Mundos extensos a serem explorados, design brilhante de plataforma 3D e gameplay extremamente divertido: são muitos os aspectos que tornam Super Mario Odyssey um dos grandes expoentes da franquia do encanador mais amado dos games. Porém, existe um elemento específico em que esse jogo, particularmente, foi responsável por mudar a franquia para sempre, já que uma cena do game possui um acontecimento hilário, surpreendente e importante.
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O enredo inteiro de Odyssey pode ser resumido a um propósito familiar (até demais) para os jogadores: resgatar Peach das garras de Bowser. O fim da jornada leva Mario até a Lua, onde ele invade a cerimônia de casamento planejada pelo rei Koopa. O herói, então, é surpreendido e cai em um calabouço no centro da Lua, tendo início uma sequência incrível que termina com o jogador controlando o próprio Bowser no maior estilo kaiju.
Com o fim do game, o trio de protagonistas consegue chegar novamente à superfície. Mario, então, se aproxima vagarosamente em direção a Peach, mas Bowser se apressa e pula na frente com um buquê de flores oferecido indelicadamente na cara da personagem. O encanador tira o próprio buquê e, obviamente, tem início uma briga pela atenção da Princesa, que interrompe os dois com um sonoro “Chega!”
A personagem dá as costas e segue para a nave sozinha, deixando Mario, Bowser e o próprio jogador de queixo caído. Ela, finalmente, enfrenta Bowser por si mesma, nega a mão dos dois pretendentes e passa o restante do game viajando e conhecendo o mundo acompanhada de sua fiel companheira coroa.
O momento é hilário e surpreendente porque, desde o Donkey Kong dos arcades da década de 1980, a Princesa sempre foi a donzela a ser resgatada pelo jogador. Evidentemente, design e gameplay sempre foram o foco da franquia, com a narrativa ocupando um lugar de menor importância — e isso porque a força motora que move a história para frente é o simples fato de que Peach é capturada de novo, de novo e de novo.
Sendo assim, a cena é marcante por dois motivos: primeiro, porque Peach finalmente retruca e decide por si mesma o que quer fazer (e não é ser transportada para lá e para cá em um navio empoeirado de um tartaruga-dragão rabugenta, claro). Sendo assim, é uma mudança significativa e muito bem-vinda, não é mesmo? Enfim, a personagem pode ter uma personalidade mais ampla, o que por si só pode diversificar ainda mais os jogos futuros.
A segunda implicação é a própria narrativa da franquia que pode, justamente, deixar de necessariamente girar em torno de um resgate. Em suas próximas aventuras 3D, Mario pode partir em jornadas apenas para seguir a própria curiosidade ou mesmo com o propósito de salvar o mundo.
Isso já foi explorado em partes, por exemplo, em Super Mario Galaxy, em que o encanador quer ajudar a nave-observatório de Rosalina e suas estrelas Lumas. Apesar de ainda envolver o resgate da Princesa no final do game, essa já foi uma mudança que trouxe novos ares para a experiência. Agora, novamente, o futuro parece promissor tanto para Peach quanto para os jogos em si.