O ambicioso Dreams foi anunciado junto com o PlayStation 4, lá no começo de 2013, e de lá pra cá muito pouco foi dito sobre o projeto do estúdio Media Molecule.

Pelo que pude testar do game, em um evento de PlayStation para os membros do Game Critics Awards, júri independente que elege os melhores games da E3, o que foi apresentado inicialmente como aperitivo do poder do PS4 pode muito bem servir como um excelente desfecho para a plataforma, de uma forma como pouco se viu no passado com outros videogames.

Dreams constrói em cima do legado de LittleBigPlanet, apresentando poderosas ferramentas de criação e edição - muito mais do que nos antigos jogos dos bonequinhos de pano.

Em vez de usar o estilo de aventuras 2D de LittleBigPlanet, Dreams apresenta uma caixa de areia totalmente tridimensional que pode ser adaptada para diversos estilos, desde aventuras propriamente 3D, jogos bidimensionais ou mesmo apresentações musicais e até filmes.

Ao longo de cerca de 40 minutos de demonstração fui apresentado a criações absurdamente variadas e também ao profundo modo de edição, com uma variedade de ferramentas tão grande que transformam o jogo em praticamente um motor gráfico para criação de games.

Muitas das ferramentas básicas podem ser controladas de forma intuitiva pelo joystick, incluindo usar os sensores de movimento para mover o cursor pela tela - aliás, existe também suporte aos controles PS Move e até ao visor PS VR, oferecendo tipos diferentes de interação e imersão.

Todas as criações podem ser testadas na hora, a poucos toques de botões, e tudo pode interagir com tudo, para resumir de forma bem simplista. O que quero dizer é que qualquer ferramenta pode ser atrelada a outra. Por exemplo, efeitos sonoros e músicas podem estar associados a certos movimentos do personagem principal ou de elementos do cenário e assim por diante.

Falando assim pode parecer confuso - e em um primeiro momento é mesmo -, mas é conveniente que Dreams já vem com diversas fases diferentes criadas pelos desenvolvedores da Media Molecule e, igualzinho a LittleBigPlanet, é possível visualizar, testar e remixar criações de outras pessoas.

Tenho certeza que muitas pessoas vão ter preguiça de usar a infinidade de opções de criação de Dreams, mas com certeza haverá um grupo de fãs dedicados a aprender e criar coisas das mais malucas e impressionantes.

E talvez justamente aí resida o pleno potencial de Dreams. Conforme a Sony se prepara para baixar as cortinas do PlayStation 4 e seguir adiante com novas plataformas, fica para a comunidade de jogadores uma poderosíssima ferramenta para criar conteúdo no videogame e compartilhar de forma fácil e prática.

Exclusivo do PS4, Dreams ainda não possui data de lançamento definida.