Final Fantasy 8 tem uma das cenas mais incríveis do PS1

Poucos jogos conseguiam fazer isso na época

Por Diego Lima 01.11.2022 17H09

O saudoso Final Fantasy 8 costuma ser lembrado com muito amor por parte dos fãs e com certo desdém por outra parcela da comunidade. É fato que a Square Enix já contou histórias melhores do que a do oitavo jogo, mas há alguns méritos desse game que simplesmente não podem ser menosprezados.

Quando o primeiro PlayStation ainda estava no auge, os jogos tridimensionais eram bem rudimentares. A diferença entre gameplay e CGs era absolutamente gritante, muito mais do que é hoje em dia. Era justamente nessas cenas cinematográficas que tantos fãs ficavam chocados com a evolução em relação à geração anterior.

Particularmente, eu enxergava as CGs como uma recompensa por ter avançado na história. Assistir à transformação dos pequenos e tortos personagens do PS1 em modelos 3D animados com o que, à época, parecia o apogeu da tecnologia era maravilhoso.

Final Fantasy 8, inclusive, fez isso com um nível de qualidade inacreditável — não pelas cenas em si, mas por como CGs e personagens controláveis se sobrepunham.

Basta olhar para Final Fantasy 7 e comparar com o jogo seguinte. A SquareSoft havia evoluído de modelos absurdamente simplórios para algo muito mais realista (ou tão realista quanto possível nos anos 1990) em Final Fantasy 8. A cena de apresentação da feiticeira Edea, inclusive, era particularmente chocante.

Possuída por Ultimecia, Edea participa de um imenso desfile durante o qual o grupo do jogador está dividido em duas equipes. Esse trecho do desfile traz uma alternância constante entre os personagens de uma equipe, da outra, cenas em CG do desfile e a jornada breve e solitária de Rinoa, que quer resolver tudo sozinha.

Nunca antes na história da franquia — ou mesmo de outras séries que usavam CGs de maneira interessante na época, como Resident Evil — havia existido tamanha fluidez entre cenas em computação gráfica e trechos jogáveis.

Squall corre em primeiro plano enquanto um CG se desenvolve ao fundo. Edea faz um discurso enquanto criaturas em nível de resolução muito maior ganham vida. Rinoa aparece desnorteada ao lado de Edea tanto em CG quanto como personagem no estilo visual do gameplay. Dançarinos fazem um show na transição entre um núcleo e outro. É surreal que isso tenha acontecido no primeiro PlayStation.

Jogar esse trecho novamente em 2022 também faz com que jogadores percebam quão orgulhosa a empresa estava por ter conquistado esse nível de tecnologia. Há muitas transições ali que nem eram necessárias, mas foram incluídas apenas porque era possível.

LEIA MAIS

Mesmo que a passagem do tempo tenha diminuído o impacto de um momento tão feliz na história da franquia, jogar Final Fantasy 8 em 2022 ainda faz com que antigas impressões positivas tomem a nossa memória de novo. As partes negativas também se mostram ainda mais incômodas, mas isso está longe de ser o suficiente para nos impedir de enxergar o que há de bom na experiência.


Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também em TwitchTwitterFacebook e no TikTok.