Review: Age of Mythology: Retold é um verdadeiro presente dos deuses
A reimaginação do RTS clássico não era o que queríamos, mas é o que precisávamos
Em 31 de outubro de 2002, era lançado o spin-off de uma das grandes franquias do mundo dos games e, principalmente, do gênero de estratégia em tempo real. Quatro anos depois de Age of Empires II, chegava aos computadores Age of Mythology, um RTS que tinha simplesmente todos os motivos para dar certo.
Mitologia. Um gênero extremamente forte. Personagens históricos. Uma verdadeira epopeia.
Um jogo que para sua época foi extremamente bem sucedido, vendendo mais de um milhão de unidades em quatro meses. Não à toa, a sua primeira expansão chega já no ano seguinte, intitulada The Titans, apresentando a cultura dos Atlantes. E 11 anos depois, em 2014, vem a Extended Edition. E por incrível que pareça, não parou aí. Em 2016, o jogo recebeu outra expansão baseada em deuses chineses.
Assim chegamos em 2022. O ano em que Age of Mythology: Retold é anunciado. Não é a sequência que muitos - eu inclusive - esperávamos.
Mas era o que esse jogo merecia.
A nova versão do clássico, além de respeitar todo seu legado no passado, traz mudanças e grandes melhorias na qualidade de vida do jogador. Poderes reutilizáveis, HUD completamente reformulado, sistema de prioridade de coleta dos aldeões e mais.
Todas as mudanças e complementos de gameplay agregam positivamente a essa nova experiência. Mesmo as mais simples, como por exemplo adicionar os atalhos junto ao ícone para melhorar a visualização dele - o que antes você só conseguia ver se colocasse o cursor em cima e visualizasse o texto.
Porém, o grande diferencial (e para mim o grande choque) é a qualidade gráfica. Antes, os personagens eram totalmente quadrados e pontiagudos. E ver Arkantos, os Krakens, Ciclopes, entre outros de uma maneira totalmente diferente, faz jus a um relançamento. E todas essas melhorias visuais são vistas em todos os quesitos. Nos menus, nas artes de poderes e dos itens, na seleção dos deuses, nas cutscenes e principalmente durante a gameplay.
Dentre as novidades, tivemos duas novas dificuldades adicionadas ou pelo menos reformuladas. Em sua versão Extended Edition encontramos: Fácil, Moderado, Difícil e Titã. Já em Retold temos: Normal, Moderado, Difícil, Titã, Extremo e Lendário. O que torna também a experiência das jogatinas casuais contra bots muito mais desafiadoras.
Outra boa adição é um menu dedicado exclusivamente para Mods diretamente do menu principal, facilitando a localização e a adição para quem quer mudar sua experiência.
Entretanto, nem tudo é um mar de rosas. Age of Mythology: Retold chega já com uma DLC gratuita e com a adição de Frey, o deus nórdico da fertilidade e da realeza, o que é muito bom. Porém toda a civilização chinesa está fora do jogo, perdendo uma parte de seu conteúdo, que apesar de não ser original da primeira versão do game, possuía bons personagens para se jogar.
Não posso deixar de citar também como o trabalho de dublagem do jogo está incrível. Reviver toda a história de Arkantos em portugês foi incrível. Pensando principalmente que meus primeiros contatos com Age, eu não sabia inglês o suficiente para entender a história e mesmo assim era surreal acompanhar tudo.
No fim, Age of Mythology: Retold presenteia os fãs da série de forma caprichosa e com um enorme respeito ao jogo original. Melhorando, aperfeiçoando e revivendo grandes lembranças do passado.
Assim, voltando também aquela vontade de uma continuação digna que a série merece.