A Apple está investigando a informação de que as fábricas chinesas responsáveis pela produção do iPod utilizam mão de obra escrava. A denúncia foi feita num artigo publicado no Mail on Sunday. Segundo a matéria do jornal, os responsáveis pela produção do campeão de vendas da Apple vivem em dormitórios para cem trabalhadores, cumprem jornadas de trabalho de 15 horas diárias e recebem cerca de 27 libras ao mês. As fábricas, além disso, proíbem a presença de estranhos, o que pode configurar cárcere privado. A matéria continua, dizendo que em uma fábrica em Suzhou os trabalhadores recebem 54 libras por mês, mas, que metade do valor é gasto em alimentação e acomodação, pagos à própria fábrica.

Em uma declaração oficial, a Apple informou que a empresa está comprometida em assegurar que as condições de trabalho em sua cadeia de produção sejam seguras, que os trabalhadores sejam tratados com respeito e dignidade e que os procedimentos respeitem o meio-ambiente. Considerando, entretanto, as taxas de desemprego, principalmente nos países em desenvolvimento e o discurso constante de empresários que apontam a China como exemplo de baixo custo, é difícil acreditar que a vida dos trabalhadores locais tenha as mesmas garantias conseguidas pelos trabalhadores estadunidenses ou mesmo brasileiros em décadas de negociações.

A Apple garante que está investigando as denúncias apresentadas pela reportagem e que todos os seus fornecedores são obrigados a seguir um código de conduta. A investigação deve revelar se no dia-a-dia o código assinado pela direção não é transformado na lei do "é melhor isso do que ficar desempregado" ou "se não está feliz saia", utilizada em muitas empresas.

A fábrica chinesa acusada é operada pela Hon Hai Precision Industry, fornecedora de outras empresas de equipamentos, incluindo a HP.