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Resident Evil: A personagem mais injustiçada de toda a franquia

Infelizmente, a Capcom deixou a história dela limitada às páginas do quinto jogo

Por Diego Lima 17.01.2024 17H51

Alguns jogos da franquia Resident Evil dividem os fãs entre aqueles que toleram ou mesmo adoram determinado título e os que não o suportam. Resident Evil 0 é um bom exemplo disso, assim como Resident Evil 5 e Resident Evil 6 — nos últimos dois casos, jogos que abraçaram a ação e deixaram o terror de lado.

Uma personagem específica de Resident Evil 5 foi recebida com certa hostilidade por parte dos fãs da série da Capcom por ter "roubado" o lugar de Jill Valentine ao lado de Chris Redfield: Sheva Alomar. O jogo não fez muito pela personagem ao não se preocupar com contextualizar melhor a história dela nas cenas da campanha, mas jogadores curiosos podem encontrar um arquivo de texto extremamente longo dedicado à parceira de Chris em Resident Evil 5. Esse arquivo, inclusive, bem que merecia ser explorado em maior profundidade ao longo da campanha em uma possível recriação.

A infância de Sheva

Filha de dois trabalhadores pobres que viviam em uma cidade africana cuja economia girava em torno somente de uma fábrica da Umbrella, Sheva teve uma infância complicada. Durante os primeiros oito anos da vida da personagem, ela até viveu com certa segurança, mas tudo mudou quando a fábrica onde os pais dela trabalhavam foi destruída. Os dois morreram.

Um tio de Sheva a adotou temporariamente por acreditar que receberia ajuda financeira do governo se o fizesse, mas essa ajuda nunca chegou. O homem já tinha outros sete filhos, então, Sheva era uma boca a mais para alimentar, e nem sempre isso era possível. Não demorou até que ela decidisse fugir de casa. Ela vagou pela savana por dois dias e, então, colapsou. Desnutrida. Sozinha.

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Por sorte, um homem da facção anti-governo do país onde ela morava apareceu para salvá-la. Ela passou, então, a conviver com essas pessoas, que a treinaram e a mantiveram em relativa segurança.

Uma nova era para Sheva

A vida com os membros da facção anti-governo não era tão ruim para uma pessoa que odiava a Umbrella e odiava o fato de que o governo local havia se entregado inteiramente às vontades da gigante farmacêutica da série da Capcom.

Contudo, depois de sete anos junto dessas pessoas, Sheva recebeu uma informação curiosa de um agente estrangeiro. De acordo com o homem em questão, a Umbrella faria um acordo com a facção-antigoverno para ajudá-los na missão de tomar o poder.

Incapaz de agir em favor da Umbrella, mesmo que isso significasse ajudar os amigos que a acompanharam por quase uma década, Sheva ajudou o agente estrangeiro e impediu que o acordo entre as partes fosse fechado. O representante da Umbrella foi preso, e os membros da facção, embora inicialmente apreendidos, foram liberados em seguida.

Sheva entra pra a BSAA

Após ajudar o agente estrangeiro, norte-americano, Sheva foi convidada a se mudar para os Estados Unidos, onde se formou e, posteriormente, foi escolhida como uma agente da BSAA que participaria de operações ao redor de todo o mundo.

A menos que você tenha lido o arquivo de Sheva em Resident Evil 5, é fato que ela pode parecer apenas mais uma personagem qualquer que acompanha o protagonista da história em missões que exigem mais agentes. No entanto, há muito na história de Sheva que poderia ser explorado em um DLC para um possível remake ou mesmo um simples capítulo de flashback.

Por algum motivo, a Capcom gosta de apresentar novos personagens que não vemos nunca mais nos jogos em vez de reaproveitar os personagens já conhecidos e expandir as histórias deles. Como o remake de Resident Evil 5 parece o próximo passo lógico nas recriações da Capcom, resta torcer para que eles saibam trabalhar melhor a presença de Sheva, que merece mais destaque do que foi dado no jogo original.


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