
Os vilões de Resident Evil — Code: Veronica merecem um remake
A família Ashford é a mais perturbada de toda a franquia da Capcom
Nem toda obra de terror preza pelo aspecto psicológico do gênero. Os primeiros jogos de Resident Evil, por exemplo, eram muitos mais focados em uma ambientação perturbadora e em sustos pontuais do que em nos fazer presumir absurdos constrangedores — algo que era muito mais comum em Silent Hill, nos anos 1990 e 2000.

Resident Evil — Code: Veronica foi o primeiro jogo da franquia a se aprofundar mais em deixar os jogadores desconfortáveis não com a decoração das salas ou com os monstros, ao menos durante a primeira metade, mas, sim, com um outro ser humano particularmente perturbado e imprevisível: Alfred Ashford.
Alfred é um dos integrantes da riquíssima família Ashford e filho de um cientista que só colocou crianças no mundo como um meio de prosseguir com um experimento. Não é de se surpreender, portanto, que os filhos, mais tarde, transformariam o pai em cobaia.

Muito específico dentro da mitologia de Resident Evil, Alfred não surge como um infectado com problemas provenientes de um vírus ou qualquer coisa do tipo: ele apenas enlouquece, naturalmente, por ficar tempo demais longe da irmã, Alexia, por quem ele nutria um afeto quase incestuoso.
Encontrar os arquivos de texto espalhados por Code: Veronica é fundamental para entender a transformação gradual de Alfred naquela criatura bizarra que encontramos depois, que até se veste como a irmã para poder atenuar a saudade que o destrói por dentro (evidencio, aqui, que não se trata de um personagem transgênero, pois aí, obviamente, não seria um caso de loucura).

Se, por um lado, há qualidades inquestionáveis na construção do contexto de Code: Veronica, por outro, é fato que o jogo não envelheceu tão bem assim no que diz respeito às cenas cinematográficas, por exemplo. Então, hoje em dia, Alfred pode parecer um personagem muito mais cômico do que perturbador, já que as atuações na época de lançamento do jogo eram bem questionáveis, assim como a própria direção das cenas.
LEIA MAIS
- Resident Evil: O estagiário que morreu da pior maneira possível
- Resident Evil: A descoberta mais trágica no orfanato do 2º remake
- Resident Evil: A triste carta de despedida de um policial em pânico
Considerando o alto nível de preocupação cinematográfica da Capcom com os jogos mais recentes da franquia Resident Evil, seja nas recriações ou não, é difícil não imaginar como seria uma releitura desse clássico incompreendido da franquia, que traz alguns dos personagens mais fascinantes da série e ainda mostra o retorno de Albert Wesker. É uma pena que as vendas do jogo, entretanto, tenham sido menores do que a Capcom gostaria que fossem.
Quem sabe um dia, né?
Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na Twitch, Twitter, Facebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.
Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!