Desde a chegada do primeiro jogo, foram incontáveis horas de brutalidade em algumas das lutas mais sangrentas dos games (e de qualquer tipo de mídia, na verdade).

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Nesta lista, o The Enemy traz um ranking de todos os jogos da série Mortal Kombat, que podem ser divididos em duas categorias básicas: os jogos de luta, como MK11, e os jogos de ação, como Shaolin Monks.

Aliás, sinta-se à vontade para compartilhar esta matéria com amigos que também gostam da franquia.

 

3. Mortal Kombat: Special Forces | 2000

Jax entre paredes.

Vamos começar com ele, o não tão famoso Mortal Kombat: Special Forces. Aquele jogo da franquia sobre o qual muitos fãs nem sequer ouviram falar. 

Por incrível que pareça, até Special Forces já acertou uma vez. No caso, por ter apresentado Tremor, um personagem do qual as pessoas até reaprenderam a gostar, graças a Mortal Kombat X.

Agora, se tirarmos o Tremor da equação, esquece. Special Forces é como um filho horroroso de Metal Gear e aquele beat 'em up clássico do Jackie Chan lançado para o primeiro PlayStation. É desesperador.

2. Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero | 1997

Sub-Zero em salão espelhado.

Cronologicamente, Mythologies: Sub-Zero é o Mortal Kombat com a história situada mais no passado — até antes do primeiro torneio, quando Bi-Han, que depois se tornou Noob Saibot, teve de lutar contra Shinnok e Quan Chi.

Honestamente, a história do jogo do Sub-Zero tem valor. Afinal, foi esse jogo que mudou a explicação original sobre como o primeiro Sub-Zero matou Hanzo Hasashi, o nosso querido Scorpion. Até Shinnok e Quan Chi, figuras hoje respeitáveis da mitologia de MK, foram apresentados nesse jogo.

O problema nunca foi conceitual. A questão é, simplesmente, que o jogo veio todo problemático. A mistura de jogo de aventura com jogo de luta deu totalmente errado, e aquelas cenas com atores reais eram absolutamente toscas.

1. Mortal Kombat: Shaolin Monks | 2005

Liu Kang dá um gancho no inimigo.

O bebê de muitos fãs de Mortal Kombat foi o único jogo de aventura da franquia que deu certo.

A história se passa logo depois do primeiro torneio, em uma linha do tempo alternativa, na qual Liu Kang e Kung Lao são os personagens principais do começo ao fim.

Hoje em dia, é difícil não rir de alguns diálogos e acontecimentos da história que não deveriam ser engraçados, mas a galhofa de leve sempre fez parte de Mortal Kombat.

Os combos desse jogo, somados aos fatalities que podiam ser executados quase a qualquer momento nos inimigos, eram o verdadeiro brilho da experiência.

Brigar contra grupos sempre passava aquela sensação de que você pode quebrar qualquer um na porrada, e é isso que a gente quer sentir nesses jogos.

Aliás, aquela sequência final de lutas, com Shang Tsung, Kintaro e Shao Kahn... Cadê o segundo jogo? Cadê o remake disso?!

Pronto! A parte fácil foi. Agora, vem a parte difícil, porque eu gosto demais de todos os jogos de luta. Mas vai dar certo. 

11. Mortal Kombat: Armageddon | 2006

Tela de seleção de personagens em Armageddon.

O último lugar dos jogos de luta não deve ser tão polêmico. Afinal, Armageddon é tão medíocre que fica difícil até para o fã mais obcecado defendê-lo.

A parte boa do jogo era que todos os personagens já apresentados na franquia até aquele momento eram jogáveis — exceto por Tremor, de Special Forces.

A parte ruim era todo o resto. As mecânicas de combate não evoluíram em relação a Deception, que foi o jogo anterior, e pior: os Fatalities eram todos "criados pelo jogador".

