Os personagens de Final Fantasy 7 estão entre os mais memoráveis na história da franquia. Cloud é um dos protagonistas mais amados da série. Aerith é uma das feiticeiras mais adoradas. Tifa, com certeza, é a lutadora mais admirada. Ainda assim, apesar dos acertos inegáveis, todo grupo tem uma exceção.

Pense em todos os Final Fantasy mais conhecidos. Final Fantasy X tinha o Kimahri. Final Fantasy IX tinha o Amarant. Final Fantasy VI tinha o Umaro. Sempre existe aquele personagem que não tem metade do desenvolvimento dos demais. Ou pior: os roteiristas, simplesmente, não sabem o que fazer com ele.

É o caso do nosso querido Cait Sith (spoilers do jogo original a seguir). Presente em Final Fantasy 7 Remake durante uma breve cena que mostra a destruição do Setor 7, Cait Sith é aquele gatinho que controla um moogle robótico. Bom, ele não é exatamente uma criatura viva, mas você entendeu.

LEIA MAIS

• Robert Pattinson é apaixonado por Tifa e Aerith
• O que poderia melhorar em uma recriação de Final Fantasy 9
• Trecho de Final Fantasy 7 não precisa voltar

Quem controla Cait Sith, como muitos jogadores já sabem, é Reeve Tuesti. A princípio, inclusive, Cait Sith entra para o grupo do jogador como um espião que vaza informações para a Shinra. Depois, ele muda de ideia, mas não sem antes sequestrar (com certo receio) a filha do Barret. Bem novela mesmo.

Apesar do design não muito inspirado do personagem, esse está longe de ser o fator para que Cait Sith apareça aqui. A questão é que os roteiristas pareciam não saber o que fazer com ele. A intenção talvez fosse, originalmente, criar um personagem intrigante e um pouco cômico cujas intenções fossem imprevisíveis. Contudo, as oscilações nos posicionamentos de Cait Sith são só cansativas mesmo.

Primeiro ele é um traidor. Depois, não é. Passadas algumas horas de jogo, ele faz um sacrifício para se redimir. Novamente, passadas mais algumas horas, ele está de volta, intocado, porque foi substituído por outro que é igual ao primeiro. Quase como naquelas histórias em que rola um "ele não morreu; era um clone."

Tudo bem. É normal que os roteiristas façam um personagem passar por diferentes reviravoltas ao longo de uma história. Ainda assim, no caso de Cait Sith, tudo é tão abrupto que mal parece legítimo. As oscilações dele entre herói e potencial vilão parecem muito forçadas. Não existe naturalidade no desenvolvimento. O gatinho é usado somente como um dispositivo para adicionar um suposto mistério à narrativa.

Já que Cait Sith fez aquela breve aparição em Final Fantasy 7 Remake, é provável que ele já esteja na mente dos roteiristas como um dos pontos a serem melhorados na nova versão da história — que, como você também já deve saber, flerta bastante com a ideia de continuação.

Enfim, veremos o que será feito com Cait Sith. De qualquer forma, não há dúvida de que há muito o que melhorar.