Na última sexta-feira (3), The Legend of Zelda: Breath of the Wild completou seis anos. Ao longo desse período, o jogo inspirou dezenas de outros jogos, resultando em um saturamento do elemento de mundo aberto.
Poucos títulos alcançaram o nível de brilhantismo da Hyrule de Breath of the Wild. Os motivos por trás disso são vários, mas há um deles que resume bem — e, você pode não saber disso, mas ele se origina de um pequeno detalhe de Ocarina of Time.
As placas de Ocarina of Time
Em uma entrevista para o site japonês Denfaminico Gamer, publicada em 2017, Eiji Aonuma, diretor da série Zelda, revelou o detalhe que inspirou o mundo aberto de Breath of the Wild (via Zeltik).
Aonuma contou que, em 1997, enquanto trabalhava no Water Temple — a dungeon mais notória e desafiadora de Ocarina of Time —, Shigeru Miyamoto se aproximou e disse:
“Quando você atinge uma placa verticalmente, ela é cortada na vertical. Mas não seria incrível se você a atingisse horizontalmente e ela cortasse na horizontal?”, questionou o criador de Mario e Zelda.
Aonuma disse ter ficado bastante confuso com o comentário. Ele teria pensado: “O que ele está dizendo? Estou tão ocupado!”, revelando certa irritação com um pedido aparentemente banal.
Mas, passado certo tempo, o diretor entendeu o que Miyamoto quis dizer com aquelas palavras.
Em Ocarina of Time, caso o jogador arrisque acertar uma placa de madeira com sua espada, ela se divide dependendo da direção do corte.
Não apenas isso como também os pedaços ganharam animação para boiar na água. Também é possível reconstruí-los ao tocar Zelda’s Lullaby na Ocarina.
É um detalhe completamente aleatório, mas bastante divertido — e que dá um sentimento de realismo ao mundo.
Mais ainda, a descoberta da interação com a placa é um momento inesquecível para o jogador, pois mostra o quanto o mundo do jogo é responsivo.
“Não é incrível?”, teria gargalhado Miyamoto com o resultado, de acordo com Aonuma.
O playground de Breath of the Wild
Anos depois, durante o desenvolvimento de Breath of the Wild, essa interação reapareceu na mente de Aonuma. Ele, então, decidiu expandir esse conceito e transformá-lo no mundo mais complexo e responsivo já visto em Zelda.
“O jogador que experimenta um truque como esse fica tão absorvido no mundo de Zelda que é impossível deixá-lo”, argumentou Aonuma.
“Simbolizado pela placa, Zelda: Breath of the Wild abraça as ideias do Sr. Miyamoto como nenhum outro Zelda 3D fez antes”, concluiu o diretor.
É muito interessante perceber que, sim, essa simples e genial ideia é a raiz para o que torna Breath of the Wild tão especial. Afinal, a Hyrule do jogo é um verdadeiro playground, construído para ter os limites testados pelo jogador.
Um dos grandes impasses do desenvolvimento foi a física da engine, algo que, também em 2017, Aonuma reconheceu em uma entrevista com a Eurogamer.
O time se empenhou ao máximo para tornar o jogo o mais responsivo possível, de forma que interagir com o mundo e conquistá-lo é o principal objetivo de Breath of the Wild.
Hyrule é o grande protagonista do game, e, por isso, o reino foi criado para parecer vivo — e isso envolve proporcionar o máximo de libertade possível para que o jogador exerça a criatividade.
Não à toa, os jogadores fazem descobertas mirabolantes até os dias atuais. Como essa:
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The Legend of Zelda: Breath of the Wild está disponível para Nintendo Switch e WiiU.
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- Lançamento
03.03.2017
- Publicadora
Nintendo
- Desenvolvedora
Nintendo
- Gênero
None