Todos os jogadores de Mortal Kombat sabem, hoje, que o torneio é, na mitologia dos jogos, uma maneira de garantir que reinos possam se defender de invasores externos — Outworld e o Reino da Terra, por exemplo.

No entanto, esse nem sempre foi o significado da competição. Lá atrás, ainda no primeiro jogo, de 1992, a história era completamente diferente. Personagens já apresentavam, sim, habilidades impressionantes, mas a trama geral era bem menos megalomaníaca.

O enredo antes das mudanças

Primeira tela de Goro em MK.

Raiden, por exemplo, já era conhecido como Deus do Trovão, mas ele não era o grande protetor da Terra. Pelo contrário, ele chegou a assumir a forma de um humano para poder competir — e o final dele na torre era absolutamente assustador.

Basicamente, a história do primeiro Mortal Kombat girava em torno de uma grande competição que envolvia guerreiros de diferentes partes do mundo. Era como se o torneio fosse uma tradição antiga de monges.

Final macabro de Raiden.

500 anos antes da história do jogo começar, um guerreiro meio-dragão chamado Goro, um ser com 2 mil anos de idade, havia se tornado o grande campeão após derrotar o monge shaolin Kung Lao.

Depois dessa vitória, a competição caiu nas mãos de Shang Tsung, que "corrompeu" (como consta na descrição do próprio jogo) o chamado Mortal Kombat. Essa figura misteriosa, naturalmente, se tornou o grande chefe a ser derrotado.

A gradual mudança para o sobrenatural

Scorpion ataca Cage.

É fato que existiam poderes mágicos, criaturas fantásticas, um espírito vingativo disfarçado de ninja e um feiticeiro bizarro, mas o torneio não colocava em jogo a existência de mundos inteiros.

Não à toa, os cenários eram todos mais "pé no chão" e buscavam, objetivamente, uma caracterização mais próxima ao que seriam competições normais — com direito até mesmo a uma platéia em Shang Tsung's Courtyard, por exemplo.

Shang Tsung sentado.

Esse mesmo sentimento de um torneio "realista" estava presente em Warrior Shrine, que era um espaço no qual existiam esculturas dos lutadores daquela edição, e Shang Tsung's Throne Room, no qual adversários se enfrentavam diante do anfitrião do campeonato.

Conforme se avançava na torre, jogadores chegavam, finalmente, aos dois inimigos finais, que eram os primeiros — e únicos — elementos nitidamente não humanos presentes no game. Inclusive, o contexto mais sóbrio em que eles eram apresentados os tornava ainda mais impressionantes.

Um jogo único

Goro ao lado de Shang Tsung.

O primeiro Mortal Kombat com certeza é o jogo mais simples na franquia inteira. Ao mesmo tempo, existe uma atmosfera incomparável naquele primeiro game em relação aos demais. Era tudo mais estranho; tudo parecia mais sinistro, ainda que as finalizações fossem menos violentas.

Essa transição gradual das lutas comuns para batalhas contra seres que pareciam vir de outras dimensões era brilhante. Quando finalmente chegava a hora de enfrentar o lutador de quatro braços ou o feiticeiro que roubava almas e se transformava em outros personagens, você mal podia acreditar.

LEIA MAIS

Talvez você, leitor, não se divirta tanto jogando o primeiro Mortal Kombat. Afinal, é fato que os jogos de luta evoluíram drasticamente desde então. Ainda assim, aos que são curiosos e gostam do universo de Mortal Kombat, recomendo que experimentem. É um jogo realmente digno da reputação que construiu.


Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na Twitch, Twitter, Facebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.

Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!