Se você curtiu Hades e procura por algo semelhante, Dreamscaper parece ser uma excelente alternativa.

Lógico, ainda não posso dizer com certeza que a qualidade do jogo se aproxima de um dos meus games favoritos de 2020 (e Jogo do Ano do The Enemy), mas há muito o que se comparar entre o aclamado título da Supergiant Games e o projeto do Afterburner Studios, e os próprios desenvolvedores não escondem isso.

Dreamscaper conta a história de Cassidy, uma jovem que se muda para viver na cidade grande, mas que não consegue abandonar os problemas e traumas de seu passado. Tanto que, todas as noites, ela deve enfrentar uma série de desafios e monstros em seu subconsciente enquanto avança por diferentes fases de seu pesadelo.

Ela acorda ao ser derrotada (ou, presumivelmente, ao chegar ao fim do sonho), e aí entra o outro componente principal que marca o ciclo de Dreamscaper: durante o dia, ela pode encontrar e interagir com diversas pessoas diferentes. E, bem estilo ao estilo Persona, ao formar e fortalecer laços com elas, Cassidy terá acesso a poderes especiais ou habilidades passivas, que a ajudarão a enfrentar os monstros de seu subconsciente com mais facilidade.

Não só isso, ela pode criar presentes para estes novos amigos (com alguns tendo mais afinidade por certas coisas) bolar sketches de ideais que tomam forma no mundo dos sonhos, atingir epifanias que liberam salas e benefícios diferentes, entre outros vários.

E é justamente esta forma de integrar as mecânicas e sistemas de evolução em um roguelite que ressoou tão bem em Hades, é que parece ter uma qualidade parecida em Dreamscaper.

Conversando com a equipe de desenvolvimento, este sempre foi um dos objetivos centrais do time quando o projeto começou.

"Quisemos fazer um roguelite desde o início, mas trazendo uma coesão com os elementos narrativos conversassem entre o ciclo de dia e noite", explicou o designer Ian Cofino.

O projeto evoluiu desde então, especialmente após entrar em Acesso Antecipado no PC via Steam e receber opiniões e feedback significativo da comunidade.

Tanto que, graças a isso e ao lançamento relativamente próximo do jogo, Dreamscaper foi o único jogo que testei durante a E3 2021.

E eu gostei bastante da experiência!

O combate é fluído e divertido, e as habilidades especiais parecem ter uma variação interessante de elementos que modificam sua estratégia: certos sapatos influenciam no rolamento, há companheiros que você pode desbloquear em combate, as armas tem suas próprias variações de poder e alcance, etc.

Não só isso, ao contrário de Hades o jogador pode voltar para salas anteriores para desbloquear segredos dento do mapa de cada "fase" do pesadelo - o que também lembra vagamente Persona.

A arte do jogo também é excelente e evocativa, com uma estética que faz os personagens parecerem bonecos em maquetes, e ambientes ricos em atmosfera.

Cofino disse que parte disso foi por questões práticas, já que ao fazer algo mais estilístico - como pessoas sem rosto, por exemplo - ajuda no orçamento e tempo de desenvolvimento, já que não é preciso animar expressões faciais. Mas isso parece ter casado muito bem com a proposta do jogo.

No geral, fiquei animado com o que eu vi e joguei de Dreamscaper, e fico animado para ver para rumos a história de Cassidy deve tomar.

Dreamscaper sai em 12 de agosto para PC e Nintendo Switch.