E3 2016 | Jogamos: Resident Evil 7 em realidade virtual aterroriza pela imersão
Experiência assustadora é algo nunca visto em qualquer outro game
Resident Evil é sobre suspense. A série da Capcom tateou novos gêneros nos últimos anos, mas desde o quarto capítulo não acha um lugar de prestígio no mercado - o lugar que realmente merece. Eis que em 2016 a empresa decide voltar às raízes sem deixar de lado as mudanças da indústria. A demo de Resident Evil 7 em realidade que o Omelete pôde testar na E3 é o resultado desta mistura. Durante 20 minutos, fomos transportados para um casa abandonada clássica da franquia, cheia de mistérios e alguns corpos. Se por um lado a parte gráfica lembra muito os primeiros RE, a imersão concedida pelo PlayStation VR é algo nunca visto em qualquer outro game, seja de suspense, esporte, ação ou FPS.
Não há como relatar as verdadeiras sensações da demonstração. Entrar no mundo virtual é algo tão pessoal quanto se relacionar com o seu protagonista favorito. Ao olhar para os cômodos da casa, o seu cérebro demora alguns minutos para processar a informação de que está em um mundo novo. Nos instantes iniciais você ainda percebe um ou outro pixel, um serrilhado ali ou um defeito gráfico na quina da parede. Começou a tocar a trilha, isso já some. Não leva dois minutos para você esquecer do mundo lá fora.
É preciso dizer também que não são só os óculos que ajudam na imersão. Toda a construção da demo, que não estará no jogo final, foi feita com um roteiro muito conciso e perfeito para o jogador comprovar os principais pontos do cenário. Abrir uma gaveta, um armário ou mesmo mexer uma cadeira fazem parte da experiência básica, que além de te ensinar os comandos, aumentam o nível de suspense e apresentam aos poucos os terrores do jogo. Nada ali está espalhado por acaso.
Dois pontos fazem a experiência de RE7 em VR ser diferente de qualquer outra mostrada na E3: a atmosfera de suspense colocada sem muito esforço (não há tantos monstros ou sustos de pular da cadeira) e a liberdade que o game dá em relação à exploração do ambiente. E não sobre pegar objetos, mas sim sobre olhar cada canto de cada cômodo. É sobre entrar em um quarto e olhar embaixo da cama ou ter medo de olhar para trás. Acredite, você não vai querer olhar para trás, mas vai acabar olhando - e não culpará tantos os personagens que vivem morrendo em filmes de terror.
A Capcom conseguiu fazer RE7 parecer novo e saudosista ao mesmo tempo. Tem sim o feeling dos primeiros Resident e se afasta completamente da ação sugerida nos últimos anos. Na verdade, a fonte que este título bebe é a mesma que criou Outlast e Amnesia: The Dark Descent, dois dos melhores exemplos de terror de games da atualidade - ambos saídos do mercado indie. Não há como saber se o jogo todo vai entregar a experiência completa, mas é evidente que a impressão deixada é positiva, tanto pelo uso da realidade virtual (que será opcional e disponível só no PS4) quanto pela volta às raízes de uma das séries mais amadas de todos os tempos.
No Hyperdrive, contamos como é jogar Resident Evil 7 em realidade virtual:
A E3 2016 é a maior feira de games do mundo e ocorre de 14 a 16 de junho em Los Angeles, nos Estados Unidos. O evento tem cobertura completa do Omelete no local, com notícias das conferências, anúncios e prévias de jogos, análises e mais.