Xbox: Phil Spencer quer levar Game Pass a PCs portáteis
Ao The Enemy, CEO disse que Cloud Gaming é “um grande foco” para Xbox no momento.
Xbox não é mais algo associado apenas a consoles. Nos últimos anos, a marca descentralizou os negócios para levá-los ao PC, mobile e até TVs por meio do Game Pass e do Cloud Gaming — uma dupla que, de acordo com Phil Spencer, seguirá expandindo de forma ambiciosa.
Em entrevista durante a CCXP23, o CEO de Microsoft Gaming revelou a intenção de levar o Game Pass para PCs portáteis similares ao Steam Deck, ressaltando que Cloud Gaming é “um grande foco” para Xbox no momento. O executivo também criticou a falta de localização de Starfield, comentou sobre a necessidade da preservação de games e mais.
Cloud Gaming é um “grande foco”
Inegavelmente, a nuvem é uma solução cada vez mais presente no mercado, algo que torna o líder de Xbox “otimista” com o futuro dessa tecnologia. Ele cita o Brasil como exemplo de como os usuários aderiram ao Cloud Gaming, destacando que os usuários do serviço no país dobraram no último ano.
Os planos da marca para a nuvem, inclusive, são nada menos que grandiosos: Spencer confirmou ao The Enemy que Xbox está instalando novos servidores no Brasil no momento, um passo que visa tempos de espera menores.
“Estou animado com o nosso planejamento futuro para Cloud porque, quando viemos para mercados como o Brasil, vimos que os jogadores estão aderindo à nuvem e ao PC. É mais desafiador para nós pois precisamos lidar com mais coisas ao mesmo tempo, mas, no centro de tudo, está o consumidor e o que ele gostaria de fazer”, afirmou o executivo.
A expansão de jogos em nuvem para o maior número de dispositivos possível é uma das metas de Xbox. A marca testa, no momento, o streaming de jogos a partir de computadores — atualmente, o ponto de partida para o serviço é o Series X.
Notavelmente, Phil Spencer confirmou ao The Enemy que Xbox estuda o lançamento de Game Pass e Cloud Gaming em PCs portáteis — o que posicionaria a marca na corrida por seu “Switch” próprio, como a Sony apostou recentemente com o PlayStation Portal.
“Há outras coisas que queremos trazer no futuro, como a possibilidade de transmitir jogos que você possui, já que os jogos que podem ser transmitidos hoje estão limitados à assinatura [do Game Pass]”, revelou o executivo. “Também queremos trazer [Xbox Cloud Gaming] para mais dispositivos que são capazes de reproduzir jogos em nuvem — como alguns dos computadores portáteis, por exemplo o Asus ROG Ally."
“Adicionar novos dispositivos, disponibilizar mais servidores e estabelecer nossos planos para nuvem é um grande foco para nós”, finalizou.
Localização “precisa ser melhor”
Dentre as três grandes publishers, a Xbox é, sem dúvidas, a que mais demonstra esforços de priorização do consumidor. Evidência disso é longevo o investimento na localização para o português do Brasil — um trabalho que Spencer confirma ser uma das prioridades da marca.
Ainda assim, Phil Spencer considera que os esforços nessa área não são suficientes, citando Starfield como exemplo.
“[Localização] é sim [uma prioridade], mas precisamos fazer melhor. Vamos tomar Starfield como exemplo — o qual eu amo como jogo, mas é um título que deveria ter sido localizado para mais idiomas. E isso não sou eu implicando com Starfield. Há outros jogos que precisamos localizar, mas quero garantir que a linguagem não seja uma barreira para as pessoas”, explicou o CEO de Microsoft Gaming.
"Starfield é um exemplo que menciono porque ouvi feedback negativo e fui ver a lista [de localizações disponíveis] com Todd Howard, e, comparado a outros dos nossos jogos first-party, isso é algo que precisamos fazer melhor. (...) Essa é uma área em que vamos continuar a focar", prometeu Spencer.
Priorizar o usuário é a nova tendência do mercado
Perguntando sobre os benefícios de, como marca, colocar o usuário no centro dos negócios, Phil não ignora o “bom marketing” da estratégia.
Ainda assim, o executivo considera esse movimento uma tendência do mercado de games no momento, algo em que Xbox, na opinião dele, foi influente.
“Sinto que, como marca, Xbox tenta reagir, inovar e ouvir os jogadores em relação ao que querem fazer. Ser centrado no jogador em detrimento de ser centrado em dispositivos nos dá muita flexibilidade, na minha opinião”, analisou.
Preservação dos games
Priorizar o usuário, na opinião de Phil Spencer, também envolve preservar a história dos jogos — um assunto pelo qual o chefe de Xbox diz ser apaixonado.
“Falo muito sobre esse assunto com meus amigos da indústria. Amo o fato de que posso jogar jogos do Xbox original no meu Xbox e, no PC, posso jogar alguns dos jogos mais antigos. Quanto menos um jogo é atado a um tipo de hardware, mais longa é a preservação daquele jogo”, explicou.
“Jogos de Windows são criados para um software, que pode ser usado por diferentes tipos de hardware. Nós criamos os consoles de Xbox de uma forma similar, o que nos permite oferecer suporte a jogos do Xbox original e do 360. (...) Com a aquisição da Activision Blizzard, se você olhar no portfólio, King’s Quest está lá – e esses são jogos que devem estar jogáveis não apenas hoje, mas pelas décadas seguintes. Acho isso importante, é parte integrante desse tipo de arte”, concluiu.
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Também na entrevista, Phil Spencer revelou ao The Enemy que Xbox investe mais de um milhão por ano para garantir que o catálogo do Game Pass continue atraente. Leia a matéria para saber os detalhes.
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