Se o Brasil vai bem dentro do servidor do VALORANT Masters Reykjavik 2022, a situação é melhor ainda fora dele. Isso porque as Watch Parties feitas por streamers brasileiros têm sido sinônimo de sucesso no torneio. A grande maioria delas somam dados relevantes de audiência e em alguns momentos chegam a ultrapassar o número de espectadores simultâneos da transmissão oficial da Riot Games no país.
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Além dos dados, há o fato de que cada um dos streamers possuem públicos e estilos de conteúdos diferentes, mas mesmo assim conseguem unir suas comunidades em prol do VALORANT. Entre os principais casos estão Coreano, da LOUD, Nuuh, da ODDIK, e Paula Nobre, da FURIA. Todos eles são criadores de conteúdo com diferenciais importantes.
Pensando nisso, o The Enemy os chamou para conversar sobre a ascensão e o bom momento das Watch Parties no Brasil.
Coreano

Uma das referências no cenário competitivo de VALORANT quando o assunto é stream, Coreano uniu o útil ao agradável. Por ser streamer e criador de conteúdo da LOUD, que é a primeira organização brasileira a estar entre as três melhores do mundo na modalidade e que ainda continua viva na disputa pelo título do Masters, ele acredita que isso vem impactando positivamente nas suas Watch Parties.
“Esse resultado expressivo da LOUD tem refletido de maneira positiva nas métricas da minha stream, visto que muitos espectadores utilizam a Watch Party do Masters como porta de entrada para a live, sendo também uma oportunidade para eu, streamer da organização, conhecer mais os torcedores da equipe”, disse o streamer.
“É como assistir a um jogo de futebol na sala com os amigos”. Assim Coreano define as suas Watch Parties. Para ele, a LOUD ser a única representante do Brasil no Masters faz com que exista uma diferença nas ideias de conteúdo que costuma implementar ao longo das transmissões ao vivo acompanhando os jogos do time.
“As Watch parties são momentos únicos para os fãs da LOUD e para os jogadores de VALORANT se reunirem para torcerem e comentarem os jogos juntos. É uma outra dinâmica”, concluiu.
As lives do Coreano acontecem no canal dele na Twitch e alternam entre conteúdos explicativos sobre aspectos técnicos do VALORANT ou conteúdos clubistas pelo sucesso da LOUD - não poderia ser diferente, né?
Nuuh

Talvez a live mais irreverente de todas as Watch Parties da atual edição do Masters, Nuuh reinventou o conceito de “bagunça organizada”. Enquanto acompanha os jogos do torneio, principalmente com a participação de equipes brasileiras, a festa é garantida. E o clima é aquele mesmo em época de Copa do Mundo: fantasia, batuque, buzinas e até mesmo DJ. Parece improvisação, mas é tudo muito bem pensado.
“Eu adoro falar sobre inovação das lives com meus amigos. Acabou que em uma conversa casual surgiu o tópico do porquê não fazer uma torcida de verdade para acompanhar os jogos, já que provavelmente iríamos assistir juntos. Então, por que não mostrar isso para a galera? A execução foi algo simples e ao mesmo tempo complexo. Apesar de ser um espaço para as pessoas assistirem o jogo, eu me preocupei bastante com os objetos para a galera demonstrar seu amor ao game - vuvuzela, confetes, etc. Além disso, contratei um DJ para tocar durante os intervalos dos jogos e isso foi o mais complicado, com certeza”, revelou o criador de conteúdo da ODDIK.
Toda a dedicação em investir em um conteúdo extremamente único vale ainda mais a pena por conta da LOUD estar tão bem no Masters. Segundo Nuuh, “a sensação [de ver a LOUD indo tão longe no torneio] é maravilhosa por vários motivos”.
“A LOUD é um time em que literalmente todos os jogadores e coach são meus amigos pessoais. Além disso, ver o Brasil no top-3 mundial do jogo que mudou a minha vida é algo muito gratificante! O impacto disso tem sido muito positivo nas lives, porque além de um clima bem descontraído quando estamos torcendo, a galera está comprando a ideia. Até batemos o nosso recorde de pessoas ao vivo nos últimos dois jogos da LOUD”, contou.
O futuro das transmissões nos esports são as Watch Parties? Nuuh não tem certeza sobre isso, mas acredita que “as pessoas estão muito 'carentes' daquele calor da torcida que tínhamos em eventos presenciais, pois infelizmente não tivemos eventos desse tipo”. A partir disso, ele tenta implementar um estilo de stream que se aproxime ao máximo do sentimento de acompanhar um campeonato presencialmente.
“Eu uso as Watch Parties para aproximar as pessoas de uma torcida calorosa, porque é muito mais gostoso assistir dessa forma. Eu torço muito para que as coisas melhorem e as pessoas possam vivenciar o jogo da melhor forma de torcer. Quem sabe a próxima [Watch Party] não terá presença do público em geral para conhecer algumas pessoas do cenário e todo mundo torcer junto?”, sugeriu Nuuh.
A ideia foi levada tão a sério que Nuuh realmente fará uma Watch Party com diversas personalidades do cenário competitivo de VALORANT e com a presença da comunidade, que pode comprar ingresso e acompanhar o jogo entre LOUD e OpTic, às 14h (de Brasília) desta sexta-feira, diretamente do Shopping Santa Cruz. Para saber mais sobre o local, veja aqui nossa análise do local. Quem não puder comparecer, basta assistir as lives no canal na Twitch dele, que tem de tudo para todos os gostos.
Paula Nobre

A relação da Paula Nobre com o FPS é extensa. Antes do VALORANT, ela já foi extremamente ligada a CrossFire, Point Blank e Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO). O último jogo praticamente deu o pontapé inicial nas Watch Parties no Brasil a partir do Gaules e da Tribo. Ainda assim, a streamer apoiada pela FURIA acredita que esse método de acompanhar partidas não é algo específico de games do gênero.
“Acredito que como hoje em dia a galera curte mais essa pegada de assistir com o streamer. Talvez a Riot tenha conseguido desenvolver a Watch Party no VALORANT principalmente por ser um jogo novo, com toda uma equipe e gerenciamento novo. E a reação e o crescimento da comunidade também é reflexo disso! Acredito que muitas pessoas que não curtiam tanto assistir campeonatos passaram a assistir também, e isso facilita usuários de outros jogos conhecerem o VALORANT também”, disse Paula.
Por mais óbvio que pareça, a campanha da LOUD também influenciou ao longo das Watch Parties da Paula. De acordo com ela, é “bem mais legal” fazer transmissões de jogos de equipes brasileiras que estão bem na competição e isso não só a motiva, como também influencia no engajamento do público local.
“Surpreendente ver o brasil ir tão bem em tão pouco tempo de jogo. Isso gera um ânimo maior de assistir. Acredito que a galera também curta mais assistir os jogos de times brasileiros do que de times gringos”, finalizou.

Se você gosta daquela “zicada” que nem sempre é boa, as lives da Paula na Twitch são o seu lugar. Apesar de não acreditar que “tudo que fala acontece o contrário”, a streamer leva na diversão e costuma entreter o público com brincadeiras do tipo. Além disso, ela tem forte representatividade no público feminino que gosta de VALORANT.