Em 19 de março, Super Metroid comemora 29 anos. Um verdadeiro gigante do Super Nintendo, o jogo de plataforma acompanha Samus Aran em seu retorno ao planeta Zebes para recuperar o bebê Metroid das mãos dos Space Pirates.
Super Metroid é, indiscutivelmente, um dos pilares dos games. O título é lembrado, principalmente, por seu level design, construído de forma que o jogador tenha um constante sentimento de descoberta – mesmo ao retornar aos espaços que já visitou.
O labirinto não linear que forma o planeta permite que os jogadores experimentem o jogo de formas diferentes – não a toa, o game é um dos favoritos dos speedrunners. Além disso, o sentimento de surpresa é um cristal que se manteve intocável diante do teste do tempo.
Perder-se para descobrir
Super Metroid é sobre se perder. No vasto mundo interconectado de Zebes, Samus Aran deve – como sempre – readquirir suas habilidades e colecionar novos itens para poder progredir no jogo.
Sendo assim, empacar mais de uma vez é algo completamente normal. O jogador se pergunta frequentemente: “O que estou fazendo de errado? Como seguir?”
O complexo level design testa a percepção do jogador dos seus arredores.
Este aspecto, somado ao alto nível de dificuldade, tornam a experiência memorável e recompensadora.
Porém, voltar a Super Metroid é perceber o quão trucados são os controles – mas, acredite, eles são parte essencial da magia do clássico.
Os controles atuam como engrenagens que se encaixam tão perfeitamente com o level design que, juntos, estes dois aspectos tornam difícil a tarefa de recriar este clássico em um remake.
A inesquecível jornada por Zebes é embalada por uma ambientação opressora inspirada no terror sci-fi. Os cenários bizarros e misteriosos e a trilha sonora marcante atuam de forma a deixar o jogador em estado constante de inquietação.
Isso vale até mesmo para a área de salvamento de jogo. Essas salas possuem uma trilha de fundo construída para transmitir ao jogador que, mesmo ali, ele não está a salvo.
A narrativa, que dispensa o uso de palavras, e as batalhas de chefão desafiadoras também contribuem para que Super Metroid seja inesquecível.
Afinal, como esquecer o susto da batalha de Crocomire, ou a confusão até descobrir como derrotar Phantoom? Isso sem mencionar, claro, a épica batalha final contra Mother Brain.
Há um único aspecto, porém, que não envelheceu bem nesta obra-prima – e ele se estende para a aventura anterior de Samus em Metroid 2. Trata-se da bizarra relação entre a protagonista e o Metroid recém-nascido, que o jogo tenta vender como um laço de “mãe e filho”.
A relação que a narrativa tenta empurrar é totalmente improvável. Primeiro, porque apela para um suposto “sentimento materno” de Samus – com base apenas no fato de que é mulher. Segundo, porque o bebê pertence à espécie que a caçadora jurou exterminar.
Desenvolvimento
Super Metroid foi desenvolvido pela equipe da Nintendo R&D1, liderada pelo lendário Gunpei Yokoi, designer do Game Boy.
O desenvolvimento teve início logo após a chegada de Metroid II: Return of Samus para o Game Boy em 1991. O intuito, obviamente, era criar um jogo que fosse superior aos jogos anteriores da série em todos os aspectos – um objetivo que foi cumprido com sobra.
O time teve sucesso em criar um jogo que combinou a jogabilidade clássica de Metroid com melhorias significativas, principalmente no level design. Na época, os cenários 16 bits deslumbrantes também arrancaram elogios da crítica.
Ao longo dos dois anos de produção de Super Metroid, a equipe do R&D1 enfrentou diversos desafios – mas o resultado final entrou para a história.
O legado de Super Metroid
O brilhantismo de Super Metroid, junto ao seu sucesso nas vendas, tornaram o título um marco na história dos jogos de plataforma. A influência do game no gênero metroidvania é indiscutível, visto que foi ele o responsável por estabelecer a fórmula básica para o gênero.
Claro, a exploração linear já era um aspecto presente desde o primeiro Metroid, lançado em 1986. Contudo, foi em Super Metroid que ele alcançou um número incrível de pessoas por sua genialidade e popularidade.
Sendo assim, a exploração não linear, a progressão gradual por meio da obtenção de habilidades e itens, a complexidade de um mapa formado por áreas interconectadas e a possibilidade de voltar a áreas anteriores com novas habilidades inspirou inúmeros jogos posteriores.
É o caso de Castlevania: Symphony of the Knight e indies que protagonizaram a recente popularização do gênero, como Hollow Knight, Ori and the Blind Forest e Blasphemous. Sendo assim, se é fã de um desses jogos, é recomendamos fortemente que jogue o título que instaurou o gênero.
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Super Metroid está disponível no catálogo de Super Nintendo do Nintendo Switch Online.
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