É fato que Guitar Hero está entre os maiores fenômenos culturais dos jogos que existiram nos anos 2000. Não faltavam fãs da franquia de todas as idades e de todos os lugares entre 2005, quando saiu o primeiro título da série, e 2007, quando saiu Legends of Rock, e até um pouco depois disso.

Axel no segundo Guitar Hero.

Durante essa era prolífica dos jogos de ritmo, uma outra série ganhou bastante notoriedade: Rock Band. Havia uma certa divisão entre fãs de uma e de outra, mas, no geral, todas as pessoas queriam testar os jogos de ambas as franquias.

Agora que a Activision pertence, de fato, à Microsoft, muitas fãs aguardam esperançosamente pelo anúncio do retorno de Guitar Hero com um novo jogo ou, pelo menos, pela disponibilização dos jogos da série no Game Pass.

Gameplay clássico de Guitar Hero.

No entanto, sejamos sinceros: será que Guitar Hero ainda faz sentido? Ou é um produto específico de um tempo específico que jamais teria como alcançar o mesmo sucesso? É sobre isso que os repórteres Diego Lima e Matheus Oliveira falam nos textos abaixo.

Diego Lima - Guitar Hero não precisa voltar

Personagem oitentista de Guitar Hero.

Eu nem sei quanto tempo passei jogando Guitar Hero durante o início da adolescência. Foi uma série que me apresentou muitas bandas novas e muitas músicas que aprendi a amar. Meu favotiro, inclusive, era o injustiçado Guitar Hero Encore: Rocks the 80s. Ainda é.

Honestamente, sempre preferi jogar com controle em vez de instrumentos de plástico. Não sei explicar o motivo, mas me parecia mais confortável (e era, de fato), além de ser mais barato, porque os equipamentos não eram lá muito baratos.

Apesar das boas memórias, de passar horas tocando em shows para comprar todas as guitarras na lojinha do jogo depois (sem gastar dinheiro de verdade para comprar coisas de mentira), confesso que não consigo imaginar que essa série possa se revitalizar em um novo contexto, no qual cópias de Guitar Hero existem aos montes na internet — e, por incrível que pareça, elas são muito competentes no que se propõem a fazer.

Não consigo conceber que Guitar Hero possa voltar a se tornar algo realmente grande com jogos novos. A quantidade de músicas, provavelmente, pareceria limitada demais, o estilo de jogabilidade já é batido (e, quando tentaram inovar, em Guitar Hero Live, deu errado) e as microtransações seriam absurdas, com certeza.

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Seria ótimo voltar a ter acesso aos jogos clássicos por meio do Game Pass, sim, mas eu jamais apostaria no sucesso de lançamentos realmente inéditos. Guitar Hero era o produto ideal para um período específico da história que já passou.

Matheus Oliveira - Tragam Guitar hero de volta

Guitarrista clássico de Guitar Hero.

Não sei para vocês, que estão lendo, mas, ao menos para mim, Guitar Hero foi, além de uma oportunidade para colocar as músicas que eu gosto em volume alto com a desculpa de "estar jogando videogame", também uma chance de me sentir parte de uma banda de rock arrasando nos palcos afora.

Durante a era do PlayStation 2 e, depois, do Xbox 360, a série representou os momentos nos quais jogadores podiam se sentir como astros do rock, montar duplas e, posteriormente, até bandas completas com mais equipamentos, como bateria e até microfone.

O sentimento que cria-se em mim com a remota chance de vermos novos Guitar Hero sendo desenvolvidos é não um simples golpe de nostalgia, mas uma empolgação para saber onde a série pode chegar com a tecnologia e recursos com os quais games contam hoje em dia.

Guitar Hero Live, obviamente, passa longe de ser o melhor exemplo de como modernizar a série, e, com isso em mente, imagino como a Activision pode mudar os planos e revolucionar o mercado utilizando tecnologias como VR, por exemplo, ou mesmo transformando um suposto novo Guitar Hero em uma plataforma com centenas ou até milhares de músicas.

A ideia não seria apenas colocar personagens clássicos da franquia com gráficos impressionantes na tela, naquele mesmo esquema de notas descendo, mas, sim, aprimorar a experiência de transformar todos em astros do rock, resgatar o sentimento de fãs antigos e, mais do que isso, até impactar novas gerações que, hoje, tem a série como praticamente inacessível por meios oficiais.


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