Review: We Are OFK é uma experiência efervescente da Geração Z

Um grupo de amigos que se encontra no dia a dia, conversam sobre suas dificuldades para viver em uma cidade grande enquanto cada um deles tenta alcançar seus sonhos e viver seus romances ardentes. Esse roteiro inicial poderia servir para descrever Friends, How I Met Your Mother ou Big Bang Theory, é sobre We Are OFK que estamos falando, uma experiência narrativa que me fez ficar apaixonado por seus personagens e, principalmente, sua música.

We Are OFK conta a história de um grupo de amigos que sobrevivem em Los Angeles, dividindo seu tempo com trabalho, família, relacionamentos e ao mesmo tempo, se reunindo para tentar construir sua arte. 

E sim, We Are OFK poderia ser uma sitcom para a Geração Z, onde a grande parte da comunicação entre os protagonistas acontece por mensagens de texto e mesmo assim faz com que os laços criados entre eles sejam tão duradouros e reais. E é muito estranho ser um cara com mais de 40 anos ter gostado tanto de um jogo que claramente não foi feito para minha geração. 

A história é dividida em cinco partes e cada uma delas tem uma “música tema” e seguimos a vida de quatro pessoas que vivem suas histórias com toda a intensidade que essa galera traz para seu dia a dia. 

É o caso de Luca, um cantor que trabalha em uma grande empresa de games e que está a um passo de perder seu emprego. Ele trabalha com Itsumi, uma pianista corajosa e hiperativa que trabalha gerenciando as redes sociais. Já Carter é um artista excêntrico e viciado em trabalho que não gosta de se abrir nem com seus amigos ou com sua família. Por último, e talvez a pessoa que eu mais gosto, é Jey, o produtor musical com um estilo muito louco.

A história segue esses quatro personagens que querem se manter fiéis aos seus ideiais, estilo musical ao mesmo tempo em que seus dramas particulares. E mesmo sendo uma trama LGBTQIA+, isso nunca é o centro das atenções como característica definidora de quem eles são. Faz parte da vida deles, mas não é isso que resume suas vidas.

A impressão é que a Team OFK conseguiu fazer realmente uma história verídica - honestamente não sei dizer -, mas os personagens são tão críveis que eu não duvidaria que é baseada em fatos reais. 

Isso dito, We Are OFK não é um adventure clássico mas sim, uma experiência interativa. Eu até fiquei pensando se essa crítica não deveria figurar nas páginas do Omelete, por estar mais alinhado ao conteúdo do nosso site-irmão. 

Por exemplo, a interatividade é bastante reduzida, como a escolha de diálogos em mensagens de texto ou em conversas, bem no padrão como vemos em outros adventures por aí.A diferença é que essas escolhas não têm peso algum na narrativa, são mais coisas para fazer com que você sinta que está participando de alguma forma.

Mas precisamos ser justos: We Are OFK nunca se vendeu como um jogo. E é exatamente essa entrega que o Team OFK cumpriu à risca. Você vai acompanhar cinco episódios desses personagens e em cada um deles você terá um videoclipe para interagir criando alguns efeitos visuais.

No fim das contas, arrisco dizer que essa experiência poderia estar em um plataforma de streaming como Amazon Prime Video ou Netflix (lembra de Bandersnatch?). A experiência musical é expandida quando a gente entende que é um jogo musical e tem como objetivo apresentar uma banda virtual. 

E aqui o jogo entrega muito mais do que promete, pois fiquei perdidamente apaixonado pela trilha. OFK é uma banda de future pop, com bastante inspiração em Gorillaz ou K/DA, porém, aqui a gente se sente mais próximo dos personagens/artistas.

Não sei dizer que enquanto eu pensava sobre o que escrever sobre We OFK eu estava ouvindo o EP em loop infinito. Não sei dizer se é porque eu já curto um som de future pop, mas fiquei impressionado com a maturidade musical que OFK demonstrou em apenas 5 faixas.

E acho que é justamente isso o que eu quero passar para você nessa crítica: We Are OFK é uma experiência realmente multimídia. O jogo se basta, porém, consumir a música no meu dia a dia, meio que me forçou a escrever esse review mesmo quase duas semanas depois do seu lançamento. Vai lá. Experimente essa aventura. Ou pelo menos ouça a música - se você curtir o som, com toda certeza vai querer “jogar”.

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