O The Game Awards é a premiação mais popular da indústria de games e, desde que surgiu, trouxe muitas situações polêmicas. Vencedores meio esquisitos, games que foram esnobados em categorias que eles nitidamente mereciam ou, simplesmente, jogos que receberam várias indicações por serem excelentes, mas não levaram nada.

Abaixo, o The Enemy listou as seis maiores injustiças que aconteceram no The Game Awards entre 2014 e 2019. Será que teremos algo semelhante em 2021? Falta pouco para descobrirmos. Aliás, aproveite para conferir quais foram os jogos indicados em cada categoria.

1. TGA 2014: Far Cry 4 ganha como Melhor Shooter

Arte de Far Cry 4.

Já nesta primeira edição, muitos ficaram chocados com a categoria de Melhor Jogo de Tiro. Essa categoria não existe mais — hoje, está dentro de "Melhor Game de Ação". Contudo, em 2014, tinha um prêmio só para shooters e ele foi vencido por Far Cry 4.

Qual o problema disso? Bom, Far Cry 4 é um game ótimo, muito sólido, só que ele é basicamente uma versão mais polida de Far Cry 3, né? Tem uma estrutura muito parecida com o game anterior e poucas novidades em termos de gameplay.

E quem tava competindo junto? Titanfall. Super inovador, com seu multiplayer de mechas e parkour que impressionou geral, Destiny, que trazias mecânicas de tiro com poderes superviciantes e que virou febre desde o lançamento, e Wolfenstein: The New Order, que rebootou a franquia e agradou todo o mundo porque revitalizou sem perder aquele feeling FPS da velha guarda.

2. TGA 2015: Bloodborne não recebe nenhum prêmio

Personagem de Bloodborne.

Bloodborne é um dos melhores jogos da oitava geração. Não somos só nós que estamos dizendo. A comunidade está dizendo, os críticos estão dizendo, os números de vendas estão dizendo. Mas, mesmo assim, no TGA de 2015, o jogo foi indicado a quatro categorias e não levou nenhuma.

Em Melhor Direção de Arte, perdeu para Ori and the Blind Forest. Perdeu também para The Witcher 3 em Melhor RPG, Melhor Desenvolvedora e Jogo do Ano. Olhando a concorrência nas categorias, nem parece tão injusto, mas foi uma baita sacanagem Bloodborne não ter sido nomeado em algumas outras categorias, como Melhor Trilha Sonora.

Além do mais, por ser um RPG muito orientado para a ação, o game podia ter disputado também como Melhor Jogo de Ação e Aventura, né? Mas não. Essa aí foi simplesmente lamentável.

3. TGA 2016: Várias coisas questionáveis

Nathan Drake em Uncharted 4.

Bom… o TGA de 2016… Se você acha que vamos falar da disputa do Jogo do Ano envolvendo Overwatch e Uncharted 4, saiba que está enganado. Overwatch é um ótimo jogo e, se você pensa que jogo online é necessariamente inferior a jogo single player cinematográfico só porque não tem campanha, acorda: é 2020. São propostas diferentes.

Uncharted 4 ganhou como Melhor Narrativa. É fato que muitas pessoas amam esse jogo, que ele é super lindo visualmente, tem explosões e os personagens são carismáticos, mas a história de Uncharted 4… Não tem nada demais. É filme de sessão da tarde gostoso de assistir, mas não é exatamente Cidadão Kane. Disputando com ele, tinha Firewatch, que é um baita jogo da Campo Santo e que tem uma das melhores e mais originais narrativas da geração, e Inside, que é um dos indies com umas das histórias mais legais dos últimos anos e que conta ela toda sem usar uma única palavra, nem em voz nem texto. Sabe o que Uncharted 4 merecia e não ganhou? Melhor Ação e Aventura, que ficou com Dishonored 2.