Mas não criados de uma forma legal. Você só ficava arrancando partes do corpo do adversário e já era, sem personalidade alguma. Todo o mundo fazia as mesmas coisas. Não existia personalidade alguma.

Pelo menos o minigame de kart era divertido. 

10. Mortal Kombat: Deadly Alliance | 2002

Tela de personagens de Deadly Alliance.

Com a guinada de Mortal Kombat para o 3D, em Mortal Kombat 4, algo que repercutiu extremamente mal, era de se esperar que a equipe não fosse insistir na ideia. Né? Errado!

Deadly Alliance foi a consolidação daquele que se tornaria o período mais aloprado de Mortal Kombat. Era como se a equipe dissesse: "Você achou Mortal Kombat 4 ruim? Espere até ver o próximo."

Exceto pela Li Mei, todos os personagens novos de Deadly Alliance eram inúteis. Principalmente, o Mavado, que talvez seja uma das adições mais genéricas na história da franquia.

Algumas mecânicas eram legais, como fincar a espada no inimigo para causar dano constante, mas, fora isso, é difícil encontrar aspectos para elogiar.

Pelo menos Deadly Alliance rendeu uma contribuição notória para a franquia, que foi a adição das Kryptas. 

9. Mortal Kombat vs. DC Universe | 2008

Batman vs. Coringa na seleção.

Pois é. Existiu um dia em que o atual NetherRealm Studios pensou: "Sabe o que seria legal? Se os personagens de Mortal Kombat e os da DC Comics lutassem."

Com lutadores um tanto robóticos e mecânicas que eram mais legais visualmente do que realmente inovadoras, Mortal Kombat vs. DC Universe teria sido um desastre completo se não fosse por dois detalhes.

Em primeiro lugar, temos de destacar o fato de que foi o primeiro contato da equipe de MK com personagens da DC Comics — que, mais tarde, viriam a estrelar Injustice.

Além disso, esse foi o primeiro jogo a trazer um modo História nos moldes daqueles que a gente vê, hoje em dia, em Mortal Kombat e Injustice, de fato.

Pode ser doloroso admitir, mas Mortal Kombat vs. DC Universe talvez seja o jogo mais importante na história recente da franquia Mortal Kombat; um título que viabilizou contar a história de uma forma totalmente inovadora nos jogos de luta.

8. Mortal Kombat 4 | 1997

Tela de seleção de MK4.

Mortal Kombat 4 foi o primeiro jogo que colocou em dúvida a qualidade da franquia.

Em termos de visual, era extremamente ultrapassado. Em termos de jogabilidade, Tekken já era infinitamente superior. Aliás, para você ter ideia, MK4 e Tekken 3 são do mesmo ano. Tipo... Nem existe comparação.

Apesar dos problemas, Mortal Kombat 4, ao contrário de Deadly Alliance, por exemplo, apresentou personagens que se tornaram cruciais para a mitologia de Mortal Kombat, como Shinnok, Quan Chi e Fujin.

Bom, eles já tinham aparecido em Mythologies: Sub-Zero, mas não eram jogáveis até MK4.

Também foi nesse jogo que personagens passaram a usar armas livremente pela primeira vez, e descobrir o comando para puxar a arma de cada lutador sempre era uma aventura.

7. Mortal Kombat Deception | 2004

Tela de seleção de Deception.

Uma vez, perguntei para Ed Boon qual era o jogo favorito dele dentre os que saíram na era 3D. Ele respondeu, lá na BGS de 2019, que era Deception. Aliás, ele nem hesitou, e é fácil entender o porquê.

Ainda que Deception tenha apresentado mais personagens toscos de Mortal Kombat, como o nada saudoso Kobra, que era uma cópia do Ken de Street Fighter, Deception foi o jogo que melhor soube explorar a tridimensionalidade em MK.

