Depois de três derrotas seguidas, a FURIA finalmente teve um alívio no VCT Americas 2023: com a vitória da NRG por 2 a 0 em cima da Evil Geniuses, a equipe brasileira está classificada para os playoffs do campeonato de VALORANT. Antes da classificação, o The Enemy conversou com dgzin, que já antecipou a mentalidade da equipe para as próximas semanas, incluindo o mata-mata.

“Na minha cabeça, o que eu tento passar pros moleques, é que as coisas acontecem por algum motivo, sendo vitória ou derrota. Querendo ou não, quando você perde uma é OK, a segunda você ainda tem que se preocupar, mas, agora, três seguidas, é realmente muito preocupante. Até porque, em nenhuma dessas três derrotas que tivemos nós não tivemos chance. A gente sempre teve chance de conseguir fechar o mapa, o que seja. Sinto que pode ser algo muito coletivo, que no momento mais importante a gente vem pecando”, confessou dgzin, logo após a derrota para a Sentinels.

De fato, as derrotas da FURIA sempre foram no limite: o exemplo mais recente é o jogo contra a Sentinels, que contou com seis prorrogações no terceiro mapa. Na partida contra a NRG, os Panteras desperdiçaram uma vantagem de 9x3 no primeiro mapa; enfrentando a 100 Thieves, o mapa decisivo ficou em um apertado 13x11 para os adversários.

Na opinião do jogador, mesmo batendo na trave tantas vezes, a possível ansiedade para definir logo a vaga nos playoffs não foi um fator que influenciou nos resultados ruins:

“Quando a gente é um jogador profissional, a gente tem que saber nossos riscos. A gente tem que saber o quão importante é aquela partida pra podermos lidar com delicadeza e usar isso a nosso favor ou não. A gente tem que entrar na partida com o mental de 'Se a gente vacilar, a gente vai ficar de fora', porque isso gera responsabilidade no meio da partida e faz com que a gente dê a vida, realmente. É a nossa vida que tá em jogo”, crava.

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Foto: Robert Paul/Riot Games

Já com as duas derrotas na bagagem, dgzin revela que a preparação para o jogo contra a Sentinels foi mais específica e muito bem realizada. Ainda assim, o “momento decisivo” descrito por ele segue assombrando os Panteras:

“A gente tava com um plano bem elaborado, porque a gente sabia como os caras iam jogar, e praticamente com as comps espelhadas. A gente sabia quais seriam os possíveis mapas, as possíveis reações dos caras, praticamente tudo. Mas como eu falei, na hora do momento mais exato, a gente fica hesitando muito e é tudo que os caras querem, que você fique em dúvida. E eles abusam disso na partida. Rolou uma preparação diferente, mas rolou muito mais intensidade no que a gente ia fazer”

dgzin ainda complementa, dizendo que o time definitivamente não está satisfeito apenas com a classificação, e que uma conversa geral para entender o centro do problema é necessária:

“O que eu consigo falar é que acredito muito que Deus tem os planos corretos e que alguma coisa vai acontecer, de fato. A gente vai sentar, não sei quando, pra poder conversar sobre essas três derrotas seguidas, e tentar achar o ponto mais forte, porque sinto que não chega a ser nada no treino, não é falta de dedicação, de VOD, é na hora do momento mais importante”, analisa.

No fim da entrevista, comento que existiam duas mentalidades possíveis para a FURIA no caso de classificação: uma de que a equipe não merecia estar lá, por conta da sequência ruim; o outro caminho, entretanto, era de enxergar uma maneira de surpreender os adversários a partir das derrotas — e dgzin concorda com essa segunda opção:

“Eu sinto que em uma liga, alguns jogos não definem quem realmente é o time. Até porque, a gente tem que ir com outra mentalidade. A gente tem que botar na mesa os três jogos que a gente perdeu seguidos, e melhorar como pessoas, profissionais, pra encarar o playoff. A liga teve nove jogos, então, você jogar um playoff onde só tem chance de errar duas vezes, isso pesa muito. A gente tem que entrar no playoff com a cabeça de que as coisas realmente acontecem, que tá tudo bem perder as três, mas a gente não pode repetir mais isso”, concluiu o Duelista.

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A FURIA ainda não conhece seu adversário nos playoffs do VCT Americas e aguarda pelos últimos confrontos para saber seu caminho no mata-mata. Além do título continental, três vagas para o Masters Tokyo e o Champions 2023 - o Mundial do game - também estão no páreo.

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