Outra injustiça de 2016 aconteceu no prêmio de Melhor RPG. Estavam concorrendo os excelentes Dark Souls 3 e Deus Ex: Mankind Divided, mas quem ganhou foi Blood and Wine, a segunda expansão de The Witcher 3. Quem jogou Blood and Wine sabe que esse é um dos melhores DLCs de todos os tempos, mas The Witcher 3 já tinha papado muito prêmio no ano anterior e foi sacanagem que uma expansão dele, que nem era standalone, tenha tirado a oportunidade de jogos novos e completos.

Para fechar a problemática edição de 2016, um dos jogos mais injustiçados da geração. Titanfall 2 é um game excepcional que foi jogado por quase ninguém simplesmente porque a EA resolveu lançar ele numa janela entre CoD e Battlefield. O coitado foi esmagado por essas franquias super populares. E, se não bastasse ele ter vendido pouco, chegou no TGA e o jogo também ficou sem prestígio. Titanfall 2 recebeu quatro indicações, incluindo a de Jogo do Ano, mas não ganhou nenhuma. Enfim… A vida não é justa.

4. TGA 2017: Hollow Knight recebe só uma indicação (e não leva)

Arte de Hollow Knight.

Você sabe quantos prêmios Hollow Knight ganhou em 2017, que foi o ano em que saiu? Nenhum. Hollow Knight foi indicado apenas como Melhor Indie de Estreia, que prestigia o primeiro jogo lançado por um estúdio independente.

Nesta categoria, o jogo perdeu para Cuphead, que também é um excelente jogo, mas olha em quantos prêmios ele nem sequer recebeu uma nomeação: Melhor Direção de Arte, Melhor Jogo de Ação e Aventura, Melhor Jogo Independente — acredite se quiser, ele não foi indicado! — e, vamos combinar que Hollow Knight era bom o suficiente pra disputar também como Jogo do Ano, ainda que não tivesse muita chance de ganhar de Breath of the Wild, Mario Odyssey e Persona 5. Mais uma vez, um dos melhores da geração foi completamente injustiçado no prêmio mais popular da indústria.

5. TGA 2018: Marvel’s Spider-Man recebe sete indicações e não leva nenhuma

Homem-Aranha no PS4.

2018 foi um ótimo ano para quem joga videogame. E foi justamente por causa da concorrência pesada que Marvel’s Spider-Man levou uma surra histórica. O jogo da Insomniac concorreu a sete prêmios, mas não levou nada para casa. O problema é que nem dá para questionar muito, já que ele foi atropelado exclusivamente por God of War e Red Dead Redemption 2 em categorias em que esses jogos mereciam muito.

Red Dead 2 roubou de Spider-Man as estatuetas de: Melhor Design de Áudio, Melhor Trilha ou Música, Melhor Narrativa e Melhor Performance, com o Arthur Clarke, que faz o Arthur Morgan, vencendo o Yuri Lowenthal, que faz o Peter. Já God of War meteu a mão nos prêmios de Direção de Arte, Melhor Jogo de Ação e Aventura e Jogo do Ano.

6. TGA 2019: Control recebe sete indicações e só leva a que não deveria

Arte de Control.

Na edição de 2019, foi Control que herdou a maldição de ser um dos favoritos, com também sete indicações, mas não levar praticamente nada. O game da Remedy perdeu para Disco Elysium em Melhor Narrativa, perdeu para CoD: Modern Warfare em Melhor Design de Som, perdeu pra Death Stranding em Melhor Direção, e em Melhor Performance, com o Mads Mikkelsen desbancando a Courtney Hope, que faz a Jesse Faden. Control perdeu ainda para Sekiro em Melhor Jogo de Ação e Aventura e Jogo do Ano.

A única categoria que Control levou foi de Melhor Direção de Arte e, cara… Essa é outra polêmica. Porque por mais incrível que seja a arquitetura brutalista do jogo, o labirinto que se move e o contraste das cores, Control ganhou de Gris. Você já viu Gris?!

Control poderia ter ganhado em qualquer outra categoria e estaria tudo bem, mas Direção de Arte foi sacanagem. De qualquer forma, é uma pena que uma das produções mais excepcionais de 2019 não tenha levado nenhum dos prêmios maiores.