Por que a E3 acabou?

Por Helena Nogueira

A E3 deixou de existir. A feira, que foi a mais importante do mundo dos games nas últimas duas décadas, teve seu encerramento anunciado oficialmente pela Entertainment Software Association (ESA), a organização responsável.

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Com um comunicado na terça-feira, 12 de dezembro, a ESA mencionou que cada edição da E3 foi maior que a anterior, e que era hora de dizer adeus, agradecendo pelas memórias.

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A PRIMEIRA E3

A E3, ou Electronic Entertainment Expo, teve sua primeira edição em 1995, acontecendo anualmente até 2019. Durante boa parte desse período, o evento foi central para o mundo dos games, concentrando anúncios, oportunidades de entrevistas com desenvolvedores e testes de jogos que ainda seriam lançados.

fazendo história

Ganhando tração com a virada do século, a E3 se tornou o principal momento anual para os games, sendo palco para momentos icônicos como a revelação do primeiro Xbox, o anúncio do Nintendo DS e a icônica conferência de PlayStation em 2016. 

Em um primeiro momento, a entrada na feira era exclusiva para jornalistas, mas isso mudou em 2017, quando abriu as portas para o público. Isso não impediu, porém, que a sofresse uma série de baques, principalmente no período pandêmico, e sua relevância acabou caindo. Nos últimos anos, o encerramento completo do evento já parecia inevitável.

QUEDA DE RELEVÂNCIA

O primeiro passo que indicava mudança do mercado em relação ao formato tradicional da E3 foi dado pela Nintendo que, após a E3 de 2011, decidiu migrar para a sua própria vitrine de anúncios digitais: o Direct. Depois, veio a saída da Sony na edição 2019, que optou por não participar nem mesmo com uma vitrine digital. 

A E3 NA PANDEMIA

Em seguida teve início a pandemia do Covid-19, que resultou no cancelamento do evento em 2020. Em 2021 ele aconteceu em formato online, o que acabou sendo a última E3 de todos os tempos.

Em 2022, com a situação da pandemia mais controlada, o evento — que seria digital — não aconteceu. A ESA chegou a contratar a empresa ReedPop, da PAX, para tentar revitalizar a feira de novo em 2023, mas com o passar do tempo ficou claro que nenhuma das grandes empresas tinha interesse em participar – algo reconhecido pela própria ESA.

As edições de 2024 e 2025 já estavam canceladas de maneira extra-oficial, segundo um relatório de turismo de Los Angeles. Mesmo que uma edição 2026 estivesse nos planos, seria extremamente difícil voltar à ativa depois de um hiato de 6 anos.

Com o cancelamento da E3, as principais oportunidades para anúncios de games ficam nas mãos de Geoff Keighley, com o Summer Game Fest, Opening Night Live da Gamescom e The Game Awards – o que acaba sendo uma vitória para o apresentador em mais de um sentido, visto que mantinha inimizade com a ESA desde o seu desligamento da organização em 2020.

Quer mais nostalgia da E3? Relembre os melhores momentos da história da feira.
deixará saudade