Observação: Como o game foi dividido em quatro partes, a análise do jogo também é dividida, com uma crítica para cada capítulo, em respeito aos embargos da Capcom. Este review será mais focado na trama e em eventuais mecânicas mostradas neste episódio. Para mais detalhes sobre o game, leia as críticas dos episódios anteriores:

None

Resident Evil Revelations 2 têm elevado gradativamente as doses de tensão nos ambientes. Mas, no terceiro episódio, a Capcom apela para o bizarro.

O cenário deste capítulo é uma fábrica, para onde Claire e Moira decidem seguir depois de ler um bilhete de um de seus companheiros da TerraSave. Ao chegar lá, descobre-se que o local, anteriormente um abatedouro, se transformou no palco para as coisas mais grotescas já vistas até agora no game. Andamos por piscinas de sangue, coletamos pedaços de gente e até precisamos triturar porcos para avançar pelo local.

Mas, as várias armadilhas resgatam uma faceta pouco explorada até agora no game: os puzzles. Eles dão o tom de quase todo o episódio, mas com variedade e exigindo características diferentes do jogador. É preciso ter calma em alguns (se é que é possível ter isso quando um teto cheio de espinhos está prestes a desabar sobre a sua cabeça), e é preciso agir rápido em outros.

Já o que acontece entre uma sala de puzzle e outra é decepcionante. Nesses intervalos, a Capcom puxa o truque mais manjado e preguiçoso de Resident Evil: enviar hordas e hordas de zumbis atrás do jogador. Dá para entender o raciocínio dos desenvolvedores - é o meio do jogo, e espera-se que você saiba lidar com eles de forma efeitva, economizando recursos -, mas as sequências de combate poderiam ser mais bem pensadas. Em vez de envolver o jogador de forma contínua no clima apreensivo da fábrica, as partes de combate do episódio servem mais para encher o saco.

Uma longa jornada

No que tange a história, o capítulo novamente prefere entreter pela tensão e pelo gameplay, deixando o avanço da trama apenas para momentos próximos ao chefão que encerra a campanha de Claire e Moira. O esticamento da trama começa a cansar, especialmente porque este é o capítulo mais longo até agora.

A metade de Barry e Natalia segue o mesmo caminho, com acontecimentos revelantes apenas nas cutscenes iniciais e finais. Entre elas, você prossegue pela mesma fábrica (afetada pelos acontecimentos da campanha de Claire e Moira), em segmentos ainda mais tediosos do que os do segundo capítulo - o novo inimigo da vez é um monstro gigante com um ferrão similar ao de um escorpião.

O terceiro capítulo de Revelations 2 exibe o mesmo problema de trama arrastada do segundo. Só que, desta vez, o gameplay não é capaz de sustentar o interesse por tanto tempo. As sequências interessantes de combate dão lugar a encontros maçantes em uma campanha e tediosos em outra.

Nota do crítico