O Ursinho Pooh foi parar no tribunal, num embrulho de cifras milionárias que decidirá quem deve lucrar com a adoração de fãs pelo mundo todo. A discussão envolve os direitos de utilização da personagem em licenciamento, ganhos estimados em um bilhão de dólares anuais.

Pooh foi criado no final dos anos 20 pelo britânico A.A. Milne, que se inspirou nos brinquedos de seu filho para criar o ursinho e seus amigos, incluindo Tigrão, que se tornou estrela de cinema graças à Disney. Os direitos sobre a personagem foram adquiridos em 1930 pela empresa Stephen Slesinger Inc., no entanto, uma lei americana de 1988 deu aos herdeiros de Milne a possibilidade de retomar o copyright. Baseada nessa lei, a Disney e Clare Milne, neta do criador, informaram a Slesinger que seus direitos estarão encerrados a partir de 5 de novembro de 2004.

Em resposta ao aviso, a Slesinger declarou que a lei está sendo interpretada incorretamente pela Disney e por Milne, e que ambos podem perder não só os direitos do Ursinho, mas também um bilhão de dólares referente a outro processo que ainda está em andamento.

O briga pelos direitos de utilização de Pooh e seus amigos já caminha pelos tribunais há uma década. Shirley Slesinger Lasswell e sua filha alegam que deram à Disney o direito de uso do Pooh, mas que a empresa não tem feito os pagamentos de royalties corretamente. Segundo a casa do Mickey, longe do "um bilhão" informado pela Slesinger, os atrasados podem chegar a 200 milhões de dólares, mas que espera provar na justiça que a dívida não existe. Todavia, para Bert Fields, advogada da família Slesinger, o processo com Milne nada mais é que uma tática da Disney para vencer a briga antiga e afastar de vez seu cliente dos lucros gerados pelo Ursinho.

Caso vença e retome os direitos ao personagem, Clare Milne concordou em ceder à Disney os direitos mundiais da personagem. Por sorte, Pooh, Tigrão, Abel e seus amigos não poderão ser chamados para testemunhar.