Otaku, que em japonês significa viver num casulo, foi o termo cunhado em 1983 pelo escritor Akio Nakamori para descrever os fãs mais ardorosos de setores da cultura pop do país. Segundo o livro Otaku - os filhos do virtual, do escritor francês Étienne Barral, esse agrupamento jovem tende a viver de escapismo, evitar relacionamentos e interação social.

Agora, uma pesquisa do Nomura Research Institute provou que os otakus são também consumidores vorazes.

O estudo foi feito através da internet com 10 mil cidadãos japoneses, identificados e separados em nove grupos, de acordo com seus hobbies. Há os otakus de videogames, de celebridades, de computadores, de animês... Mas nenhum bate os otakus de mangás, as HQs nipônicas. Segundo a pesquisa, só este mercado movimenta 350 mil consumidores, que gastam, em média, 83 bilhões de yen (ou 729 milhões de dólares) por ano em mangás ou produtos relacionados a mangás.

O número de pessoas parece baixo, em relação a quantias tão altas, porque o instituto considerou apenas os fãs mais pesados, aqueles que gastam mais de 2 mil dólares por ano com cultura pop. Em comparação, ainda que jogos sejam mais caros, otakus de games rendem 21 bilhões de yen por ano (cerca de 184 milhões de dólares), dentro de uma faixa avaliada em 160 mil pessoas.

Índices comportamentais - o nível de adoração de um otaku - também foram medidos pelo estudo. A maior faixa é a chamada otaku de armário, aquele que tem pouco tempo ou dinheiro para gastar com idolatria e normalmente guarda isso como um segredo. Na sociedade ainda reguladora do Japão, faz sentido.