O julgamento contra o escritor Orhan Pamuk (Jardins da Memória) foi suspenso na Turquia no último dia 16 depois que o juiz determinou que o processo precisa da aprovação do Ministro da Justiça. Pamuk está sendo processado por ter dito em uma entrevista que um milhão de armênios e trinta mil curdos foram mortos nessas terras e ninguém a não ser eu se atreve a falar sobre o assunto.

A Turquia afirma que as mortes de armênios nos conflitos que se seguiram ao final do Império Otomano no início do século XX não foram parte de uma campanha de genocídio e argumenta que muitos turcos também foram mortos no mesmo período. As declarações de Orhan Pamuk foram consideradas crime sob o Artigo 301, que determina uma pena de atré três anos de prisão por ofensa à república, ao parlamento ou a qualquer órgão do governo.

Além de Pamuk, mais de sessenta escritores e editores respondem a processo similar atualmente na Turquia. Um membro do comitê do Parlamento da União Européia, Joost Lagendijk, também está sendo acusado de insulto contra as forças armadas da Turquia pois teria dito que os soldados turcos estariam incitando choques com os separatistas curdos.

O julgamento contra Pamuk e os outros escritores é visto com preocupação pela União Européia, que alertou o governo turco quanto à necessidade de proteger a liberdade de expressão. A Turquia iniciou recentemente negociações para ser admitida na União Européia, ambição que pode ser prejudicada com a continuidade dos processos gerados pelo Artigo 301.