Zelda: Tears of the Kingdom sem DLC é um grande desperdício

O maior Zelda já feito poderia ter mais de sua engenhosa dificuldade explorada

Por Helena Nogueira 07.09.2023 19H00

Tristemente, o Zelda mais monumental de todos ficará com potencial ainda a ser explorado. Isso porque, ao contrário do esperado, não há planos para o lançamento de DLC para Tears of the Kingdom – algo confirmado por Eiji Aonuma na quarta-feira (6).

Não é exagero afirmar que se trata de um desperdício. Afinal, uma expansão poderia preencher as lacunas deixadas na história do jogo. Mais importante ainda, seria a oportunidade restante para explorar a engenhosa dificuldade do game – a mais interessante na franquia em décadas.

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Sem Master Mode? 

O esperado era, assim como foi no jogo anterior, que o Master Mode fosse lançado como conteúdo adicional pago – afinal, o modo de dificuldade mais elevado não está no jogo base. Em Breath of the Wild, Master Mode foi um dos benefícios do primeiro DLC: The Master Trials.

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Para aqueles que não se lembram, no Master Mode todos os inimigos se tornam mais ameaçadores: Bokoblins que eram vermelhos se tornam azuis, e assim por diante. Ou seja, o dano recebido por Link passa a ser dobrado. 

Todos os inimigos são reposicionados e há a adição do ranque mais alto de dificuldade, que torna os monstros dourados. Como era divertido encarar Lyonels dourados, não é mesmo? No mínimo emocionante, convenhamos. 

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Some isso ao fato que os adversários recuperam a vida automaticamente para ter o Master Mode mais interessante da história de Zelda. Caso passem certo tempo sem serem atingidos, os inimigos passam a curar os danos, algo indicado pelo brilho que regenera a barra de vida. 

Em poucas palavras, o jogador é obrigado a mudar sua estratégia de combate. Além da preocupação em acumular armas de maior durabilidade, era necessário ser mais agressivo no combate, de forma a não dar espaço para a regeneração de vida adversária. 

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Um Zelda com toque de Soulsborne

Sabendo de tudo isso, imagine o quanto esse recurso viria a adicionar a Tears of the Kingdom, o primeiro jogo da franquia com um toque de Soulsborne. 

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A impressão é que, pós-Elden Ring, o time de Zelda tomou nota do valor que maiores níveis de perigo adicionam ao gameplay. 

Em Tears of the Kingdom, não apenas é mais difícil sobreviver – você deve ter percebido o quanto morreu mais do que em Breath of the Wild –, como algumas batalhas surpreendem por serem mais scriptadas que as demais.

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É o caso, evidentemente, dos encontros com Ganondorf e suas manifestações como Trevas – as Gloom Hands e Phantom Ganon. Nestes confrontos, a IA não apenas é mais agressiva e inteligente, como o jogador se vê encurralado pela ameaça oferecida pelas Trevas.

Cada dano recebido significa um coração quebrado, podendo ser reparado apenas com um grupo seleto de alimentos. Independentemente disso, a regra é que levar dano nunca foi tão perigoso, pois significa quantidades decrescentes de vida. 

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Considere também a fantástica batalha final do game – que não entraremos em detalhes para evitar spoilers – e entenderá que este é o “tempero” que torna a experiência de Tears of the Kingdom tão sombria e interessante comparada ao restante da série. 

Busca constante por dificuldade

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O incentivo à dificuldade inerente à experiência de Tears of the Kingdom também funciona para injetar certa sede de perigo. Provavelmente foi o seu caso, mas encarei o game em busca do maior desafio possível, dispensando facilitadores como o auxílio dos Sábios. 

Conversando com amigos, a percepção é que um número maior de pessoas topou enfrentar o jogo sem investir no aumento de corações. Considerando isso, é de fato uma pena que a ânsia dos jogadores por desafio não poderá contar com a fantástica experiência do Master Mode. 

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Na entrevista para a Famitsu, Aonuma explica que os planos para DLC foram desconsiderados pela exaustão de “possibilidades de gameplay nesse mundo”. Bem, essa justificativa não se sustenta diante do fato que o Master Mode se resume a um modo de dificuldade. 

É, sim, compreensível que o investimento em DLC não pareça válido para a Nintendo. Afinal, conteúdos pagos do jogo anterior foram adicionados à experiência base: é o caso das roupas especiais e do Hero’s Path Mode, por exemplo. 

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Ainda sim, a adição de recursos de personalização e aprofundamento da experiência, como o Master Mode e Trial of the Sword, não são um pedido desonesto dos jogadores.

É, sim, possível que ambos cheguem ao game com uma simples atualização gratuita, mas sabendo que o desenvolvimento parece já estar seguindo para o próximo Zelda, esta é uma possibilidade remota. 

LEIA MAIS

The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom está disponível para Nintendo Switch. 


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