No mundo do esporte, é unânime entre jogadores, comissão técnica, diretores e outros membros de times: a torcida faz a diferença dentro de campo. No mundo dos esports, não é diferente: a torcida também faz a diferença, só que dentro de um mundo virtual influenciado pelo real.

No VCT LOCK//IN Brazil, o primeiro campeonato internacional de VALORANT em 2023, a expectativa por um clima “futebolístico” no Ginásio do Ibirapuera não era das maiores. Afinal, a Riot Games proibiu instrumentos musicais no local e fez de tudo para que o público ficasse sentado como se estivesse em um teatro, com a única diferença de ter um par de macarrão inflável nas maõs. 

Esses mesmos princípios relacionados à forma de torcer no League of Legends (LoL), por exemplo, funcionaram e pareciam que iriam seguir assim até o fim do torneio. Só que, no confronto decisivo entre a brasileira LOUD e a sul-coreana DRX, tudo mudou.

Quem esteve presente no Ibirapuera em dias anteriores sabe que no duelo realizado na última quinta-feira (2) foi diferente. A tensão, a paixão, o momento decisivo e o entendimento de que precisava ajudar de alguma forma mexeu com o público presente no Ibirapuera.

valorant riot games fps vct lock//in loud drx ginásio do ibirapuera
Foto: Colin Young-Wolff/Riot Games

Muito além da iniciativa de colorir a arquibancada com luzes verdes antes do início da série e dos cânticos populares, a torcida brasileira fez o que se esperava dela desde o início do LOCK//IN e criou um ambiente hostil jamais visto na curta história do competitivo de VALORANT.

Tanto é verdade que, em entrevista à Riot Games internacional, o argentino saadhak, da LOUD, chegou a revelar que teve dificuldades para escutar os companheiros durante o duelo por conta do barulho da torcida brasileira.

Além dele, o sul-coreano BuZz, da DRX, comentou na coletiva de imprensa pós-jogo que se sentiu em um estádio de futebol. “Estava cheio [o Ginásio do Ibirapuera]. Com a energia e o apoio dos torcedores, nos sentimos [DRX] como se estivéssemos no meio de um estádio de futebol”, disse.

Três fatores explicam isso: a capacidade quase completa do Ibirapuera, já que talvez tenha sido o primeiro jogo do campeonato em que o ginásio teve a presença massiva do público; a LOUD ser um time de massa, com uma das maiores e mais fiéis torcidas de esports no Brasil; e o desenrolar da série, que influenciou na atmosfera.

Na ocasião, a LOUD abriu 2 a 0 e tudo se encaminhava para uma vitória tranquila por 3 a 0. A DRX, no entanto, jogou um balde de água na torcida brasileira quando empatou o confronto em 2 a 2. Os sul-coreanos só não esperavam que essa água estivesse quente e mudasse o comportamento dos torcedores, que naturalmente passaram a emitir mais emoções por ser o último jogo de uma série que valia vaga na final.

Ou seja: demorou, mas o sono do Ginásio do Ibirapuera no LOCK//IN durou exatos 12 dias de disputa entre os grupos Alfa e Ômega. Agora acordado, a expectativa é que o local volte a ter um ambiente hostil que também influencie na decisão deste sábado (4).

LEIA MAIS

A LOUD agora aguarda o vencedor do confronto entre Fnatic e NAVI para conhecer o adversário da decisão do VCT LOCK//IN, que acontece às 14h (de Brasília) do próximo sábado (4) no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Vale lembrar que o torneio reúne os 30 times das franquias do VCT Américas, VCT Europa e VCT Ásia, além de duas equipes convidadas da China. Para saber mais do campeonato, acesse nosso guia aqui.


Hey, listen! Venha se inscrever no canal do The Enemy no YouTube. Siga também na TwitchTwitterFacebook e TikTok ou converse com o pessoal da redação no Discord.

Aliás, somos parceiros do BIG Festival, o principal evento de jogos da América Latina, que aproxima o público com o desenvolvedor de jogos. Vem saber mais!