Review: Forza Horizon 4
Com mudança de estações, Playground Games melhora e refina fórmula de sucesso
Nos últimos anos, Forza Horizon tem despontado como o grande nome entre os jogos de corrida com estilo “arcade”.
Enquanto a franquia Need for Speed se mostra cada vez mais perdida, Burnout vai mofando nos porões digitais da EA, e novas apostas como The Crew não parecem estar tão consolidadas na mente do público, os jogos da Playground Games em colaboração com a Turn10 Studios conquistam o público com uma grande variedade de carros em um mundo aberto cheio de corridas, eventos e atividades diferentes.
E Forza Horizon 4 não é diferente.
Desta vez levando a ação para o Reino Unido, a maior inovação do game em relação a seus predecessores é um ciclo de estações, variando de tempos em tempos entre verão, outono, inverno e primavera.
A adição das estações traz muito mais do que uma simples mudança de palheta de cores no ambiente, alterando - em muitos casos radicalmente - elementos do mapa, e forçado o jogador a se adaptar às novas condições de tempos em tempos.
Após um tutorial apresentando cada uma das épocas de jogo, o jogador entra em um ciclo que muda estas épocas de semana em semana, oferecendo conteúdo único para cada momento do ano.
O inverno traz as mudanças mais radicais - ao ponto de certos carros serem listados como ideias para a navegação -, mas cada estação traz marcas específicas, de áreas alagadas e chuvas intermitentes até cervos e ovelhas espalhados pelo mapa.
Há também eventos e competições específicas para cada época, o que também me levou a considerar a melhor forma de gastar meu tempo entre as diferentes opções antes da mudança - especialmente porque eles trazem um tempo limitado, e etapas de torneios podem estar em pontos completamente diferentes.
Além da adição das estações, a experiência de Forza Horizon 4 é essencialmente o que se espera de um jogo da série, com um mapa repleto de locais e atividades diferentes para o jogador, que vão desde corridas mais típicas, passando por rachas e competições de drift, até saltos e tomadas de velocidade em pontos específicos do Reino Unido.
E, como em todo bom Horizon, o jogo conta com uma série de desafios especiais, em que você pode competir contra um grupo de motociclistas, um jato, um hovercraft, e até dirigir um Warthog como um Spartan de Halo.
Embora você não seja mais o organizador do festival, como foi o caso do game anterior na Austrália, Horizon 4 ainda dá a chance ao jogador de customizar diferentes eventos dentro do jogo.
Aliás, uma das principais forças de Forza Horizon 4 é justamente seu repertório eclético, capaz de unir e divertir as mais diferentes tribos. Jogadores mais solitários e centrados podem explorar as (muitas) diferentes competições disponíveis do jogo; grupos de amigos podem formar comboios e tanto competir entre eles quanto colaborarem em eventos cooperativos, que vão desde corridas até o #Forzathon, em que jogadores se reúnem em um ponto específico do mapa para completar uma série de desafios especiais.
Se você quiser simplesmente explorar o mapa, esta versão do Reino Unido é repleta de novidades a serem descobertas pelo jogador, incluindo pontos turísticos, novas casas para seu personagem - que vão de chalés até castelos -, e os sempre populares carros abandonados em celeiros que estão perdidos pelo mundo, sendo que alguns só podem ser encontrados em determinadas estações.
Os controles dos carros continuam excelentes, sendo possível diferenciar as nuances dos diferentes tipos e estilos dos mais de 200 veículos disponíveis no jogo. Como sempre, o jogador também pode customizar a experiência, tornando os carros mais acessíveis ou aumentando mais o nível de simulação.
Quanto aos gráficos, o game conta com um visual incrível mesmo no Xbox One comum no qual ele foi testado, contando não só com a ótima ambientação, como também com modelos de carros realistas - com direito a bons efeitos de dano e sujeira, dependendo do que acontecer com ele -, e belos efeitos de luz e partículas.
O game, inclusive, traz ambientes bem mais destrutíveis, em especial as pequenas muretas de pedra que são tão comuns pelas estradas do jogo
Já que estamos em críticas, o mundo parece curiosamente mais vazio em relação a seus predecessores. Claro que isso deve-se em parte ao fato da população reduzida do pré-lançamento, mas a sensação é bem mais clara em regiões mais urbanas, como Edimburgo, que tem até poucos carros controlados pelo computador.
Além disso, a fase de tutorial, apesar de apresentar bem as novidades, acaba tirando a liberdade do jogador em vários momentos para que vá até determinado ponto e complete objetivos para prosseguir a história. É uma decisão compreensível para levar o jogador para a experiência de jogo principal, mas não a torna menos irritante.
Em geral, porém, Forza Horizon 4 é uma versão ainda mais refinada e bem trabalhada da fórmula de sucesso criada pela Playground Games, trazendo de volta os elementos que funcionaram de seus predecessores, e misturando-os com um novo modelo em um mundo mais ativo e adaptável graças ao sistema de estações do ano.