Donkey Kong, título que ajudou a definir o gênero de plataforma e ainda marcou a primeira aparição de Mario nos games, nasceu das mãos do produtor Shigeru Miyamoto em 1981. Ao longo dos anos, principalmente na década de 1990, paralelamente aos jogos do encanador, a Nintendo criou games incríveis do gorila para o Super Nintendo, e até hoje "nintendistas" vibram com novidades sobre DK.

Como forma de sanar os desejos de saudosistas (e obviamente atrair novatos), a Nintendo lançou em 2010 uma releitura moderna do jogo de SNES, Donkey Kong Country Returns, para o console Nintendo Wii. Agora, três anos depois, chega às lojas Donkey Kong Country Returns 3D, uma portabilidade para Nintendo 3DS do game do Wii.

Em estilo plataforma "2,5D" - aquele em que podemos ver a profundidade do cenário, enquanto a ação transcorre com a horizontalidade tradicional -, o game segue à risca os acontecimentos do original e inova pouco em termos de modos, comandos e novos desafios.

Frustação e conquista

A primeira grande mudança é a inclusão do "New Mode" - um modo de jogo opcional em que os jogadores contam com três vidas, ao invés de duas. Mesmo com essa facilidade, o grau de desafio continua acentuado nesta versão, e o jogador depara frequentemente com momentos que exigem raciocínio e rapidez. Os comandos, bem intuitivos em relação ao Wiimote, ajudam no portátil: quando o Donkey Kong precisa bater com as mãos no chão são usados o X e Y com rapidez, enquanto para atacar barris os botões R ou L devem ser acionados. Tudo bem simples, com uma curva de aprendizado rápida, desde a primeira fase.

Esse estilo de jogo, vale notar, faz com que os jogadores sintam uma mistura de frustração e conquista durante as partidas e - caso a raiva seja tão grande quanto a ansiedade em finalizar o jogo - é possível acionar o modo automático e apenas assistir às versões "fantasmagóricas" de Donkey e Diddy Kong concluindo a fase.

Com os muitos inimigos bizarros trazidos da versão de Wii (gansos de pernas de pau, castores com formas de Gremlins, máscaras pegando fogo, bichos dentro de gaiolas) e a estrutura de sempre (barris que arremessam, fases secretas, coleta de itens), a já citada mecânica de botões e o visual respondem pelas inovações no 3DS. Os gráficos são revigorados graças à tecnologia estereoscópica do portátil, mas, como é comum em outros títulos do 3DS, o uso do 3D não altera sensivelmente a experiência.

Queremos um jogo novo

O game ainda tem oito fases inéditas para o 3DS, um nono mundo secreto e um modo cooperativo local, em que o jogador pode escolher com um amigo qual personagem controlará durante a aventura. A narrativa, obviamente, é a mesma do Wii, em que, sob o controle da Tribo Tiki Tak, os animais na Ilha Donkey Kong roubaram todas as bananas do estoque de Donkey Kong, forçando-o a recuperar o tesouro com a ajuda de Diddy Kong.

Donkey Kong Country Returns 3D é gostoso de jogar, dá para passar horas em frente ao 3DS ao som da conhecida trilha sonora da franquia. Entretanto, temos que observar que poderia ser um jogo original. Rever um ótimo jogo com comandos melhorados, com certeza, é uma experiência incrível. Mas saborear um jogo inédito é mais tentador. O desejo que fica é que um anúncio de um jogo original para o portátil aconteça. Os donos do 3DS merecem.

Nota do crítico