Observação: Como o game foi dividido em quatro partes, a análise do jogo também é dividida, com uma crítica para cada capítulo, em respeito aos embargos da Capcom. Este review será mais focado na trama e em eventuais mecânicas mostradas neste episódio. Para mais detalhes sobre o game, leia as críticas dos episódios anteriores:

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A jornada foi árdua (e, em alguns momentos, maçante), mas chegamos ao último episódio de Resident Evil Revelations 2 em busca das respostas a todas as perguntas deixadas pelos três outros capítulos. Enfim, elas vêm nesta última parte, mas de uma forma bastante anticlimática.

Curiosamente, o último capítulo é o primeiro em que a campanha de Barry e Natalia contribui mais para o desenrolar da trama. Na parte de Claire e Moira, ambas finalmente adentram a torre misteriosa e encontram a Supervisora, a mulher cuja identidade foi revelada em episódios anteriores e a responsável por colocar todos os personagens do game na ilha. A sequência é bem rápida e, após descobrirmos as reais intenções da antagonista (claro), temos de escapar do local, prestes a explodir. Tudo acontece de forma rápida e, tirando uns dois ou três monstros invisíveis já mostrados no Episódio 2, quase não há conflitos.

Daí, a trama passa para Barry e Natalia, cuja campanha se divide em três partes. A primeira é um puzzle chato em uma construção na qual os dois se separam, e a segunda é uma sequência de túneis meio labiríntica com um gás letal - ou seja, você não pode ficar em pedaços poluídos do cenário por muito tempo.

O desfecho da trama acaba se dando na terceira parte, o encontro final de Barry e Natalia com uma versão deformada da Supervisora, em uma longa e maçante batalha final. A chefe, uma versão ainda maior e mais rápida dos zumbis costurados introduzidos no primeiro capítulo, segue o mesmo padrão de todos os inimigos do jogo: um ponto fraco que deve ser acertado até a exaustão.

A luta fica mais dinâmica em sua segunda metade, que, para não dar muitos spoilers, envolve duas frentes: um personagem percorre uma montanha enquanto é perseguido pela Supervisora e o outro atira de longe, do conforto de um helicóptero. Entretanto, você só chega nessa parte se tiver tomado uma decisão importante no fim do Episódio 3. O jogo tem dois finais e, dependendo da sua escolha, a luta contra o chefe se encerra na primeira metade.

O experimento da Capcom deu certo? Em partes, sim. Revelations 2 mantém o bom nome da série derivada, que continua como o pedaço mais interessante da franquia Resident Evil como um todo. Ao dividir o jogo por episódios, a Capcom pôde pensar, de forma separada, em bons cenários que exigem coisas diferentes do jogador, e também pulverizam bem o variado leque de inimigos do jogo.

É uma pena que o estúdio não tenha conseguido adaptar sua trama ao formato episódico. Se fosse apenas uma série de TV, Revelations 2 seria cancelada na primeira temporada. Apenas o primeiro capítulo consegue equilibrar roteiro e gameplay, enquanto os demais só se sustentam com bons segmentos de luta e puzzles, cada vez mais escassos à medida que avançamos. A trama fica engatada na segunda marcha até o último momento, tentando criar uma expectativa que se desdobra em dois finais, ambos sem sal. Para piorar, o que decide como o jogo se encerra é uma decisão ao final do Episódio 3. Ou seja, quem quiser ver ambos precisa rejogar a metade mais chata do jogo.

Entretanto, fica o elogio para a atitude da Capcom de testar novidades em uma franquia de peso. Revelations 2 deixa lições valiosas que, se aplicadas da forma certa, podem fazer de Resident Evil 7 o ápice da retomada que a série de terror mais famosa dos games tanto merece e precisa.

Nota do crítico