Até aquelas armadilhas roubadas, que acabavam com a luta no primeiro round, eram divertidas na hora de subir a torre, por exemplo. Cercar o inimigo até encaixar ele na área da armadilha era bom demais.

Não bastasse isso, existia ainda o modo Konquest!

Por um lado, essa aventura em um mundo quase aberto era bem chata de jogar. Por outro, Konquest finalmente deu aos jogadores uma ideia sobre como eram os demais mundos de Mortal Kombat.

Reino da Terra, Outworld, Edenia, OrderRealm, ChaosRealm, NetherRealm. Todos esses nomes ganharam significado de verdade somente em Deception, que foi um jogo fundamental para aprofundar a mitologia de MK — ainda que, na prática, o modo Konquest fosse terrível.

6. Mortal Kombat X | 2015

Predador em MKX.

Finalmente, chegamos à melhor parte de Mortal Kombat. Convenhamos que a primeira trilogia, dos anos 1990, e a última, que começou com o reboot de 2011, são o que Mortal Kombat realmente precisa ser.

Para começar, temos Mortal Kombat X, que evoluiu bastante as mecânicas apresentadas em Mortal Kombat 9, além de expandir aquela tradição maravilhosa dos personagens convidados com Jason, Predador, o Alien e mais personagens.

Infelizmente, os personagens originais de Mortal Kombat X não eram tão legais assim. De toda a turma da Cassie Cage, somente ela e Jacquie Briggs realmente conquistaram o público a ponto de voltar no jogo seguinte.

A história também não era das melhores, já que recorreu ao famoso recurso dos personagens zumbis para não perder grandes nomes, como Liu Kang e Kitana.

De forma geral, Mortal Kombat X é excelente. Ainda assim, existem jogos melhores... Ou, como no caso do próximo jogo da lista, mais importantes.

5. Mortal Kombat | 1992

Tela de personagens de MK1.

Eu jamais teria coragem de deixar o primeiro Mortal Kombat fora do top 5. Foi esse jogo que começou tudo.

Ainda que os comandos fossem extremamente básicos, sem opções tão interessantes de combos, o primeiro Mortal Kombat foi um fenômeno cultural.

Da noite para o dia, milhões de jogadores se depararam com um nível de violência até então sem precedentes no mundo dos jogos. Os fatalities, especificamente, eram tão polêmicos para a mídia quanto amados pelos fãs.

Scorpion e Sub-Zero já estavam no elenco jogável, prontos para o sucesso. Os ninjas logo se tornaram duas das figuras mais reconhecidas dos jogos.

Nos Estados Unidos, é dito há muito tempo que Mortal Kombat, Night Trap e Doom foram os três jogos que levaram à criação do ESRB, que é o órgão responsável pela classificação indicativa dos jogos no país norte-americano.

Poucos games na história da indústria causaram impacto suficiente para mexer com leis de países! Mortal Kombat 1 foi bom demais.

4. Mortal Kombat 9 | 2011

Kratos em MK9.

O reboot de Mortal Kombat uniu toda a primeira trilogia dos jogos em um título só com um final completamente diferente.

Me lembro até hoje da euforia que senti ao saber que Mortal Kombat voltaria às raízes com um jogo 2D que levava em conta todos os acontecimentos dos jogos anteriores.

Pense comigo: Armageddon foi lançado em 2006. Dois anos depois, saiu Mortal Kombat vs. DC Universe. Parecia não existir mais volta para Mortal Kombat. Aí, do nada, anunciam um jogo com o retorno do Shao Kahn e, na primeira cena do renovado modo História, todos os heróis e vilões aparecem mortos depois de Armageddon. Foi uma sensação surreal.

Em termos de jogabilidade, existiam algumas facilidades para apelar em cima dos adversários com certos personagens, e isso não era uma coisa boa. Faltou mais cuidado com equilíbrio.

Ainda assim, era um jogo maravilhoso. A lista de personagens jogáveis era sensacional, a recriação dos primeiros torneios foi impecável e a utilização do modo história apresentado em Mortal Kombat vs. DC Universe, nossa... Que combo.

