Contrapondo expectativas, o salto temporal de Zelda Ocarina of Time não implica em mudanças tão substanciais no mundo. Tirando locais-chave da narrativa como Death Mountain e Zora’s Domain, nenhum lugar passou por uma transformação tão drástica no cenário quanto Hyrule Castle Town

É na capital em ruínas que encontramos um NPC com desfecho bastante sombrio. Quando comparado a quem era no passado, é assombroso perceber a transformação pela qual o “soldado dos jarros” passou. Você perdeu esse detalhe do clássico?

Imagem de Zelda Ocarina of Time
Nintendo

O soldado dos jarros

Hyrule Castle Town é o primeiro destino de Link após deixar Kokiri Forest. Como regra, as crianças Kokiri não deixam a floresta e, mesmo assim, o garoto abandona a segurança do lar para cumprir o pedido da Great Deku Tree para que se encontre com a princesa do reino. 

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A cidade estabelecida em torno do castelo é um centro mercantil bastante movimentado. Personalidades vibrantes (e um tanto estridentes) se reúnem no entorno da fonte da praça principal. 

Todo esse tumulto encontra respiro no posto de guarda – que, apesar do nome, serve mais como um depósito. A sala, encontrada nos muros da cidade, possui apenas um soldado, um trio de janelas para observação dos entornos da cidade e… Bem, uma quantidade curiosa de jarros de barro enfileirados.

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O propósito da sala é bastante intrigante, em teoria. Afinal, por que destinar um único  soldado para manter a guarda dos muros do castelo? E por que um amontoado exorbitante de pequenos jarros de barro pareceram a escolha ideal para guardar dinheiro e mantimentos?

De qualquer forma, é praticamente impossível resistir ao ímpeto de sair destruindo cada um dos jarros, seja partindo-os com a espada ou estourando-os no chão – o que sem dúvidas foi intencional do desenvolvimento. Admita, foi alí que começou seu desejo incontrolável de destruir jarros em games. 

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Mais divertida ainda, porém, é a interação com o soldado que assiste, calado, a toda essa destruição. 

Trabalho entediante

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O NPC sequer move um músculo para impedir que Link destrua e saqueie o depósito do exército – e, para além de limitações técnicas da época, é fácil entender o porquê. Basta conversar com o personagem para que ele esboce seu rancor pelo trabalho. 

“Cara, eu estou TÃO entendiado”, brande o soldado. “As coisas com certeza seriam mais interessantes se tivessem… Mais problemas no mundo.”

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Quem pode culpá-lo, não é mesmo? Afinal, o trabalho do NPC é apenas observar jarros imóveis o dia todo. 

No remake do jogo para o 3DS, contudo, o diálogo se torna ainda mais estranho quando o personagem diz que “gostaria que um fantasma aparecesse ou algo do tipo”. Ok, conseguimos entender o tédio do cargo, mas o desejo por uma aparição fantasmagórica soa nada menos que aleatório. 

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“Ei, sou muito interessado em fantasmas!”, ele explica em seguida. “Estudá-los é um passatempo meu, mas você nunca sabe… Pode chegar o dia em que este tipo de conhecimento será útil!”

Dito e feito, quando Link viaja sete anos no futuro, basta retornar ao local para perceber que o soldado encontrou um ganha-pão relacionado aos seus interesses sobrenaturais. 

O colecionador de fantasmas

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A maioria dos habitantes de Hyrule Castle Town conseguiu fugir para Kakariko Village, o vilarejo mais próximo, quando Ganondorf iniciou seu governo sobre o mundo. Aqueles que não tiveram essa sorte se tornaram ReDeads, mortos vivos que assombram as ruínas da capital. 

A única exceção é o colecionador de fantasmas, que instaurou seu comércio no posto de guarda da muralha. Trata-se de uma figura amedrontadora: uma pessoa encapuzada que possui uma luz vermelha emanando do rosto oculto entre as sombras. 

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O jogo nunca confirma, de fato, que o mercador corresponde ao soldado que encontramos naquele mesmo local no passado. 

Ainda assim, além do diálogo adicionado no remake de 3DS, há outra evidência que deixa pouca abertura para dúvidas: o colecionador reconhece Link instantaneamente, mesmo em sua forma adulta, e o chama pelo nome.

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Considerando, então, que o “soldado dos jarros” se tornou uma figura misteriosa que paga aqueles que o trouxerem Great Poes – espíritos poderosos que assombram Hyrule Field a noite –, o que afinal ele faz com os fantasmas que coleciona? 

Seria o propósito da coleção o estudo do sobrenatural, ou teria o NPC se transformado em um ser obscuro que se alimenta de almas penadas? Seja lá o motivo de uma transformação tão brusca, é intrigante perceber o quanto uma personalidade carismática e divertida como a do soldado pode abraçar as trevas com o fim dos tempos. 

LEIA MAIS

The Legend of Zelda: Ocarina of Time está no catálogo do Pacote Adicional do Nintendo Switch Online. O clássico de Nintendo 64 também possui um remake para 3DS.


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The Legend of Zelda: Ocarina of Time
  • Lançamento

    21.11.1998

  • Publicadora

    Nintendo

  • Desenvolvedora

    Nintendo

  • Censura

    10 anos

  • Gênero

    Aventura