Cyberpunk 2077: A missão mais agonizante que já fiz num jogo
Joshua Stephenson é um dos NPCs mais bizarros na história
O mapa de Cyberpunk 2077 é bastante generoso com quem gosta de buscar missões secundárias antes de partir para as principais. É possível passar dezenas de horas sem avançar na história principal fazendo somente trabalhos opcionais, que podem ser muito legais ou extremamente repetitivos.
Em uma dessas missões, V decide ajudar um homem que quer matar a pessoa responsável pelo assassinato da esposa dele. Esse assassino se chama Joshua Stephenson — e ele está entre os NPCs mais problemáticos já apresentados em jogos de mundo aberto. É impressionante.
Primeiro, obviamente, precisamos tomar uma decisão: vamos ajudar o personagem que quer vingar a esposa ou seguiremos até o final com Joshua para entender como essa história se desenvolverá? Tal qual Johnny Silverhand, me vi obrigado a acompanhar aquela missão até o final, mesmo que isso significasse sacrificar meu contratante. Com certeza valeu a pena.
Joshua não é mais um assassino frio quando o conhecemos. Depois de matar um homem chamado Ruben e ir para a prisão, ele se converteu ao cristianismo — graças, em grande parte, ao fato de que a irmã de Ruben, Zuleikha, decidiu tentar salvar a alma de Joshua em vez de odiá-lo. Eles conversaram por meio de cartas durante o tempo em que Joshua esteve preso, e isso nitidamente teve um efeito no comportamento do presidiário.
A missão fica realmente bizarra quando descobrimos que Joshua decidiu ser crucificado para pagar pelo que fez. Não apenas isso, aliás: nosso querido assassino quer que gravem a crucificação dele para que ela se torne uma ND que poderá ser assistida por milhões de pessoas no mundo inteiro.
Se você acertar nas decisões tomadas ao longo do caminho, V será escolhida como a responsável por crucificar Joshua. E, sim, o jogo nos obriga a pregá-lo na cruz. A sensação é simplesmente uma das mais angustiantes que já tive em qualquer game. Talvez a mais agonizante de todas. Cada martelada que eu clicava para dar me fazia querer fechar os olhos, mesmo que a cena nem seja tão visualmente impactante. A questão é mais psicológica mesmo.
Não sei se você tem estômago para enfrentar esse trabalho secundário, mas, caso sim, siga em frente. É uma experiência como poucas que vivi em jogos nos últimos anos.