Zelda: Tears of the Kingdom sem DLC é um grande desperdício
O maior Zelda já feito poderia ter mais de sua engenhosa dificuldade explorada
Tristemente, o Zelda mais monumental de todos ficará com potencial ainda a ser explorado. Isso porque, ao contrário do esperado, não há planos para o lançamento de DLC para Tears of the Kingdom – algo confirmado por Eiji Aonuma na quarta-feira (6).
Não é exagero afirmar que se trata de um desperdício. Afinal, uma expansão poderia preencher as lacunas deixadas na história do jogo. Mais importante ainda, seria a oportunidade restante para explorar a engenhosa dificuldade do game – a mais interessante na franquia em décadas.
Sem Master Mode?
O esperado era, assim como foi no jogo anterior, que o Master Mode fosse lançado como conteúdo adicional pago – afinal, o modo de dificuldade mais elevado não está no jogo base. Em Breath of the Wild, Master Mode foi um dos benefícios do primeiro DLC: The Master Trials.
Para aqueles que não se lembram, no Master Mode todos os inimigos se tornam mais ameaçadores: Bokoblins que eram vermelhos se tornam azuis, e assim por diante. Ou seja, o dano recebido por Link passa a ser dobrado.
Todos os inimigos são reposicionados e há a adição do ranque mais alto de dificuldade, que torna os monstros dourados. Como era divertido encarar Lyonels dourados, não é mesmo? No mínimo emocionante, convenhamos.
Some isso ao fato que os adversários recuperam a vida automaticamente para ter o Master Mode mais interessante da história de Zelda. Caso passem certo tempo sem serem atingidos, os inimigos passam a curar os danos, algo indicado pelo brilho que regenera a barra de vida.
Em poucas palavras, o jogador é obrigado a mudar sua estratégia de combate. Além da preocupação em acumular armas de maior durabilidade, era necessário ser mais agressivo no combate, de forma a não dar espaço para a regeneração de vida adversária.
Um Zelda com toque de Soulsborne
Sabendo de tudo isso, imagine o quanto esse recurso viria a adicionar a Tears of the Kingdom, o primeiro jogo da franquia com um toque de Soulsborne.
A impressão é que, pós-Elden Ring, o time de Zelda tomou nota do valor que maiores níveis de perigo adicionam ao gameplay.
Em Tears of the Kingdom, não apenas é mais difícil sobreviver – você deve ter percebido o quanto morreu mais do que em Breath of the Wild –, como algumas batalhas surpreendem por serem mais scriptadas que as demais.
É o caso, evidentemente, dos encontros com Ganondorf e suas manifestações como Trevas – as Gloom Hands e Phantom Ganon. Nestes confrontos, a IA não apenas é mais agressiva e inteligente, como o jogador se vê encurralado pela ameaça oferecida pelas Trevas.
Cada dano recebido significa um coração quebrado, podendo ser reparado apenas com um grupo seleto de alimentos. Independentemente disso, a regra é que levar dano nunca foi tão perigoso, pois significa quantidades decrescentes de vida.
Considere também a fantástica batalha final do game – que não entraremos em detalhes para evitar spoilers – e entenderá que este é o “tempero” que torna a experiência de Tears of the Kingdom tão sombria e interessante comparada ao restante da série.
Busca constante por dificuldade
O incentivo à dificuldade inerente à experiência de Tears of the Kingdom também funciona para injetar certa sede de perigo. Provavelmente foi o seu caso, mas encarei o game em busca do maior desafio possível, dispensando facilitadores como o auxílio dos Sábios.
Conversando com amigos, a percepção é que um número maior de pessoas topou enfrentar o jogo sem investir no aumento de corações. Considerando isso, é de fato uma pena que a ânsia dos jogadores por desafio não poderá contar com a fantástica experiência do Master Mode.
Na entrevista para a Famitsu, Aonuma explica que os planos para DLC foram desconsiderados pela exaustão de “possibilidades de gameplay nesse mundo”. Bem, essa justificativa não se sustenta diante do fato que o Master Mode se resume a um modo de dificuldade.
É, sim, compreensível que o investimento em DLC não pareça válido para a Nintendo. Afinal, conteúdos pagos do jogo anterior foram adicionados à experiência base: é o caso das roupas especiais e do Hero’s Path Mode, por exemplo.
Ainda sim, a adição de recursos de personalização e aprofundamento da experiência, como o Master Mode e Trial of the Sword, não são um pedido desonesto dos jogadores.
É, sim, possível que ambos cheguem ao game com uma simples atualização gratuita, mas sabendo que o desenvolvimento parece já estar seguindo para o próximo Zelda, esta é uma possibilidade remota.
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The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom está disponível para Nintendo Switch.
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