Counter Strike | Brasileiros vão treinar nos EUA após vencer torneio

Falamos com o jogador Tácio “Taco” de Melo sobre a nova oportunidade do time

Por Barbara Gutierrez 01.09.2015 12H45

A Luminosity Team não é o único time composto por jogadores brasileiros dentro da cena competitiva de Counter Strike que chama atenção fora do país. Agora, com a ajuda da organização Games Academy, o time de antigo nome Não Tem Como, com os brasileiros Lincoln "fnx" Lau, Henrique ''hen1-'' Teles, Lucas "lucas1-" Teles, Gustavo "shoowtime" Gonçalves e Tácio “Taco” de Melo também estarão numa escala maior de visibilidade.

Taco e fnx indo para os Estados Unidos

Após sair da Dexterity Team, o destino deles era ainda incerto, ainda assim, sob nome Não Tem Como, o time todo se dedicou para a 2ª Liga Games Academy, cuja final aconteceu no dia 2 de agosto. Essa liga visava escolher qual equipe defenderia a camisa da Games Academy, dando condições para que o time campeão fosse morar nos Estados Unidos por uma temporada e assim aprimorar suas habilidades dentro do FPS. Esse projeto se chama Golden Chance - e não é à toa, já que muitas vezes a única barreira que os jogadores profissionais brasileiros encontram é a diferença entre o cenário bem estruturado dos EUA ou de países europeus em comparação ao cenário brasileiro, que ainda tem muito a desenvolver.

Foram quatro equipes que tentaram agarrar essa chance de ouro, porém os jogadores da Não Tem Como levaram o título. Com isso, na quinta-feira do dia 20 de agosto, a equipe - agora levando o nome da Games Academy - estava viajando para fora do país e assim começar essa nova etapa. O Omelete conversou com Taco para saber mais sobre essas mudanças e um pouco também dos caminhos passados até essa fase.

O que exatamente te levou a se tornar um jogador profissional e como sua família reagiu a essa escolha?
Sempre fui muito competitivo. Joguei futsal até a adolescência, odiava perder um jogo e me cobrava demais. Tive uma infância normal mas adorava jogar jogos de estratégia no tempo livre (xadrez e outros de tabuleiro). Ao conhecer o Counter Strike através de irmão, primos e amigos, acabei conseguindo juntar o útil ao agradável: estratégia com competitividade de alto nível e foi aí que me encantei pelo jogo. Nem eu sabia que ia me tornar profissional. Isso foi possível pois tive alguns problemas a alguns anos atrás e usei o CS como cano de escape para eles e foi aí que comecei a me destacar no jogo e evoluir cada vez mais. Como a maioria, minha família criticava bastante, mas a partir do momento que comecei a jogar campeonatos, entrar em organizações sérias e virar realmente profissional, consegui convencê-los e hoje me apóiam em cada passo.

Qual foi sua trajetória até chegar a esse momento, de poder viajar para fora do Brasil para jogar?
Comecei a jogar o Counter Strike: Global Offensive 6 meses após o lançamento. Já jogava por alguns meses o Counter Strike 1.6 mas nunca levei a sério. A princípio não gostei do CS:GO e comecei a jogar outros estilos de jogos. Após ser hackeado num desse jogos, voltei a jogar CS e foi quando tive problemas familiares e usei o jogo como cano de escape. Evoluí muito nessa época e comecei a receber convites para diversos times. Comecei no semXorah, fui pro bN onde conseguimos nos destacar em alguns campeonatos nacionais, até entrar na minha primeira organização profissional que foi a Dexterity. Lá aprendi muito e evolui no jogo e mentalmente. Aprendi a ser um player profissional e hoje estou atuando pela Games Academy.

Entrar na Dexterity foi um passo muito importante para você e seu time. Duas semanas antes da organização anunciar publicamente uma parceria com o Santos Futebol Clube, vocês saíram da Dexterity. Quais foram os pontos positivos e negativos dessa saída?
Não tiveram pontos negativos. A Dexterity ainda é uma organização nova mas apostaram em nós. Respondemos à altura e ajudamos a empresa a crescer assim como eles nos ajudaram. Já recebíamos propostas de diversas organizações até que apareceu a Golden Chance, projeto da Games Academy. Largamos tudo em busca disso e o tiro foi certeiro. 

Vocês agora passarão uma temporada nos Estados Unidos jogando pela Games Academy e provavelmente a visibilidade do time aumentará graças a essa mudança, assim como já aconteceu com os brasileiros da Luminosity. Vocês acreditavam que conseguiriam a Golden Chance e assim evoluir dessa maneira? Que frutos vocês esperam colher dessa chance única?
Nós tínhamos certeza que venceríamos a Golden Chance. Vencemos 90% dos campeonatos que tiveram no Brasil esse ano e a confiança era máxima, pois além de tudo nós treinamos muito e exaustivamente para encaixar tudo. Esperamos dar o retorno para o investimento que a Games Academy está fazendo em nós, treinando muito, elevando nosso nível de jogo, adquirindo experiência e quem sabe vencendo campeonatos lá fora. Nos dedicaremos muito.

A Freedom Cup será o primeiro grande desafio que o time enfrentará em solo americano. Qual a rotina de treinos de preparação para o campeonato e quais são os resultados esperados?
A rotina inclui streams, participações nas aulas da Games Academy e muito mas muito treino. Jogaremos pra vencer todo e qualquer campeonato mas sabemos que precisamos nos adaptar com o estilo de jogo americano pra ter mais confiança. O que vai acontecer nesse campeonato é uma incógnita por nunca termos jogado campeonatos internacionais juntos mas jogaremos sem dúvidas pra vencer. 

Já existem outras disputas em mente? Existem possibilidades de jogar um grande campeonato de Conter Strike?
Jogaremos a WinOut na Philadelphia no próximo mês, a divisão main da ESEA, a CEVO, além de outros campeonatos a confirmar. Gostaríamos de jogar as qualificatórias pro Majors [DreamHack] e quem sabe participar do próximo. Seria realmente um sonho. Também gostaria de agradecer pelo espaço, aos nossos patrocinadores Games Academy, Azubu, Ibuypower, Razer e aos nossos fãs. Faremos o possível e impossível para não decepcioná-los! Continuem nos acompanhando nas fanpages e transmissões. Valeu!

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Fotos:  s1mao - Games Academy