Em um comunicado divulgado aos motoristas, a Uber anunciou nesta terça-feira (20) que implementará algumas mudanças na forma como se relaciona com seus motorista para atender a uma série de demandas “antigas” de colaboradores. 

As mudanças fazem parte de um novo programa apelidado de "180 Dias de Mudanças", medida que é um dos primeiros passos da empresa na tentativa de recuperar a imagem prejudicada – ao menos junto aos motoristas – após a sequência de crises que a atingiu nos últimos meses – e resultaram, inclusive, na saída temporária do CEO da empresa, Travis Kalanick

Entre as primeiras medidas estão a implementação de gorjetas que poderão ser dadas aos motoristas por passageiros. A ferramenta é uma demanda antiga de motoristas, mas nunca foi defendida pela Uber, mesmo sendo um dos pontos fontes de sua maior concorrente americana, a Lyft, junto aos colaboradores.

As gorjetas começarão a ser implementadas a partir das cidades americanas de Seattle, Minneapolis e Houston, e estarão em todas as praças dos Estados Unidos onde a Uber atua até o final de julho. Ainda não há informações se a opção será implementada em outros países.

Outras funções que beneficiarão motoristas incluem a redução do tempo de cancelamento gratuito permitido aos passageiros, de 5 para 2 minutos; a adição de uma “cobrança por minuto de espera”, que será contada a partir do segundo minutos de espera após a chegada do motorista no ponto de partida do passageiro; e umaa nova taxa de US$ 2 às corridas chamadas através de perfis de adolescentes. 

Haverá ainda quatro outras mudanças que afetam diretamente a dinâmica entre motoristas e a Uber, como a opção de contratar um seguro extra para proteção contra acidentes em troca de um ganho maior por distância percorrida em corridas do aplicativo. 

Nos últimos meses, a companhia sofreu com uma série incidentes que mancharam a sua reputação junto a consumidores e motoristas, que foram das revelações de uma cultura corporativa tóxica e machista feitas por funcionárias da empresa, a obtenção de registros médicos de uma passageira vítima de estupro por um executivo da companhia, e o processo que envolve ex-funcionários é acusado de roubar dados confidenciais da Waymo, empresa de carros autônomos do grupo do Google.

The Enemy entrou em contato com a assessoria de imprensa da Uber para confirmar se as mudanças chegarão também ao Brasil, mas ainda não obteve resposta.