Pela primeira vez em mais de duas décadas de E3 a Sony ficou de fora do evento.

Presente desde a primeira edição da Electronic Entertainment Expo, a fabricante japonesa optou por não participar desta vez por alegar não ter conteúdo relevante para mostrar na maior feira de games do mundo.

"Chegamos a um ponto em que em junho de 2019 não seria um momento em que pudéssemos ter novidades para contar. E sinto que, se chamássemos a atenção de todo mundo, as pessoas viriam com a expectativa de que falaríamos algo", explicou Shawn Layden, chefe dos estúdios PlayStation, ao site americano CNET em fevereiro.

É inegável a importância da Sony para o mercado de games por se tratar de uma das poucas fabricantes de consoles e ainda mais por ser responsável pelo aparelho mais vendido da atual geração. Ainda assim, será que a empresa fez falta na E3?

Para Phil Spencer, fez falta sim. "Queria que a Sony estivesse aqui. A E3 não é tão boa quando eles não estão aqui", disse o chefe da divisão Xbox em uma conversa com o site Giant Bomb. Talvez Spencer contasse com a acirrada rivalidade entre as marcas, o que sempre ajuda a gerar mais debates e coberturas na imprensa e redes sociais e, claro, serve de publicidade gratuita, de certa maneira. Ou talvez fosse apenas a costumeira educação de Spencer.

No final, trata-se de opinião pessoal, claro, mas vou discordar de Phil Spencer. Não acredito que a ausência da Sony tenha sido ruim para a E3.

Talvez por conta de um gerenciamento conveniente de calendário, a Square Enix conseguiu guardar para o evento muito conteúdo relevante de dois títulos muito aguardados - Final Fantasy VII Remake e Marvel’s Avengers - o que ajudou a preencher a suposta lacuna deixada por PlayStation.

Isso sem contar, claro, uma ampla variedade de títulos menores (notavelmente vários JRPGs), o que foi a tônica também de outras empresas. Em meio a alguns ótimos blockbusters reservados para o fim de 2019 e o começo de 2020 vimos também uma grande lista de títulos de pequeno e médio porte de gêneros variados prontos para agradar todo tipo de jogador, preenchendo bem o calendário de qualquer plataforma.

De fato, acho até que ficar de fora da E3 2019 possa acabar cobrando mais da Sony no futuro. Enquanto ela fez a primeira aposta de nova geração ao apresentar o sucessor do PlayStation 4 em uma reportagem exclusiva no site da revista Wired, a Microsoft cobriu a aposta e dobrou ao apresentar o Scarlett, com características semelhantes ao provável PS5, e também dar uma janela de lançamento e garantir um título forte para o lançamento - no caso, Halo Infinite.

Será que a Sony tem cartas boas o bastante na manga para no mínimo se igualar à Microsoft?

Seja o que vier de novidade pela frente, a bola agora está no campo da Sony para definir como vai fazer seus próximos anúncios. Será que veremos um trailer novo generoso, como foi com o anúncio de data de lançamento de Death Stranding? Um State of Play mais robusto? Talvez até um retorno do evento PlayStation Experience?

Enfim, por tudo isso acredito que a Sony não fez falta para a E3 2019. A Square Enix preencheu bem o espaço deixado por ela, assim como os muitos jogos mostrados no evento. E digo mais: em 2020 é bem provável que tenhamos um ‘remaster’ da E3 2013, quando PS4 e Xbox One bateram de frente um com o outro, mas agora com PS5 e Scarlett.