3. Mortal Kombat 2 | 1993

Liu Kang é escolhido para a luta.

O clássico absoluto dos jogos de luta ao lado de Street Fighter 2. Mesmo que Mortal Kombat 1 seja, por motivos óbvios, o jogo mais importante da série, foi Mortal Kombat 2 que apresentou a franquia para muitos jogadores.

É impressionante como, no segundo Mortal Kombat, todos os personagens adicionados foram abraçados pelos fãs. Talvez o Kintaro não entre na lista, mas só ele.

Baraka. Kitana. Mileena. Jax. Kung Lao. E, acima, de tudo, Shao Kahn. Com esse nível de elenco, Mortal Kombat 2 só podia ser um sucesso gigantesco.

Algumas pessoas não gostam muito da inteligência artificial em Mortal Kombat 2, que, realmente, tem muitas vantagens em cima dos jogadores. Mesmo assim, só de ouvir a música da abertura já vem aquele arrepio. Sério. Perfeito.

2. Mortal Kombat 3 | 1995

Tela de personagens de MK3.

O ápice da primeira trilogia de Mortal Kombat foi o terceiro jogo. Principalmente, Ultimate Mortal Kombat 3, que era a versão com Scorpion, Sub-Zero mascarado, Noob Saibot, Rain e mais uma galera.

Foi lá no terceiro Mortal Kombat que os combos da franquia começaram a ficar mais complexos, com sequências de botões específicas para realizar diferentes movimentos, além da possibilidade de mesclar combos com golpes especiais de forma mais dinâmica.

Durante a era 3D, a importância de Mortal Kombat 3 para a franquia não era tão óbvia, já que os jogos eram completamente diferentes. Mas, com o retorno ao 2D, em 2011, ficou evidente quanto era possível aprofundar as mecânicas do terceiro jogo.

Além disso, todos os cenários e a história de Mortal Kombat 3 eram muito mais sombrios do que nos jogos anteriores. A Terra parecia perdida. Raiden já não tinha como ajudar. Sério, esse jogo foi um marco na história da franquia de todas as formas possíveis. 

1. Mortal Kombat 11 | 2019

Seleção de personagens de MK11.

Chegamos, finalmente, ao melhor Mortal Kombat de todos os tempos. Sim. Mesmo eu sendo um saudosista dos jogos antigos, é impossível não reconhecer Mortal Kombat 11 como o melhor jogo.

Em primeiro lugar, é o título mais sofisticado da série em termos de jogabilidade. Seja na criação de combos ou na utilização das barras defensivas para evitar o adversário, Mortal Kombat 11 é um jogo de luta 2D quase impecável.

Além disso, a história em si, apesar de sugerir mais um reboot, é muito boa. Mesclar personagens clássicos com personagens novos, ainda que por meio de viagem no tempo, funcionou muito bem.

Uma camada inédita foi adicionada à mitologia graças à presença de Kronika. Liu Kang fez o retorno triunfal como protagonista da série. Cassie Cage, que não tinha sido tão bem explorada em Mortal Kombat X, se tornou a personagem que o estúdio queria que ela fosse.

Mortal Kombat 11, provavelmente, foi o jogo que mais joguei nos últimos anos. Ainda mais com a expansão Aftermath, que trouxe o Shang Tsung de volta — e com o visual do filme de Mortal Kombat, de 1995, que foi o filme ao qual mais assisti na vida.

É difícil não ficar curioso para saber o que vai rolar no próximo Mortal Kombat. Afinal, Aftermath tem dois finais possíveis, e não existe confirmação sobre qual deles é canônico por enquanto.

Na boa, se você tem algum tipo de preconceito com os jogos mais recentes de MK, deixe isso de lado e experimente Mortal Kombat 11. É quase impossível não amar.