Depois da segunda missão de Cloud com a Avalanche, em Final Fantasy 7, ele despenca em direção à igreja onde conhecemos uma das personagens mais importantes e carismáticas do universo de Final Fantasy 7: Aerith Gainsborough.
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Recentemente, voltei a jogar a versão original de Final Fantasy 7 para diminuir um pouco a ansiedade enquanto espero pelo tão aguardado Final Fantasy VII Rebirth. Não demorou até que eu alcançasse um trecho de poucos segundos de duração que ficou eternizado em minha memória desde a primeira vez em que joguei.
Cloud e Aerith, seja no FF7 clássico ou na recriação, são perseguidos por Reno, dos Turks, pouco após se encontrarem pela segunda vez, quando o protagonista cai na igreja. Juntos, eles saem correndo da organização, que está de olho na Aerith, a última dos Cetra, há muito tempo.
Bem humorado, o trecho da fuga nos leva por alguns telhados da parte inferior de Midgar. Durante a caminhada, Cloud e Aerith ficam lado a lado, sozinhos, pela primeira vez.
Lá em 1997, a SquareSoft (empresa que hoje conhecemos como Square Enix) procurava a melhor maneira de se aproveitar da tridimensionalidade para contar as próprias histórias. Em um mundo não limitado ao 2D, as chances de despertar reações emocionais mais fortes nos jogadores eram maiores mesmo nas cenas mais sutis. Inclusive, foi o meu caso durante esse trecho dos telhados.
Por mais que, segundos antes, Cloud e Aerith estivessem cercados de inimigos por todos os lados, quando eles chegam ao lado de fora, a certeza da calma vem junto para nos acolher. Acima das casas improvisadas que existem no nível inferior de Midgar, não existem mais encontros aleatórios com criaturas e nem engravatados misteriosos nos perseguindo.
Ao redor dos personagens, existe apenas a miséria de Midgar, que, no anoitecer, parece mais acolhedora do que o interior colorido de uma igreja maculada por invasores. A paisagem, por mais triste que seja, vem acompanhada de um alívio reforçado pelo tom constantemente descontraído da nossa nova companheira e pela trilha sonora.
Enquanto andamos por esse pequeno espaço seguro, com um fundo levemente desfocado que mostra o pilar principal, responsável por sustentar a parte de cima de Midgar, ouvimos à versão modificada do tema da Aerith, que toca quando a conhecemos na igreja e, depois, na fuga e na casa de Aerith. O nome dessa versão, inclusive, é "Flowers Blooming in the Church", caso você queira escutar.
Não sei se é pelo fato de que os personagens da versão clássica de Final Fantasy 7 são particularmente adoráveis ou se é por como os modelos 3D dão mais vida ao cenário 2D em um contraste clássico do PS1. Apenas sinto que, visualmente, esse trecho, com aquela exata perspectiva da câmera, me faz sentir em paz.
Mesmo ciente de que não vivi isso durante a infância, sinto algo semelhante à nostalgia sempre que revisito essa parte da jornada. A sensação só passa, aliás, quando chegamos, de fato, à casa da Aerith e conhecemos Elmyra.
É fato que a recriação de Final Fantasy 7 também soube trabalhar a fuga dos Turks de maneira digna, embora mais voltada para a ação. Devo evidenciar que, sim, sou um defensor do Remake e da decisão de dividir o projeto em três partes. Ainda assim, a versão original do encontro entre Aerith e Cloud continua sendo a minha favorita.
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